Traição x Carência: Fortalecendo a autoestima e o autocontrole

É importante refletir sobre a traição como sendo fruto de um desequilíbrio pessoal manifestado pela carência, baixa autoestima e falta de autocontrole. Este artigo pode ajudar ambos, o traidor e o traído.

Suely Buriasco

Nossa civilização sempre presenciou a traição, seja de maneira velada ou de formas mais escancaradas. No entanto, nos tempos atuais muitos estudos sugerem que a infidelidade configura alguma distorção que pode e deve ser corrigida.

Segundo o psiquiatra Luiz Alberto Py no artigo “Traição deve ser encarada como um problema de quem trai” publicado no site: “E confiar no outro significa dar ao parceiro um crédito de confiança e ter em mente que cada um é responsável por sua própria felicidade. Ou seja, a traição deve ser encarada como um problema de quem trai e não de quem é traído“.

Carência afetiva

Todo ser humano, em algum momento da vida, sente-se carente. O que representa realmente um problema é quando essa sensação se torna contínua. Pessoas carentes exigem atenção todo momento e por qualquer razão se sentem preteridas. A carência pode desencadear muitos problemas no relacionamento amoroso, principalmente porque a pessoa está sempre procurando alguém que a satisfaça. Diante de uma crise matrimonial, o cônjuge carente pode ficar tão vulnerável a ponto de se envolver em um caso extraconjugal. O grande problema é quando ele percebe que além de não satisfazer suas carências, a traição só provoca maior sofrimento.

Alguns enganos provocados pela carência afetiva

  • Basta sentir que o marido ou a esposa estão envolvidos em algum projeto ou dificuldade, o pensamento cria: “Não me ama mais”, “Não me deseja”, “Não sou nada na vida dele”.

  • O ciúme está sempre presente: “Acho que ele tem outra”.

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  • Liga-se a qualquer pessoa que lhe dá o mínimo de atenção porque não se sente valorizado pelo cônjuge.

É extremamente recomendável procurar analisar o que está acontecendo e, o quanto antes vencer a insegurança provocada pela carência afetiva.

Autoestima

A baixa autoestima é um fator determinante nas crises de relacionamento. Muitas pessoas acabam se envolvendo em casos extraconjugais para provarem que conseguem satisfazer alguém. Nesse caso, a autoestima está tão definhada que a pessoa se engana a ponto de acreditar que casos fortuitos podem ser mais interessantes do que o casamento.

Para uma pessoa insegura, de baixa autoestima, conseguir alguém que lhes dê um mínimo de atenção é como uma vitória pessoal. Ela então se sente em condições de mostrar-se capaz e consegue esconder, de si mesma, sua insegurança.

Autocontrole

Diante de qualquer dificuldade pessoal ou no casamento em que a pessoa se sinta carente e insegura, o melhor é sempre não dar ouvido ao ego que impulsiona o “provar” algo. Investir em si mesmo, procurando ser e fazer coisas admiráveis não para os outros, mas para si mesmo é enriquecer a própria estima e se livrar do engodo da infidelidade. Quando não se está feliz consigo mesmo, não será outra pessoa a satisfazer a carência, porque ela é pessoal. Manter o autocontrole diante da tentação de enveredar por caminhos que levarão a grandes arrependimentos é o mais recomendável sempre. Nesses momentos há que se pensar: “Procuro prazer ou felicidade?”.

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A terapia de casal ou individual pode ser o lugar certo para lidar com o problema, enfrentar as dificuldades e retomar a vida com mais felicidade e segurança interna“, afirma a psicóloga Tais Azevedo na matéria “Traição na relação amorosa”.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.