Como ajudar seus filhos a lidar com o divórcio
Veja o que fazer para poupar seu filho de mais sofrimento durante o divórcio e proporcionar uma transição o mais saudável possível.
Erika Strassburger
Ver a dissolução de um casamento ainda é algo que choca, apesar dos níveis alarmantes de divórcio em nosso e em outros países. Sabemos ou, ao menos, temos a ideia do sofrimento que envolve a separação de um casal. Os filhos acabam sendo os mais prejudicados. Eles podem ser imaturos demais para entenderem o que está acontecendo, e, principalmente, para lidar com sentimentos como raiva, medo, ansiedade, culpa, saudade, perda, tristeza e constrangimento. Se esses sentimentos afetam profundamente um adulto, imaginem o que causará a uma criança!
Alguns divórcios são justificáveis. Em lares onde há brigas intermináveis com agressões físicas e verbais, onde reina a infelicidade devido a traições, ao abuso de álcool e a outras práticas destrutivas, os filhos tenderão a ter uma postura madura, apoiando a separação dos pais. Não tem como terem paz e serem felizes num ambiente como esse.
Mas quando o divórcio é a saída mais fácil que encontram – ou seja, quando o casal ou um dos cônjuges não quer reconhecer que precisa deixar o egoísmo de lado, que precisa ser mais presente, mais gentil, mais amoroso, mais paciente ou tolerante – não há justificativa para a dissolução de um casamento. A saída é o arrependimento e a devida mudança de atitude, e não o divórcio.
Se o divórcio é inevitável, os pais precisam estar cientes da sua responsabilidade para amenizar o sofrimento dos filhos e poupá-lo o máximo que puderem de maiores sofrimentos. Por isso todas as decisões devem ser tomadas a fim de que a transição seja a mais tranquila possível. Vejam o que fazer:
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Ajam de forma madura e responsável. Jamais joguem seus filhos contra o cônjuge ou os usem como escudo ou arma durante uma batalha judicial.
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Optem pelo tipo de guarda que atenda às necessidades e interesse deles. A guarda compartilhada tem sido bastante incentivada pelos juízes.
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Levem a sério os sentimentos das crianças. Permitam que elas os expressem livremente. Elas precisam se sentir compreendidas.
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Digam, frequentemente, o quanto os amam. O cônjuge que saiu de casa precisa reforçar esse sentimento por palavra e ações. Eles podem pensar que ele saiu de casa porque não os ama mais.
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Jamais as recriminem por chorarem, por estarem tristes ou zangadas. É importante que elas coloquem para fora o que estão sentindo. É necessário, porém, que vocês monitorem o seu comportamento e considerem se ele está adequado à sua fase de desenvolvimento, considerando tudo o que elas estão vivendo. Elas precisarão de um tempo para compreender e aceitar a nova realidade familiar.
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As regras devem ser as mesmas na casa da mãe e do pai. Os filhos precisam sentir que há consistência na educação e que você e seu ex-cônjuge concordam com regras que envolvem alimentação, horário de dormir, entretenimento, etc.
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Contem às crianças as razões da separação. Eles precisam saber que não têm parcela alguma de culpa sobre o que aconteceu. É comum que as crianças menores pensem que têm culpa. Obviamente será necessário usar de muito tato ao lidar com determinados assuntos. É importante que o casal chegue num consenso sobre o que deve ser dito.
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Continuem se dedicando aos filhos, em termos de tempo, amor, atividades, companheirismo, etc.; ou se dedicarem um pouco mais, caso não o faziam antes. Lembre de sair sozinho com cada filho, para que ele se sinta especial e amado.
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Procurem manter as rotinas das crianças, ou mudem o mínimo possível.
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Incentivem seus filhos a amar e respeitar seu ex-cônjuge, independente do que tenha ocorrido que resultou em divórcio. Jamais dissemine seu rancor ou raiva entre seus filhos, principalmente com a intenção de atingir o pai ou a mãe deles.
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Não troquem tempo e atenção por presentes. O tempo para seus filhos deve ser sagrado.
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Tomem decisões em conjunto sobre questões que envolvam os filhos, como educação, saúde, esportes, viagens, etc.
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Não discutam pendências na frente das crianças.
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Se for necessário, busquem ajuda de um terapeuta familiar.
No livro Parents Forever: The Impact of Divorce on Children (Pais para Sempre: O Impacto do Divórcio nas Crianças), lemos: “Os pais às vezes tornam-se excessivamente permissivo com as crianças devido a um sentimento de culpa ou devido a uma falta de energia para a parentalidade. Limites proporcionam segurança e fronteira para as crianças e precisam ser aplicados de forma coerente por ambos os pais.”