Ame mais, brigue menos
Brigas estão sujeitas a acontecer em qualquer relacionamento, mas existem 3 maneiras justas e melhores de brigar e evitar grandes explosões. Aprenda aqui quais são.
Megan Shauri
Enquanto crescíamos, meus pais nunca brigaram na frente de nós, as crianças. Se eles estivessem zangados um com o outro, geralmente não nos dávamos conta e era algo que eles discutiam a portas fechadas ou não discutiam. Ao passo que foi bom crescer sem confronto em nossa casa, aprendi que quando eu estava chateada com alguma coisa era melhor não falar sobre isso, se fosse gerar um confronto. Já adulta, eu fiz tudo o que podia para evitar o confronto. Às vezes, isso significava deixar o ressentimento crescer e às vezes até perder amigos. Eu pensava que estava bem. Minha vida era vazia de conversas negativas, e eu nunca tive que enfrentar esses sentimentos desconfortáveis que eu tinha. Tudo mudou quando conheci meu marido.
Meu marido é um homem passional, que não tem medo de dizer exatamente o que está em sua mente. Eu rapidamente aprendi que se eu quisesse um relacionamento com ele eu precisaria aprender a enfrentar os meus sentimentos. Nossos primeiros dois anos de casamento foram cheios de brigas. Principalmente sobre as pequenas coisas que são comuns naqueles primeiros anos de convivência. Eu não tinha ideia de como reagir a esses confrontos. Primeiro eu ficava na defensiva e discorria sobre por que eu estava certa e justificava minhas ações. Isso geralmente só fez as brigas durarem mais e tornarem-se mais pessoais do que precisavam ser. Eu sentia como se tivesse passado de um mundo sem nenhuma luta para um campo de batalha constante. Eu precisava encontrar um meio-termo.
Logo percebi que meu marido não estava trazendo algo à tona só para brigar por isso, mas sim para discutir algo que o estava incomodando. Como não fui criada para expressar meus verdadeiros sentimentos isto era novo para mim. Demorou algum tempo para me acostumar, mas depois que eu comecei a ouvir o que ele estava realmente dizendo, comecei a entender qual era o problema real. Foi quando começamos a nos comunicar em vez de brigar.
Quando temos brigas, o que acontece é que cada um de nós tem pontos engatilhados que causam um agravamento gradual. A fim de evitar que as coisas se agravem, estabelecemos algumas regras para quando nos encontrarmos em meio a uma discussão.
1. Nunca use a palavra divórcio
Saber que estamos numa relação de longo prazo nos permite ser mais confiantes com o outro. Se a palavra divórcio está sendo despejada em cada briga, ela coloca um fim na conversa. Essa palavra significa que acabou. Você está disposto a acabar com o casamento. Você não quer trabalhar com o problema. Quando excluímos essa palavra da conversa e sei que é algo que não estamos sequer considerando, isso permite que a discussão progrida através do seu curso natural e nos permite confiar que mesmo que estejamos brigando, nós ainda amamos um ao outro e vamos colaborar um com o outro.
2. Não sair no meio de uma discussão
Alguns casais sentem que dar um ao outro espaço e tempo para se acalmar e reunir seus sentimentos é a melhor maneira de lidar com uma briga. Para nós, isso não funciona. Ao afastar-se, é como se você não quisesse encontrar uma solução, você prefere apenas sair e pronto. Em vez disso, trabalhe com o âmago da questão até que haja uma resolução. É importante descobrir o que funciona para vocês e depois colocar em prática.
3. Não perca a gentileza
Quando nos casamos, meu marido me disse que esperava que nós não perdêssemos a gentileza em nosso relacionamento. A simpatia e aquelas pequenas coisas que você faz para o outro quando estão namorando. Como fazer pequenos atos de bondade, ser educado, tentar manter a calma, em vez de ficar com raiva de imediato, e, basicamente, apenas ter seu melhor comportamento. Às vezes temos que lembrar um ao outro de ser bom, mas isso tem realmente nos ajudado a ficar alertas.
Uma coisa que eu, pessoalmente, tento fazer nas minhas conversas com os outros é usar as minhas palavras corretamente ao expressar meus sentimentos. Coloquei a palavra “você” fora do meu vocabulário. Assim que eu usar a palavra “você” a outra pessoa vai ficar na defensiva. “Você” é uma palavra muito pessoal que traz uma carga de emoção, de se estar acusando e atacando, por isso é natural para alguém querer se defender ao ser abordado desta forma. Ao invés de dizer “Você sempre deixa as suas roupas no chão, apesar de eu ter pedido para você não fazer mais isso.” Experimente: “Eu não tenho certeza sobre o que fazer com todas essas roupas no chão, como podemos encontrar uma resposta para este problema?” Ela permite uma conversa com ideias de ambos os lados, em vez de uma luta que provavelmente não mais resultará em uma solução.
Provavelmente a coisa mais valiosa que eu aprendi é ouvir os meus próprios sentimentos. Eu vou admitir, não é fácil. Estou mais inclinada a manter meus pensamentos para mim mesma, ao invés de expressá-los. Mas isso só faz com que eles fervam sob a superfície e, em seguida, explodam com algo pequeno. Para evitar esse tipo de colapso, eu agora falo sobre como estou me sentindo. No entanto, também sei quando escolher minhas batalhas. Se eu reclamar sobre cada pequena coisa que me incomoda, isso se torna irritante. Há algumas coisas que eu aprendi a conviver e tudo bem.
Acho que depois de sete anos de casamento estamos finalmente em um meio-termo. Ainda temos brigas, mas não tantas e elas se resolvem muito mais rápido do que no passado. Estou longe de ser perfeita e entendo que existem áreas de minha vida que precisam ser melhoradas. Sei também que meu esposo não é perfeito, mas eu amo tudo nele, defeitos, e tudo mais.
_Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa Metzger do original Love more, fight less.