Tem filhos adolescentes? Saiba como competir com a tecnologia
Nos anos 1990, quando eu estava no início da minha adolescência, os computadores apenas começavam a ser apresentados aos alunos na sala de aula.
Georgia Lee
Nos anos 1990, quando eu estava no início da minha adolescência, os computadores apenas começavam a ser apresentados aos alunos na sala de aula. Naquela época, se eu tinha uma pergunta, era à minha mãe que eu perguntava. Se ela não soubesse a resposta, eu perguntava a um professor. Se o professor não soubesse, eu ia para a biblioteca. Hoje, antes de perguntar qualquer coisa, procuro a resposta na Internet e a descubro por mim mesma. Depois, verifico se está correta perguntando a uma pessoa que conheça bem o assunto. Seus filhos adolescentes provavelmente fazem a mesma coisa. Por que eles perguntariam a você quando podem aprender tudo o que querem usando seus smartphones ou tablets sem precisarem receber aquele olhar penetrante que indaga: “Por que está perguntando isso?”
Esta é uma nova era em que os adolescentes podem, em questão de horas, se tornarem peritos em um assunto sobre o qual jamais ouvimos falar. Então, repito, para que seus filhos adolescentes procurariam você? Para obter respostas? Informações? Conselho? Eis aqui por quê:
Informações com base na experiência
A Internet pode fornecer conhecimento ao adolescente, mas com a exceção de alguns sites especializados, como sites sobre desenvolvimento pessoal ou sobre aconselhamento profissional, a Internet nem sempre fornece discernimento ou sabedoria suficientes; especialmente os sites do tipo prático. Eis então sua oportunidade de brilhar. Você tem anos de experiência pessoal e ganhou essa experiência de uma maneira em que provavelmente nem seus filhos adolescentes nem a Internet jamais pensaram. Você pode dar a seus filhos algo novo, uma perspectiva que eles ainda não viram. Pode ou não ser o que eles estavam procurando, mas vai ao menos ter algum significado para eles.
Anonimato
Nada do que se procura na Internet fica no anonimato. A ilusão de estar anônimo ajuda seus filhos a se sentirem à vontade ao pesquisar e aprender sobre tópicos que eles podem ter vergonha de perguntar ao pai ou à mãe. O tempo em que se tinha aquela “conversa” com os filhos já se foi há muito e hoje ela se transformou numa conversa constante sobre todas as dificuldades pelas quais os adolescentes têm de passar para permanecerem saudáveis. Certifique-se de que seus filhos adolescentes saibam que nenhum assunto é delicado demais ou tabu para que eles conversem a respeito dele com você. E mesmo que seja, finja que não é. Os filhos conseguem farejar o medo nos pais e, ao primeiro sinal de julgamento, correm para a zona de segurança e buscam ajuda de algum estranho pseudoanônimo para ajudá-los a solucionar suas curiosidades ardentes.
Envolva-se
O Google e outros sites da Internet fornecem um espectro amplo de informações e experiências a seus filhos. Eles podem ser atraídos para informações de natureza emocional e psicológica por meio desse fórum impessoal, porque podem se identificar com as experiências de outras pessoas que compartilham sua vida na Internet. Como pai ou mãe de uma geração anterior, sua experiência pode ser vista como — e provavelmente é — um pouco desatualizada e out. Então, atualize-se. Acesse o site do Google e veja a que seus filhos estão sendo expostos. Por exemplo, descubra o que é um “meme” e saiba por que é tão fascinante para os jovens. Dê uma olhada nos tweets no Twitter ou na linha do tempo no Facebook dos seus filhos e veja sobre o que eles estão falando. Converse com eles sobre os problemas deles no mesmo nível deles. Mostre a eles que você entende pelo menos um pouco sobre o mundo em que eles vivem. E, confie em mim, esse não é o mundo em que você cresceu.
Os dias de debates acalorados e discussões triviais honoráveis se foram. Agora, qualquer perguntinha leva a uma pesquisa no Google. Por que tentar descobrir a resposta sozinhos ou perder 20 minutos numa conversa? O melhor é ir direto para o minicérebro eletrônico e fazer com que ele dê logo a resposta. Isso pode confundir ou incomodar sua geração, mas seu filhos não sabem a diferença. Este é o mundo onde eles nasceram e estão sendo criados. É sua decisão escolher aceitar a mudança enquanto ela acontece e fazer o máximo para se adaptar aos tempos e atitudes em mudança.
Seu lugar na vida de seus filhos pode evoluir junto com a cultura e a sociedade, mas sua conexão e diretriz não podem se dar ao luxo de se desgastar. Especialmente do seu lado da corda. Mesmo quando seu filho adolescente virar as costas para você e se voltar para o dispositivo eletrônico em busca de uma resposta, continue falando. Ele vai acabar aprendendo que é mais fácil, mais eficiente e, muitas vezes, mais benéfico ouvir o que você tem a dizer do que pesquisar infindáveis páginas sobrecarregadas de informação.
Depois que seu filho adolescente tiver prestado atenção a você, respire fundo e ouça o que ele tem a dizer. Deixe que ele conte a respeito da vida dele, de seus desafios e triunfos e de como prefere passar o tempo. Ele pode achar que o acesso instantâneo a todas as pessoas que conhece e a todas as informações com que é capaz de lidar é o mundo ideal. Mas, aposto que seu filho deseja ter um contato mais direto com os amigos e com o mundo tanto quanto você quer ter com seu filho. Incentive momentos de conexão, mas sem os browsers, as telas, os aplicativos e sem atualizações e links eletrônicos que deixam você de fora.
Traduzido e adaptado por Wagner Vitor do original How parents of teens can compete with technology, de Georgia Lee.