O inferno de um triângulo amoroso
Se você cogita a possibilidade de trair seu cônjuge, tenha certeza de ler este artigo antes.
C. A. Ayres
De acordo com o artigo Por que os cônjuges traem, lamentavelmente mais da metade de homens e mulheres traíram ou trairão seus cônjuges. Vamos analisar algumas situações reais:
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Um casal se apaixona, namora, casa, tem filhos. Um dia, a esposa descobre que o marido a trai, e já tem até um filho com outra pessoa. Ele não quer se separar, mas dorme fora de casa às vezes e a esposa não sabe o que fazer, pois depende dele, contra sua vontade.
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Uma mulher sofre abuso e passa por um divórcio traumático, trabalha com um homem muito cavalheiro que está com problemas no casamento. Como passam o tempo juntos, uma amizade entre eles nasce. Ele passa a contar sua versão dos problemas maritais a ela, ela passa a ver nele um confidente, até que ficam juntos uma noite, e na outra também. Ela se sente mal com essa situação, mas como acabou de sair de uma relação conturbada, ainda tenta refazer a vida, acha a ocasião perfeita, pois não quer maior envolvimento enquanto ele também não pensa em se divorciar da esposa.
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Um homem sai com várias mulheres enquanto é solteiro, seja pela facilidade e oportunidade ou pela necessidade de “ter algo novo” quando enjoa do que já tem. Um dia, apaixona-se por uma mulher diferente, linda, inteligente e se esforça para ser monogâmico, terminando o relacionamento com as outras. Casa-se, tem filhos com sua amada. Com o passar do tempo, ela muda, é claro, há responsabilidades, partos e tudo mais. Ele já não a acha tão atraente, e já não nega a possibilidade de se envolver com outra pessoa fora do casamento, já que continua tendo a oferta e facilidade através do trabalho ou outras situações. Aproxima-se de outras numa oportunidade qualquer e começa a trair.
Seja um inocente flerte com um colega de trabalho, uma noite com alguém disponível ou um caso extraconjugal assumido, há pontos comuns entre os casos relatados acima:
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Alguém sempre se sentirá traído na situação.
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Alguém possui autoestima baixa e consequentemente acaba aceitando envolver-se em situações desse tipo.
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Alguém não leva o convênio do casamento e o comprometimento com a família a sério, muitas vezes culpando a outra parte na relação.
Triângulos ou mesmo retângulos amorosos são relacionamentos disfuncionais que podem causar a destruição de famílias e gerações inteiras, além da depressão, estresse, vergonha, ansiedade, raiva, culpa, trauma, e mesmo alguns problemas mentais mais acentuados. Quanto mais uma pessoa conviver com essa situação, maior será o trauma e maiores serão os efeitos em sua saúde mental, principalmente se a parte traída já sofreu abuso na infância ou outro tipo de traição. Os filhos de relações deste tipo também assumem as mesmas disfunções mentais, proliferando o estigma do adultério por gerações.
Seja nos romances trágicos de Shakespeare, nas novelas e filmes que vemos, o triângulo amoroso dá pano de fundo para situações consideradas praticamente normais. Quantas vezes nos pegamos torcendo para o marido deixar a “esposa megera” e ficar com a “amante boazinha”? Os exemplos que vemos mundo afora levam a famílias destruídas, vingança – quando a parte traída trai também e ambos saem machucados na relação – e até a crimes passionais.
Há realmente desculpa para trair?
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Qualquer problema entre marido e mulher pode ser resolvido se ambos fizerem sua parte.
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As dificuldades na vida a dois podem ser resolvidas se ambos se unirem e trabalharem juntos.
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As investidas de pessoas de fora do casamento podem ser negadas e o foco pode ser na fidelidade que se prometeu quando assumiram a relação.
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As diferenças podem ser trabalhadas e juntos podem entrar num acordo.
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Se houver traição, o arrependimento sincero de uma parte e o perdão sincero da outra parte podem fazer milagres em prol da família.
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Para pessoas religiosas que valorizam os convênios feitos num altar, a obediência ao mandamento “Não adulterarás” é requisito para a felicidade do casamento.
Como se livrar de ser parte de um triângulo amoroso e curar a ferida da traição?
É uma estrada de mão dupla. Ou seja:
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O traidor precisa assumir a responsabilidade por seus atos e arrepender-se, pedir perdão, e fazer a restituição do erro com a parte traída, e deixar definitivamente de lado a vida dúbia. Em alguns casos, precisa fazer a restituição com o sujeito usado para a traição também.
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O traído precisa saber perdoar. Quando o traidor pede perdão e faz a restituição do erro, a responsabilidade agora é da parte traída de perdoá-lo e tentar não olhar para trás a cada chance que tiver.
Um estudo feito pela Universidade de Oregon e coordenado pela psicóloga Christina Gamache Martin em 2011 concluiu que:
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Se o traidor se tornar defensivo ou hostil ou ainda tentar justificar seus atos culpando o traído, é menos provável que o traído consiga perdoar e consequentemente esquecer o que houve.
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A grande maioria dos casais que conseguiram passar por cima de uma traição, isto é, onde o traidor arrependeu-se sinceramente, mudou de realidade, o traído perdoou e juntos venceram as barreiras do trauma, tiveram uma melhora na relação a dois e no casamento em si, tendo uma visão mais realista um do outro.
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Quando o traidor assume, arrepende-se sinceramente, pede perdão e abandona o comportamento o traído sente-se menos traído e o processo do perdão é menos doloroso.
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O objeto da traição, no caso o amante do traidor, tem duas escolhas: Pode assumir suas próprias falhas, sabendo que não deveria ter entrado numa relação com uma pessoa casada, ou pode culpar o traidor por ter lhe procurado, e não notar que sua autoestima baixa não lhe preveniu de sair em tempo da situação.
Considerações a levar em conta
Traições machucam um casamento como nenhum outro problema e formam as feridas mais difíceis de serem curadas. Mas, se vistas como uma via de mão dupla, onde tanto traidor como traído comprometem-se em salvar a relação, o casamento poderá sobreviver e florescer novamente.
Se você passou ou está passando por isso, analise a situação. Esse é um dos problemas mais difíceis de uma relação amorosa, embora não seja o único, nem o pior. Os que passam por ele, seja lá como o resolveram, precisam aprender algo: alguém sempre sairá machucado da história, sem falar nos filhos e famílias envolvidas.
Seja você o traidor, o objeto da traição, ou a parte traída, pratique o perdão. Isso ajuda a salvar seu casamento e também a conhecer e apreciar mais a relação a dois, a conhecer melhor seu cônjuge e a si mesmo.
Se o casamento acabou por causa disso, pratique o perdão da mesma forma, pois o perdão tem o poder de curar suas feridas mentais e facilitar a convivência quando necessária, principalmente se houver filhos.
Se você é a parte traída, não coloque a culpa em você mesmo, nem aceite-a. Isso evita piores traumas, outros problemas mentais e feridas emocionais, e a ordem é ser feliz, seja com a pessoa ou com outra.
Se você é a parte que está traindo, não importa como entrou nessa situação, seu casamento existe porque um dia foi bom. Leia o artigo 10 formas de reconquistar a confiança de seu conjuge e restaure sua família.
Enfim, se você está entrando ou vivendo um triângulo amoroso, saia já do que trará consequências irreversíveis por gerações. Fuja do que se tornará um inferno num futuro bem próximo.