Mulheres de fé

Veja dicas e sugestões para ser feliz, desenvolvendo a virtude e a feminilidade.

Marilia de Andrade Conde Aguilar

Certa vez, uma jovem, que acabara de perder o pai, estava triste, desanimada e longe de casa, quando leu uma placa que mudaria sua vida para sempre: “O que quer que sejas, cumpre bem o seu papel.”

Em nenhuma outra época da história da humanidade as mulheres desfrutaram de tantas liberdades como nos dias atuais.

Elas conquistaram o direito de votar, estudar, trabalhar fora, o direito de escolher com quem se casariam e quando, enfim, assumiram o controle de suas vidas.

Isso resultou em um sentimento de realização, satisfação e tranquilidade geral, consequências dessa maior liberdade de escolha, certo?

Infelizmente, não… O que nos falta então?

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Acredito que só conseguiremos alcançar esse sentimento de plenitude à medida que nos distanciarmos das preocupações mundanas e da imoralidade, e buscarmos cada vez mais uma vida virtuosa ao desenvolver nossa feminilidade.

A esse respeito, a escritora americana Anne Morrow Lindbergh comentou:

“As feministas não vislumbraram (…) o futuro [o suficiente]; não estabeleceram nenhuma regra de conduta. Para elas bastava reivindicar os privilégios. (…) E [portanto] as mulheres de hoje ainda estão buscando. Estamos cientes de nossa fome e necessidades, mas ignoramos o que irá satisfazê-las. Com o tempo livre que conquistamos, estamos mais aptas a secar nossas fontes criativas em vez de enchê-las. (…) Lançamo-nos indiscriminadamente de corpo e alma nos comitês e causas. Sem saber como nutrir o espírito, tentamos abafar suas exigências com distrações. Em vez de fixar o centro, o eixo da roda, acrescentamos mais atividades centrífugas a nossa vida, o que tende a jogar-nos [ainda mais] para longe do equilíbrio. (…)

[Para as mulheres] o problema [ainda] é como nutrir a alma” (Gift from the Sea, New York: Pantheon Books, 1975, pp 51-52).

Como, então, “nutrir a alma” e alcançar esse nível de satisfação? Como desenvolver a virtude e a feminilidade em um mundo moralmente insensível, que denigre a imagem da mulher?

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1) Não julgue

Acredito que o primeiro passo seria não julgar nem ao próximo, nem a nós mesmas com tanta severidade.

Cada mulher é única. Somos diferentes e vivemos em realidades diferentes.

As que escolheram se dedicar exclusivamente ao marido e aos filhos não são menores em importância do que as que trabalham fora.

É preciso ressaltar que “o trabalho mais importante que qualquer mulher pode realizar é alimentar, ensinar, incentivar, motivar e criar os filhos em retidão e verdade”. (Gordon B. Hinckley, Ensign, outubro de 1996, pp. 67-70).

Por outro lado, as que precisam trabalhar fora não são menos mães por ter que dividir seu tempo entre as duas atribuições. Muitas delas são as únicas provedoras do lar financeira, emocionalmente e em todos os outros sentidos.

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Para elas, Gordon B. Hinckley disse: “Reconheço (…) que existem algumas mulheres, na verdade muitas delas, que trabalham para atender às necessidades da família. Para vocês eu digo: façam o melhor que puderem. (…) Sei que algumas de vocês debatem-se intimamente com as decisões a respeito dessa questão. Repito: façam o melhor que puderem.”

Há ainda aquelas que não se casaram e frequentemente lutam com sentimentos de solidão e desapontamento. E ainda acabam ouvindo comentários sugerindo que estão solteiras por culpa delas ou por motivos egoístas.

Sobre isso, faço minhas as palavras de James E. Faust quando disse: “Quero lembrá-los de que muitos que são solteiros oferecem uma ajuda muito necessária aos membros da família e a outras pessoas, provendo apoio, aceitação e amor a sobrinhos e sobrinhas, irmãos e irmãs, e parentes afastados. (…) Nessa tarefa, eles podem exercer grande influência porque frequentemente são capazes de dizer coisas que os pais não conseguem dizer aos próprios filhos.” (A Liahona, agosto de 2007, pp. 3-6)

2) Não corra mais do que suas forças permitem

Não tente bancar a supermulher. Existem muitas causas nobres a serem defendidas, mas precisamos aprender a definir prioridades.

“Há muitas [mulheres] que estão enfrentando dificuldades e sofrendo, muitas que estão correndo além de suas forças, esperando demasiado de si mesmas. Como resultado, estão surgindo novas e não diagnosticadas doenças relacionadas ao estresse.” (Patricia T. Holland, Ensign, outubro de 1987, pp 26-33)

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Sendo assim, defina prioridades, realize uma tarefa de cada vez e tente não se preocupar demasiadamente com o futuro.

3) Reserve tempo para orar

Orar de forma fervorosa, realmente abrindo o coração a Deus, ao externar nossas preocupações e temores e agradecer pelas muitas bênçãos recebidas.

Ao fortalecermos nossa conexão com a Divindade, estaremos também nos protegendo do envolvimento excessivo com as coisas materiais e condições mundanas.

4) Aprenda com as escrituras

Precisamos efetivamente estudar as escrituras. E isso significa ir muito além de somente ler. Envolve o estudo, a meditação e a oração.

Só assim conseguiremos captar a verdadeira mensagem que elas contêm e saber como aplicar esses ensinamentos em nossa vida – em nosso próprio desenvolvimento espiritual e também em benefício de nossa família.

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5) Pratique a caridade

“Qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salvá-la-á.” (Lucas 17:33)

Acredito que nada é capaz de nos elevar tanto, e de nos proporcionar maior alegria nesta vida, quanto o serviço ao próximo.

O devido amor próprio surge como a recompensa de colocarmos os outros em primeiro lugar.

Independente de qual é o papel que você ocupa hoje, faça-o bem. Dedique-se de corpo e alma!

Lembre-se sempre que “A felicidade não depende do que acontece fora de você, mas do que acontece dentro de você.” (Harold B. Lee, Ensign, fevereiro de 1974, p.78)

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Ao nutrir sua alma, você estará em condições de cumprir o seu papel e encontrar a verdadeira felicidade nesta vida, que advém da compreensão plena de que somos filhas do Pai Celestial, que nos ama e quer que sejamos felizes.

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Marilia de Andrade Conde Aguilar

Marilia Condé Aguilar é advogada, escritora, esposa e mãe. Adora pesquisar e está sempre em busca de soluções práticas para ajudá-la a equilibrar suas responsabilidades familiares e profissionais.