Como vencer a insegurança quando recém-casados

As mudanças que se operam no início da vida a dois podem causar insegurança aos cônjuges e é importante que estejam atentos para que isso não interfira de forma negativa na relação.

Suely Buriasco

Passada a euforia da festa, o “enfim sós” pode causar certo desconforto com o passar dos dias. Isso é natural, afinal, mudanças significativas acontecem na vida dos cônjuges e, muitas vezes, eles ainda não se sentem preparados para as devidas adequações. Tudo isso pode fazer com que os recém-casados entrem em um processo de insegurança que precisa ser vencido antes que afete as bases do relacionamento que se inicia.

Idealização e frustração

O dia tão sonhado aconteceu e a vida que vocês desejaram viver juntos já é uma realidade, mas nem tudo tem sido como o que foi idealizado e a frustração é inevitável. Esse sentimento pode atingir tanto homens como mulheres, pois depende da personalidade de cada um e do nível de expectativa que colocou na vida a dois. Porém, em geral, essa frustração é maior nas mulheres que culturalmente são criadas para o “casamento perfeito”; por isso elas acabam sofrendo mais.

Choque de realidade

A psicoterapeuta da Unifesp Karina Haddad Mussa, especialista em medicina comportamental e neuropsicologia escreveu para o site Minha Vida: “Depois da festa, os recém-casados precisam estar preparados para enfrentar as contas para pagar, a divisão de papéis e o convívio com os defeitos do outro. Isso tudo pode ser uma frustração quando a pessoa não está pronta para enfrentar a realidade“. Com tantas responsabilidades é normal que as preocupações se avultem; o importante é não fazer disso motivo para insegurança, acreditando que a pessoa se afastou ou não está feliz.

Carência afetiva

Fonte de grande insegurança, a carência afetiva é muito danosa para as relações. É normal que as pessoas passem por fases em que se sintam mais carentes, o problema é quando essa sensação se torna constante e faz com que a pessoa se sinta isolada. Quase sempre não é o cônjuge que se afasta e sim a pessoa carente que cria uma solidão ao seu redor, consequência de dificuldades que, normalmente, têm origem no passado. Nesse caso, por mais atenção que o cônjuge dispense nunca é o bastante e a pessoa se sente ignorada e infeliz. É imprescindível mudar padrões de pensamento, aprendendo a valorizar mais as manifestações amorosas do cônjuge e deixando de cobrar continuamente, pois esse tipo de comportamento compromete de forma danosa a relação.

Autoestima

Não há como vencer a insegurança sem melhorar a autoestima, pois uma é o reflexo da outra. É preciso entender desde o início que o casamento não dará tudo o que a pessoa necessita para ser feliz. A felicidade é trabalho íntimo de cada um e jamais será possível encontrá-la em fantasias criadas visando realizações de outras pessoas. Desenvolvendo a autoestima através de realizações próprias que promovam real satisfação é possível livrar-se das inseguranças que minam qualquer relação. A psicóloga Rosemeire Zago esclarece que: “Uma pessoa com autoestima baixa, ou seja, que não reconhece o próprio valor estará cada vez mais buscando reconhecimento e aprovação, com uma necessidade quase compulsiva em agradar outras pessoas para ser valorizada, pois ela mesma não percebe o valor que possui“.

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É muito importante que a pessoa busque a causa da insegurança, tendo a consciência de que caso não encontre sozinha será preciso ajuda psicológica.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.