Como manter um bom relacionamento com os filhos adultos

Dicas para ter um relacionamento saudável e feliz com os filhos adultos.

Suely Buriasco

Uma grande dificuldade para os pais é enfrentar a realidade de que seus filhos cresceram, tornaram-se independentes e já não precisam mais deles o tempo todo. A questão é tão séria que muitos pais desenvolvem processos depressivos nessa fase, principalmente quando os filhos saem de casa e passam a ter vida própria. É a chamada “síndrome do ninho vazio”.

Até certo ponto existe uma normalidade nesse sentimento de vazio, afinal, foram anos de dedicação na criação dos filhos com a casa cheia e tantas preocupações diárias com estudo, higiene, cuidados médicos, educação… Mas é preciso aceitar que este é o ciclo da vida e, portanto, não há como evitar. O grande problema é quando essa aceitação não existe e os pais passam a exigir e cobrar dos filhos uma atenção que não mais lhes pertence, ou melhor, não lhes é mais exclusiva.

Então se desencadeiam conflitos intensos entre pais e filhos, pai e mãe, pais, genros e noras e assim por diante. Além dos conflitos íntimos que surgem através de emoções como a raiva e a pena que se manifestam na culpa torturante pela discordância entre pessoas que se amam. Essa é uma situação lamentável e de grande sofrimento que os pais podem evitar através da adequação da relação com os filhos adultos.

Nesse sentido, algumas dicas podem ser interessantes:

1- Aceite que um ciclo se fechou em sua vida e permita que outro se abra: você fez o que podia enquanto eles cresciam, não seria o momento de aproveitar o tempo livre para você mesmo? Quem sabe retomar projetos antigos que foram sempre adiados? Trabalhos, cursos, programas com amigos. Esse não seria também um bom momento para investir em seu relacionamento conjugal? Lembre-se que a satisfação dos pais é ponto importante no bom relacionamento com os filhos.

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2- Olhe as coisas pelo lado positivo; filhos independentes representam uma grande vitória para os pais, afinal criamos nossos filhos para o mundo, não é mesmo? Bom lembrar que por independentes não se pode entender que eles não precisem mais de você, muito pelo contrário, sem cobranças eles serão os primeiros a querer que os pais participem de suas decisões na vida. Esse convívio é importante para toda a família.

3- Evite, pois, qualquer tipo de cobrança. Demonstre compreensão com a falta de tempo deles ou com suas escolhas pessoais. Nenhum tipo de relacionamento funciona baseado em exigências, sejam elas hostis ou dissimuladas. Pais que se fazem de vítimas para manter seus filhos por perto podem até alcançar esse intento, mas não haverá prazer na convivência. É mais questão de qualidade do que de quantidade.

4- Esteja receptivo a uma conversa. Comumente os pais se acostumam a falar muito e escutar pouco, isso sempre é um transtorno, mas na vida adulta se intensifica. Pais não são os donos da verdade simplesmente porque desejam o melhor para seus filhos; é preciso prestar atenção nas considerações deles. Você pode até discordar e deixar isso claro, mas é necessário acatar as ideias diferentes.

5- Se os filhos adultos ainda morarem com os pais é preciso estabelecer um novo pacto familiar, onde os filhos compreendam a necessidade de respeitar o fato de quem manda na casa são os pais, mas os pais também compreendam que seus filhos adultos são capazes e devem tomar suas próprias decisões, arcando com as consequências, principalmente quando já se sustentam.

6-E, por fim, seja o ombro amigo para seus filhos, essa é uma das grandes vantagens de tê-los adultos: você agora pode ser mais amigo do que tutor.

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Importante concluir que há beleza em todas as faces da vida basta que nos dediquemos a enxergá-las.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.