5 coisas que os pais devem saber sobre a fase da adolescência

Se os pais cultivarem um bom relacionamento com os filhos desde a infância será mais fácil quando eles forem adolescentes.

Taís Bonilha da Silva

A fase da adolescência pode ser bastante complicada para algumas famílias, contudo, se compreendermos alguns aspectos importantes dessa fase poderemos evitar traumas e sofrimentos desnecessários.

Se os pais cultivarem um bom relacionamento com os filhos desde a infância será mais fácil quando eles forem adolescentes, porém, essa fase carrega peculiaridades tão intensas que os pais, muitas vezes, ficam perdidos sem saber como agir.

As seguintes informações acerca dessa fase pode nos ajudar a compreender alguns comportamentos dos adolescentes e essa compreensão nos ajudará saber qual a melhor atitude a ser adotada.

  1. A adolescência é marcada por mudanças corporais, tais mudanças resultam na inconstância de emoções que os adolescentes sofrem, ora sentem-se mais adultos e querem ser tratados como tal, ora agem como crianças fazendo birras. Isso ocorre porque eles sentem-se confusos quanto a sua identidade, toda a certeza que tinham sobre quem são é reorganizada. Evidenciar os comportamentos mais adultos e não dar tanta importância para os episódios de infantilidade poderá ajudá-los a ir concretizando uma personalidade voltada para o mundo adulto.

  2. Nessa fase os jovens buscam aceitação de grupos com os quais se identificam e nesse momento muitos pais se veem aterrorizados. Nesse caso é importante os pais observarem que grupos são esses, acompanharem de perto para verificar a possibilidade de ser prejudicial, caso contrário, apoiá-los e participar do “mundo” deles será um modo bastante eficaz de conquistar confiança e fortalecer a relação de pais e filhos. Mas, se o grupo em questão resultar em comportamentos destrutivos os pais devem buscar orientar os filhos e ajudá-los a compreender as consequências. Existem adolescentes que se rebelam contra a família, buscar ajuda profissional de um psicólogo pode ajudar nesse momento tão delicado.

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  3. É muito comum nessa fase o adolescente afastar-se dos pais, pois há a necessidade de buscar um modelo diferente daquele adotado na infância. Nesse momento o jovem estabelece novas relações com o mundo exterior, e os pais precisam entender que não é pessoal, mas que esse distanciamento contribui para que eles reelaborem a imagem idealizada dos pais. O mais importante nesse caso é compreender que certo distanciamento do adolescente faz parte do amadurecimento, mas os pais não devem distanciar-se dos filhos. Estar presente e principalmente demonstrar ao jovem que estará sempre presente contribui para firmar a confiança e autoestima do adolescente.

  4. É na fase da adolescência que uma atitude contrária volta a ser adotada, assim como na fase dos dois anos quando a criança diz não a tudo para buscar firmar seu eu diferenciando-se do outro, o adolescente volta a esta etapa, pois está em processo de diferenciar-se do seu “eu infantil” para o seu “eu adulto”. Tal aspecto reflete em comportamentos de contrariedade, onde o jovem se opõe aos pais e a opinião dos pais. Nesse momento é primordial estabelecer muito claramente os limites, pois estes estarão sendo testados, mas também adotar uma atitude coerente de compreensão, ou seja, escutar os argumentos e discutir de forma racional, levando em consideração a opinião do adolescente. Impor limites, mas explicar os porquês.

  5. Tantas mudanças corporais e emocionais causam muitas angústias que precisam de espaço e tempo para ser elaboradas. O jovem volta-se para seu mundo interior na mesma intensidade com que sente necessidade de relações com o mundo externo. Essa introspecção é saudável até certo ponto, os pais devem ficar atentos e observar se o jovem não está substituindo relações externas por um isolamento permanente.

A fase da adolescência não é um momento fácil, nem para os pais, nem para o adolescente. Mas é uma fase importantíssima para a concretização do caráter e da personalidade que se levará para a vida adulta. Caberá a nós, pais, ajudá-los a passar por todas essas transformações de modo saudável e positivo. Devemos deixar de lado nossos traumas e frustrações para podermos apoiá-los.

Fonte: A busca da identidade na adolescência

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Taís Bonilha da Silva

Taís Bonilha da Silva, estudante de Psicologia, atua na área da Saúde Mental. Participa do Programa de Monitoria na Universidade na disciplina de Análise do Comportamento. Esposa e mãe de 2 filhos.