8 formas de destruir o equilíbrio emocional de seus filhos

Já sabemos que filho não vem com manual de instruções. Também nem sempre o que é bom para um é bom para outro. Mas, se ajuda, aqui estão 8 comportamentos que os pais devem evitar.

Stael Ferreira Pedrosa

Nossos filhos são tudo para nós. Nós os amamos de todo nosso coração. E embora queiramos o melhor para eles, às vezes erramos feio.

Sherrie Campbell, psicóloga licenciada com vinte anos de experiência, aconselha que evitar alguns erros como os apresentados nesse artigo pode proteger seu filho de vir a desenvolver problemas emocionais crônicos como depressão, transtornos de ansiedade, problemas sociais e familiares, além de baixa autoestima.

1. Ignorar ou minimizar

Quando seu filho expressa seus sentimentos, estes são reais para ele, embora pareçam bobagem aos pais. Se você ignora ou minimiza, está dizendo a ele que seus sentimentos não são importantes ou pior, que são errados. Alguns pais chegam mesmo a zombar, humilhar ou fazer provocações sobre seus sentimentos. Fazer isso é jogar fora oportunidades de mostrar amor incondicional e de criar um elo forte com seu filho. Ele experimentará um sentimento de solidão e desamparo.

2. Limites e regras indefinidos

A criança espera que seus pais lhes deem limites. Elas sabem que é assim. Limites as mantêm seguras e conscientes do espaço que podem percorrer na interação com os outros. Quando os pais não apresentam claramente tais limites ou não definem regras claras, as crianças nunca sabem se estão agindo certo ou errado. Elas não podem adivinhar suas expectativas e estarão sempre ansiosas sobre o que pode ou não pode. Seu único caminho será explorar as possibilidades. Elas irão testar os limites, o que pode acarretar mau comportamento e baixa autoestima.

3. Ser amiguinho dos filhos

Pais são pais, amigos são amigos. Não procure seus filhos para fazer confidências sobre seus problemas e preocupações. Principalmente se eles estão em fase de crescimento. Muito menos lhes peça conselhos. Isso os colocará na posição de iguais. Nossos filhos precisam de uma liderança sólida. Isso, claro, não significa que devamos parecer invulneráveis, super-heróis e nem ditadores. Tampouco duros ou sem emoções. Apenas devemos ser exemplos para eles de que os problemas existem, que temos nossas fraquezas, as conhecemos, mas que podemos superar. Se a vida estiver muito difícil, procure terapia e não os ombros dos seus filhos.

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4. Falar mal do pai ou mãe deles

Todo casal tem problemas e muitos cônjuges guardam ressentimentos uns contra os outros. Embora não deva ser assim, sabemos que isso acontece. A questão é lembrar-se que seus filhos não devem participar de tais sentimentos. Eles amam a ambos os pais e se um começa a falar a mal do outro para o filho ele irá ressentir-se e seu mundo parecerá mais ameaçador causando ansiedade crônica.

Como as brigas dos pais afetam os filhos

Quando os pais não demonstram afeto um pelo outro, falam mal um do outro e brigam na frente dos filhos, estes entendem que os relacionamentos são assim e tenderão a perpetuar isso em suas próprias relações no futuro. Quando o casal é divorciado um dos pais não deve tentar ser o favorito em detrimento do outro, isso é alienação parental.

5. Punir sua independência

Crescer é o que os filhos fazem, não é? Eles crescem, eles se tornam independentes. Devemos respeitar e aceitar isso. O processo de tornar-se independente e ter atitudes e desejos naturais da idade em que estão pode, por vezes, ser doloroso para eles e não acrescentaremos nada de bom se começarmos a perguntar demais, a querer controlar demais. Isso os afastará dos pais.

6. Valores equivocados

Se seus conceitos de sucesso são ligados à aparência, altas notas escolares, quantidade de amigos e outros parâmetros superficiais e você deixa transparecer isso a seus filhos, eles começarão a se preocupar mais com os resultados que com a ética. Os filhos querem agradar aos pais e eles começarão a fazer todo o possível para aparentarem ser o que você deseja que sejam. E pior ainda, quando os pais os comparam a outros mais bonitos e mais bem-sucedidos. Isso é negar amor incondicional, destruir sua autoestima e deformar seu caráter para sempre.

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7. Impedi-los de amadurecer

Dar palpites nas relações deles, correr para brigar com os professores quando um deles pune seu filho é inibir seu amadurecimento. Seu filho tem que experimentar o mundo e isso às vezes pode ser doloroso. Ele tem que aprender que seus atos trazem consequências e que ele tem que arcar com tais consequências. Deixe-o lidar com os problemas para que ele aprenda autonomia. Só interfira se isso lhe for pedido ou se for uma necessidade. Se ele puder resolver sozinho, deixe-o fazer isso.

8. Excesso de proteção

Quando poupamos nossos filhos das consequências de seus atos, de emoções ou acontecimentos ruins, das notícias desagradáveis no mundo, estamos dizendo a eles que os problemas não existem em seu caminho. Eles criarão expectativas de que a vida é mais fácil para eles e terão um ego superinflado. As crianças têm que saber que os problemas existem, que nossas expectativas nem sempre serão atendidas e que o “não” faz parte da vida. Devem aprender que algumas vezes vão sentir dor, raiva, tristeza, desapontamento e que serão experiências que embora desagradáveis, lhes ensinarão habilidades de superação.

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Se aprenderem que não são o centro do universo, tenderão a sofrer menos com as perdas e frustrações.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.