A importância do exemplo da figura paterna na vida de um homem

Ao olharmos para nossos filhos pensamos estar olhando para nós mesmos na infância, mas não estamos, eles são diferentes. Veja 4 práticas que o pai pode fazer para que os filhos se espelhem no modelo inspirado.

Bruno Morise Silva

Quando criança, meu pai costumava me levar a uma pista de aeromodelismo para vermos pequenos protótipos serem testados. Esses protótipos eram conduzidos por meio de uma guia e assim faziam decolagens, acrobacias, piruetas e pousos. Enquanto meu pai assistia aos malabarismos, meus pensamentos giravam em torno da importância da sua presença ao meu lado. A maneira cuidadosa com que ele tratava minha mãe era uma referência para mim de como deveria tratá-la. O sorriso, o modo respeitoso e amigável, era meu modelo de como eu poderia tratar as pessoas. Sua atitude em manifestar sua decepção com firmeza e objetividade ao invés de agredir-nos física ou verbalmente ao ver-nos infrigir algumas regras da família ou cometermos um erro era o suficiente para que as marcas do aprendizado ficassem registradas de modo positivo em minha mente e não negativamente em meu corpo.

1. O reflexo no espelho

Muitas vezes, ao crescermos, vemos nos filhos nosso passado reluzente ou tenebroso. O desejo que o nosso sucesso seja o sucesso deles e que nossos fracassos nunca aconteçam com eles não é raro de surgir. Com um senso de protecionismo os cercamos de regras e os acomodamos em nossa rede de segurança obstruindo, por vezes, a construção de seu próprio sistema de autoestima e valor. Henry Eyring disse: “Na preparação para [responsabilidades maiores], ‘mostre-me’ vale mais do que ‘conte-me’.”

2. Confiar em Deus através do Filho

Por meio de atitudes simples o pai pode ajudar seu filho a sentir-se capaz de realizar e influenciar o meio ambiente ao seu redor e possivelmente no futuro, ser presenteado pela luz que ele deixará ao longo de sua trajetória terrena.

Quando surgirem oportunidades para que o filho preste serviço a outras pessoas o pai deve acompanhá-lo, observar suas atitudes e reações. Caso aconteçam situações em que uma decisão pareça ser difícil de ser tomada e, se nesse momento, ele for consultado por alguém que respeita e considere experiente, o contexto lhe permitirá ver que seu pai demonstra confiança em Deus de que ele (filho) será inspirado para fazê-lo.

3. Confiar que o filho fará o que é bom

Quando o pai tem a oportunidade de ser solidário à companhia do filho para que observe como as pessoas reagem ao serviço prestado, seja para aqueles que tenham necessidades financeiras ou emocionais, pode ser uma experiência significativa e marcante.

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Nunca me esquecerei da oportunidade que tinha de visitar uma vez por mês a casa de uma família, onde meu pai levava mantimentos para complementar a renda deles que vinham de serviços de limpeza (diarista) e alfaiataria. Lembro-me do sentimento de amizade e gratidão que eles tinham por meu pai.

4. Corrigir e elogiar de forma genuína

Em sábias palavras o Senhor recomendou: “Reprovando prontamente com firmeza, quando movido pelo Espírito Santo; e depois, mostrando então um amor maior por aquele que repreendeste, para que ele não te julgue seu inimigo”.

Nosso cérebro é uma fonte de processamento de dados fantasticamente rápida e eficaz, porém algumas vezes ele pode nos enganar. Tendo experimentado várias situações de frustração e fracasso todos nós acumulamos sentimentos de decepção e tristeza que podem ficar armazenadas, prontas para serem revividas no dia a dia, um grande mal observado na sociedade atual.

Quando um pai vê o filho envolvido em um erro ou fracasso pode agir de maneira impulsiva e aplicar os tão famosos “castigos” ou “punições” que em geral não são uma solução para o filho, mas por vezes podem estar presentes como reflexo de vivências de fracasso e frustração. Porém, se houver uma correção que seja verdadeiramente necessária o pai será inspirado a fazê-lo de modo correto. Após a correção, demonstrar um amor maior e genuíno permite ao filho ver a confiança paterna em sua capacidade de superar e aprimorar-se.

A habilidade para arrepender-se de ações negativas e o fortalecimento de pontos enfraquecidos no comportamento e caráter é revigorado quando o pai que corrige também apóia sua decisão de melhorar, o que favorece ao pai tornar-se referência no futuro de sua própria família.

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Bruno Morise Silva

Bruno Morise é graduado em Administração, pós-graduando em Negócios e aluno da BYU-Idaho. Pai e Marido, defensor da Família e bons costumes.