Como ensinar seus filhos a serem obedientes a uma babá

Transmitir valores corretos ? s nossas crianças não é nada do outro mundo. Veja aqui como fazer.

Fernanda Ferrari Trida

O que você deseja para seu filho? A resposta que rapidamente vem à nossa mente é saúde, felicidade e sucesso na vida. Saúde se obtém por meio de boa alimentação, consultas periódicas ao médico, exames quando necessário, prática de esportes, dentre outros. Felicidade pode até depender de muitos fatores externos, mas só é verdadeiramente obtida com o auxílio de uma família estruturada, aberta à conversa, amorosa e cujos valores sejam positivos e dignos. Por fim, o sucesso na vida é o resultado da união de todos os ensinamentos que os pais transmitem a seus filhos e que eles, por sua vez, absorvem e colocam em prática.

Como o título deste artigo fala da obediência às babás, tomei a liberdade de utilizá-lo como exemplo. Entre os anos de 1950 e 1960, as famílias de classe média e alta possuíam babás. Estas eram, em sua maioria, tratadas como “segunda mãe” e, não raro, mantinham contato com aqueles de quem cuidaram por toda a vida, chegando até a cuidar dos filhos destes. A geração atual de mamães parece estar mostrando mais gosto pela escola (berçário ou creche) do que por babás (os motivos não são o escopo deste texto).

Contudo, acho importante ressaltar que manter uma babá em casa não deve ser uma queda de braço com a mãe pela atenção da criança, e sim uma soma. Por isso mesmo, uso a “obediência a uma babá” como exemplo para a pergunta inicial que volto a repetir: O que você deseja para seu filho?

  1. A primeira coisa a saber (e a se lembrar sempre) é que a criança tem os pais como as figuras centrais de sua vida. Portanto, não é somente o modo de falar (com rispidez, amorosamente, com raiva) que ela vai imitar, mas também seu jeito no trato com o outro. Pais confiantes, calmos e pacientes transparecerão mais segurança a seus filhos. Já pais estressados e inseguros que não confiam nos outros, correm o risco de criar filhos com dificuldades de relacionamento (isso começa em casa com a babá, por exemplo).

  2. Os pais não precisam obedecer à babá. Não é isso que estou dizendo. Não quero dar a entender que ser obediente é a mesma coisa que ser submisso, mesmo por que, submissão não é legal para ninguém. Afirmo apenas que os pais precisam ser gentis com a babá e enfatizar que, se eles estiverem ausentes, ela é a responsável pela casa e pela criança. Assim, deve ser obedecida. Isso deve ser dito de forma clara, firme e amorosa. Se necessário, digam todas as vezes antes de saírem.

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  3. A babá precisa se sentir à vontade para dar uma ordem à criança. Se a criança não a obedecer, ela tem que saber como puni-la e são vocês os responsáveis por informá-la disso (ela não é obrigada a saber).

  4. Nunca deem bronca na babá, muito menos na frente da criança. Ela não é da sua família. Ela é funcionária de vocês e merece total respeito. Se vocês não sabem como tratar uma pessoa adequadamente, procurem ajuda profissional para resolver isso, senão o filho de vocês aprenderá que as pessoas devem ser maltratadas e isso inclui vocês num futuro próximo.

  5. Uma babá é um ser humano. Conversar com ela sobre amenidades ou mesmo sobre a vida dela (se quiserem entrar nesse mérito, é claro), enquanto a criança está presente (só não falem sobre assuntos que não sejam adequados à idade da criança) pode ser interessante para demonstrar que existe afeto entre a família e a funcionária e que não há nada de mal se existir afeto entre eles também. Agora, um ponto muito importante: se vocês a colocaram dentro de sua casa é porque checaram seus antecedentes e todas as informações que julgaram necessárias à sua contratação, além de confiar nela. Contudo, se sentirem que há algo diferente com seu filho, fiquem mais atentos aos fatos. Isso não é errado.

Gentileza, amor, confiança e todos os sentimentos desprovidos de vaidades e negativismos só vêm a somar, só acrescentam coisas boas a todos os membros da família e a todos os que entram em contato com eles. Ser feliz por inteiro é um ensinamento que os pais são capazes de passar para seus filhos quando estes ainda estão crescendo dentro do útero e que só acaba quando morrem. É um trabalho contínuo e muito recompensador. Somos todos iguais.

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Fernanda Ferrari Trida

Fernanda Trida é jornalista, médica veterinária, dona de casa, esposa, mãe de Marcela, com três anos, e de João, com um ano de idade.