A armadilha da tolerância

A tolerância deixa de ser uma virtude quando confundida com complacência. Veja os cuidados que você precisa ter para não cair nessa armadilha.

Erika Strassburger

Uma das atitudes mais nobres do ser humano é amar seu semelhante e ser tolerante em relação às suas imperfeições. Devido à nossa natureza falha, é isso que esperamos das pessoas, principalmente daquelas com quem temos laços mais estreitos. Sentimo-nos tristes e humilhados se somos apontados ou ridicularizados. Desejamos que as pessoas gostem de nós e não exijam aquilo que não conseguimos ser ou dar.

Por outro lado, a tolerância pode deixar de ser um traço de um caráter nobre e passar a ser um sinal de falta de firmeza e de constância. Isso acontece quando a pessoa deixa suas próprias convicções e valores elevados de lado para apoiar ideais e condutas contradizentes àquilo que acredita.

Essa permissividade tem virado moda ultimamente. Para não perder eleitores, amigos, empregos, clientes e adeptos – muitos políticos, empregados, empresários, negociantes, líderes eclesiásticos, entre outras pessoas, nas mais variadas funções na sociedade, têm sido bastante complacentes com certos “ideais” em nome da tolerância. Elas pensam que para apoiar uma pessoa é preciso apoiar a sua causa.

O que fazer, então, para não ser tachado preconceituoso e intolerante, e, ao mesmo tempo, manter as convicções pessoais? Veja a seguir:

Saber separar as coisas

Saiba que você não precisa abraçar uma causa, com a qual não simpatiza, para demonstrar amor e respeito pelas pessoas. Tente separar as pessoas de suas ideias.

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Para não criar nenhum tipo de animosidade, deixe claro às pessoas que sua posição não é nada pessoal, mas refere-se à ideia em si.

Aprenda a amar as pessoas, a despeito de sua visão sobre a vida

Quando eu era vendedora em uma loja de Shopping, eu tinha um supergerente e vários colegas muito legais. Conversávamos sobre vários assuntos, ríamos e nos divertíamos juntos. Era um ótimo ambiente de trabalho. Mas eles sabiam que eu não gostava de participar de certas conversas e não apoiava algumas de suas causas.

No início, eles me estranhavam por ser “diferente”. Às vezes, faziam piadinhas a meu respeito, mas sempre levei numa boa. Com o passar do tempo, eles aprenderam a me respeitar, pois eu jamais os tratei diferente por pensar diferente.

Eles sabiam a minha posição sobre drogas, fornicação e homossexualidade. Apesar disso, sempre nos demos muito bem. Eu gostava deles e eles gostavam de mim. E não deixamos que as visões particulares que tínhamos sobre a vida atrapalhassem nossa amizade.

Respeite para ser respeitado

Nenhum estandarte que empunhamos com orgulho, por mais nobre que seja, dá-nos o direito de menosprezar as pessoas com convicções contrárias ou diferentes das nossas. Precisamos aprender a respeitar as pessoas, se quisermos ser respeitados.

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Não podemos considerar o pecado com o mínimo grau de tolerância

No episódio da mulher pega em adultério, quando todos estavam a postos para apedrejá-la, Cristo ensinou-lhes uma grande lição, ao dizer: “Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.” (João 8:7). E antes que a mulher se fosse, Ele fez questão de admoestá-la: “Vai-te, e não peques mais.” (v.11)

Conseguem entender a diferença? Cristo não evidenciou as pessoas pecadoras, mas os pecados que cometiam. Embora sempre tenha demonstrado o quando amava o pecador, Cristo jamais demonstrou a mínima tolerância em relação ao pecado. É assim que Ele espera que nos comportemos: que amemos o pecador e tenhamos aversão ao pecado.

Demonstre firmeza de caráter

Não seja como um barco sem âncora em alto-mar, sendo arremessado de um lado para o outro pelas ondas de ideias de todos os tipos. Lance sua âncora e firme-se em alguma coisa. De preferência, defenda o que é certo. Recebemos a Luz de Cristo, ou consciência, ao nascer para nos ajudar a discernir entre o certo e o errado. Utilize-se dessa dádiva para decidir o que defender.

Pessoas firmes em suas convicções são admiradas, mesmo por quem pensa diferente. Por outro lado, pessoas que se deixam levar facilmente passam um atestado de fraqueza e acabam perdendo o respeito das outras pessoas.

Finalizo com as sábias palavras de Boyd K. Packer: “A tolerância é uma virtude, mas, como todas as virtudes, quando exagerada se transforma em mal. Precisamos tomar cuidado com a “armadilha da tolerância” para não sermos tragados por ela. A permissividade possibilitada pelo enfraquecimento de leis do país que toleram atos legalizados de imoralidade não diminui a grave consequência espiritual resultante da violação da lei da castidade dada por Deus.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.