Casamento e Finanças: Colocando as Cartas na Mesa
Soluções para conversação e resolução dos problemas financeiros no casamento.
C. A. Ayres
A honestidade em relação às finanças é requisito básico para a manutenção do casamento. Segundo o IBGE, infelizmente, a taxa geral de divórcios tem crescido assustadoramente nos últimos anos, e um dos principais motivos é a discordância no casamento em relação às finanças. Quando uma pessoa gasta mais do que a outra, ou tem mais débito que a outra, ou, ainda pior, quando uma não gasta e não tem débito, e sai prejudicada por más escolhas financeiras da outra parte, a coisa complica.
Marido e mulher precisam estar dispostos a trabalhar juntos com um único objetivo, e ajudarem-se mutualmente a pagar as dívidas, falando a mesma língua sobre o assunto “dinheiro”.
Primeiramente, podemos fazer um orçamento (budget). Ou seja, listamos as entradas, como salário e lucros, depois as saídas, como despesas em geral. As entradas tem que ser maiores que as saídas. Se tivermos dívidas, é necessário cortamos gastos e negociarmos formas de pagamento, até a quitação total das mesmas, e isso inclui parar de gastar e aprender a viver conforme seus ganhos. A ordem é gastar menos do que se ganha, documentar tudo, guardar recibos, avaliar as despesas, evitar os supérfluos, ter disciplina e consistência. Se estão endividados, tem que economizar e pagar as dívidas, que podem se tornar uma bola de neve.
Todo mundo sabe disso e pode até achar que é fácil falar, mas sim, com certeza é possível colocar em prática também, além de dar um bom exemplo sobre como viver e resolver problemas aos filhos.
Um casamento de sucesso inclui sacrifícios conjuntos. Obtermos educação, um bom emprego, casa própria, alimentação e vestuário, tratamento médico e educação para os filhos são despesas básicas. Independente das dificuldades presentes até mesmo na economia do país, depende mais das metas e prioridades que temos individualmente e como casal do que qualquer outra coisa ou pedra no meio do caminho. O restante pode esperar.
Para começar a conversa com nosso cônjuge, podemos juntos listar o que recebemos e o que precisamos pagar.
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Converse com seu cônjuge, peça sua ajuda para que possam progredir juntos. Fale sobre suas ideias e sonhos, e ouça as do outro. Cheguem a um denominador comum.
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Conversem sobre seus sonhos e planos, e decidam o papel do dinheiro para atingir estes objetivos.
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Priorizem estes objetivos juntos. Tenha certeza de que as necessidades de ambos serão realizadas, utilizando o melhor da habilidade financeira de cada um. A mãe é a genitora do lar, enquanto sua prioridade pode ser cuidar dos filhos, o marido pode se encarregar de trabalhar fora.
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Determinem como serão gerenciados os assuntos financeiros do dia-a-dia.
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Decidam quem será responsável pelo pagamento das contas.
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Definam um valor que cada um poderá gastar todo mês sem ter que consultar o outro.
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Determinem como serão tomadas as decisões de investimentos de longo prazo.
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Mantenham os registros de seus gastos atualizados numa planilha ou software especifico, como MS Money, Quicken, Mint ou mesmo num caderno de anotações mensais com entradas e saídas. Pode-se fazer, ainda, um calendário com as datas de vencimento das contas básicas.
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Mantenham-se informados. Seus planos devem ser flexíveis e devem ser revistos ao menos uma vez por ano. Dessa forma, poderão se certificar de que os objetivos continuam os mesmos e que ambos estão confortáveis com a manutenção da conta conjunta. A conta conjunta cria um senso de unidade, que é vital para uma relação. Ao separar o dinheiro, você desabilita uma integração que deve estar presente numa relação de longo prazo. Apesar de que, às vezes, contas separadas permitem que cada individuo mantenha sua independência, podendo fortalecer a relação. Depende do casal.
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Considere abrir uma poupança e guardar um pouco por mês. Ter um fundo de emergência é crucial nos dias de hoje e pode ajudar muito no futuro, em caso de doença, desemprego, emergências, ou mesmo pra aposentadoria, faculdade dos filhos, uma viagem ou reforma da casa.
O mais importante é conversarem claramente sobre suas dificuldades financeiras e unirem-se em prol da família, para que os objetivos financeiros comuns sejam atendidos. Afinal, toda pessoa madura e passível de ser ensinável sabe que nem sempre a vida acontece como planejada. Os votos matrimoniais “na saúde e na doença, na alegria e na tristeza” incluem desemprego, morte, doença, períodos curtos ou longos de dificuldades, e ao invés de virar-se contra o outro, a união sempre traz melhores resultados.
Então, mãos à obra e não deixe que o dinheiro, muito menos a falta dele, sufoque sua relação. O casamento irá agradecer.