Como apoiar um familiar com câncer

O apoio ao familiar com câncer é fundamental; necessário se faz refletir sobre como não fugir da grande responsabilidade que o momento impõe.

Suely Buriasco

O câncer é uma doença enigmática que, embora todo o avanço que a medicina tem mostrado, ainda causa uma comoção muito forte. É um diagnóstico que abala toda a família; ninguém nunca espera ou está preparado para isso. Entretanto, depois desse primeiro momento, é preciso agir no sentido de encontrar maneiras práticas de lidar com o problema.

Pós-diagnóstico

Se a doença já foi diagnosticada não adianta recusar-se a admiti-la emocionalmente; muitos familiares deixam de cumprir seu dever de auxiliar o ente querido diante de uma postura de negação da doença. O enfrentamento é difícil tanto para o paciente como para a família, no entanto, por mais que prefiram acreditar que “essa doença não é tudo o que dizem dela”, precisam buscar se conscientizar da gravidade do momento para não assumir uma postura egoística e mesquinha.

Cuidadores

Cuidar de um ente querido doente exige uma reorganização na dinâmica da família a fim de que os cuidados exigidos pela doença e pelo tratamento sejam incorporados às atividades cotidianas. É importante que todos os familiares se sintam cuidadores tanto pelo paciente, como para eles próprios. Muitos desequilíbrios emocionais na família poderiam ser evitados se as pessoas assumissem seus deveres em relação ao familiar doente; o remorso tem manifestações dolorosas.

O apoio

É difícil para os familiares verem seu ente querido sofrendo com a doença e os efeitos colaterais do tratamento, principalmente ao se iniciar o tratamento quimioterápico. Com certeza, acabam sendo acometidos por sentimentos e reações estressantes. Claro que existem muitos casos e variados tipos de tratamento, no entanto, não se pode fugir à realidade de que o tratamento do câncer é sempre muito agressivo e provoca inúmeros efeitos colaterais tanto físicos como emocionais. Para os físicos, existem os médicos e as equipes de saúde; para os emocionais, existe a família. O papel da família é de suma importância no restabelecimento do enfermo; é onde o doente encontrará o estímulo de que precisa para lutar contra os sentimentos e sensações destruidoras e vencer a doença.

A fé

A oncologista Nise Yamaguchi, de São Paulo, uma das mais conceituadas especialistas em câncer do país, afirma que: “A performance física de um indivíduo depende de aspectos emocionais, mentais e espirituais. Quem acredita que a vida continua após a morte tem uma postura diferente da pessoa que não crê na continuidade”. A fé levada à ação corresponde a um grande incentivo nessa luta, tanto para o doente como para os familiares.

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Apoiar um ente querido doente é doação, devotamento e amor; demonstra nobreza e sinceridade de sentimentos e, ainda, proporciona à família nova oportunidade de união e convívio harmônico.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.