Amor ou vício? Quando o amor e carência excessivos não passam de dependência emocional

Abrir mão da própria vida para satisfazer e não contrariar o parceiro é uma prova de amor? Veja quando aquilo que pensamos ser amor, nada mais é do que um vício.

Erika Strassburger

Toda forma de vício – vício em comida, álcool, drogas, cigarro, entre outros – traz prejuízos para o organismo e, de uma forma ou de outra, para a mente. Mas há um vício esmagador para a autoestima, a dependência emocional.

Sobre esse vício, o psicólogo Marcos Bersam diz: “A dependência emocional é o pior dos vícios; escraviza patrocinada pelo amor, impede o crescimento e, por último, mata a pessoa ainda em vida, transforma o indivíduo em uma sombra existencial e sequestra a subjetividade característica do indivíduo.”

Veja alguns sinais de que não se trata de verdadeiro amor, mas de dependência emocional:

Baixa autoestima

A pessoa acha que não é boa o bastante, que não merece nada de mais, por isso acaba se contentando com qualquer tipo de relacionamento.

Carência excessiva

Ela precisa de alguém ao seu lado para se sentir bem e feliz. Não encontra felicidade e segurança enquanto não tiver alguém ao seu lado.

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Medo constante de ficar sozinha

Tende a se sentir perdida, aterrorizada pela possibilidade de permanecer sozinha.

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Receio de discordar

Ela evita bater de frente com o parceiro, evita posicionar-se contra seu ponto de vista ou questionar suas decisões por medo de perder sua aprovação e por medo de que surjam conflitos que podem acabar destruindo seu relacionamento.

Perda da identidade e submissão

A necessidade de agradar é tanta, que ela se anula para satisfazer a vontade do outro, apaga-se na relação.

Dificuldade para tomar decisões

Ela não toma decisões sem ter o aval do parceiro. Precisa de alguém que assuma responsabilidades importantes que ela mesma deveria assumir.

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Falta de autoconfiança

Ela tem dificuldade para iniciar um novo projeto sozinha por se considerar totalmente incapaz.

Tendência de permanecer em relacionamentos abusivos

Ainda que, inicialmente, o parceiro não tenha deixado sua tendência a práticas abusivas transparecer, é bem provável que ela permaneça no relacionamento quando os abusos começarem.

Tendência de se envolver com pessoas problemáticas

Pela necessidade de se sentir valorizada e útil (ao lado de alguém que precise dela de alguma forma), é comum que ela se envolva com pessoas viciadas, ou com problemas comportamentais ou psicológicos. E quando o relacionamento acaba, o ciclo continua, pois ela possivelmente voltará a se relacionar com um parceiro problemático.

No entanto, está nas mãos dela a decisão de interromper o ciclo e mudar sua forma de se relacionar. Ela só precisa reconhecer que não é natural esse tipo de comportamento em uma relação. Aliás, é uma forma doentia de se relacionar. Se ela acordar para essa realidade e buscar ajuda, é possível mudar de vida e descobrir o que realmente significa amar alguém. A dependência emocional ou afetiva pode ter raízes profundas, como traumas e conflitos, que podem ser descobertos e tratados através da psicoterapia.

Para uma pessoa conseguir se relacionar sadiamente com alguém, ela precisa, primeiramente, amar-se e aceitar-se. Só assim conseguirá amar o outro verdadeiramente. Se ela não consegue se amar, dificilmente conseguirá amar quem quer que seja da maneira como deve ser. Talvez por isso Jesus Cristo tenha determinado: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Marcos 12:31)

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.