Como evitar contrair mononucleose

Estima-se que cerca de 90% da população adulta tem anticorpos do vírus. Isso indica que em algum momento da vida um dos casos de “gripe” que tiveram na infância ou adolescência foi na verdade uma manifestação da mononucleose.

Erika Strassburger

A Mononucleose Infecciosa (MI), também conhecida como a “doença do beijo” ou “febre glandular”, é uma doença com baixa letalidade, causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), da família do herpes, contraída através do contato com a saliva de uma pessoa infectada.

Apesar de o beijo ser a maior forma de transmissão da doença, não é a única. Qualquer contato com a saliva ou o muco de uma pessoa infectada – seja através de tosse, espirro, do compartilhamento de colheres, copos, escovas de dentes, mordedores, chupetas, etc. – pode resultar em contaminação.

Os grupos de risco de infecção da MI são as crianças pequenas, que são infectadas pelos pais, por outras crianças ou por brinquedos e objetos contaminados que colocam na boca; os adolescentes e os adultos jovens, que contraem a doença normalmente através do beijo.

Após o contato, o vírus fica incubado por cerca de quatro a oito semanas antes de apresentar os sintomas que se assemelham muito aos da gripe, faringite ou amigdalites, que são:

  • Dores de cabeça.

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  • Cansaço, mal-estar, dores musculares.

  • Febre em torno de 39°.

  • Perda de apetite.

  • Inchaço das pálpebras superiores.

  • Dor de garganta.

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  • Aumento dos linfonodos do pescoço.

  • Aparecem rash (manchas vermelhas) após a administração de antibióticos, receitados indevidamente. Os antibióticos não devem fazer parte do tratamento. Quando uma pessoa começa a usá-los e as manchas aparecem, fica mais fácil diagnosticar a mononucleose infecciosa.

  • O aumento do baço em alguns casos.

  • Em até 20% dos casos, o fígado fica acometido podendo levar a um quadro de hepatite com icterícia.

Segundo a Wikipédia, “a doença em crianças é geralmente subclínica, mas em adultos pode raramente levar a meningo encefalite com disfunção neurológica ou comportamental, obstrução laringeal por edema e asfixia ou ruptura do baço , com casos raros resultando em morte.”

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Outras complicações da doença são a síndrome de Guillain-Barré, a paralisia facial. Em uma entrevista ao Dr. Drauzio Varella, o médico infectologista Dr. João Silva de Mendonça afirma: “Como boa parte dos herpesvírus, oEpstein-Barr traz consigo certo potencial oncogênico e relaciona-se com o carcinoma de nasofaringe (mais prevalente nas populações orientais) e com alguns tipos de linfoma.”

Sendo assim, como o vírus fica no corpo da pessoa infectada para o resto da vida, assim como qualquer herpesvírus, em pessoas predispostas geneticamente e com imunidade deficiente o vírus em estado de latência (repouso) pode evoluir para um câncer.

A doença é diagnosticada através da análise dos sintomas e de exames de sangue. É importante que o médico peça exames complementares para avaliar também o fígado e o baço do paciente.

Veja como prevenir-se contra essa doença:

1. Evite “ficar” ou “sair”

“Ficar” ou “sair”, na linguagem da juventude, significa beijar sem compromisso de namoro. Essa “facilidade” de se relacionar sem compromisso pode trazer consequências indesejadas. Contrair a mononucleose é uma delas. A saída mais responsável para evitar a infecção é sair (no sentido real da palavra) com a pessoa do sexo oposto por um tempo, como amigos, e quando decidir ter algo mais sério com ela, você poderá beijá-la. Isso não lhe dará garantia de que você não seja contaminado, mas pode reduzir as chances, principalmente se a pessoa que você beijar tiver o mesmo padrão de comportamento. Quanto menos pessoas você beijar na vida, menor será o risco de contaminação.

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2. Lave bem as mãos

Você pode ter contato com a saliva e o muco da pessoa infectada sem que ela te beije. Basta colocar a mão contaminada na boca. Por isso, procure lavar bem as mãos sempre que estiver em locais públicos.

3. Não compartilhe objetos pessoais

Cuide para que talheres, copos, toalhas, escovas de dente e outros objetos pessoais não sejam compartilhados com outras pessoas.

4. Não beije uma criança na boca

Alguns pais têm o costume carinhoso de dar beijinhos nos lábios de seus filhos. É um costume nada higiênico. Eles podem ser infectados por muitos vírus e bactérias, além de cárie. Cuide também para não deixar resíduos de saliva na mão ou em qualquer parte do corpo que a criança leva à boca.

5. Não coloque a chupeta, mamadeira, mordedor ou qualquer outro objeto da criança na sua boca.

Nem permita que outra pessoa o faça, seja criança ou adulto.

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6. Quando você estiver aparentemente resfriado, não tussa ou espirre perto dos outros

Retire-se. Quanto não der tempo, coloque o rosto contra um objeto de forma que faça uma barreira. Pode ser a manga da blusa, um lenço, uma toalha, etc.

Não existe um tratamento específico para a doença. O tratamento é sintomático, ou seja, para aliviar os sintomas. Antitérmicos, bastante hidratação e repouso são fundamentais para o paciente infectado. A doença regride bem lentamente. Os sintomas podem levar algumas semanas para passar e os gânglios desincham em torno de dois meses. 

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.