Esta avó voltou a estudar por causa do neto: Veja o que ela disse

Nunca é tarde para começar a estudar. Com 66 anos essa vovó provou que, incentivada pelo amor, tudo é possível.

Caroline Canazart

Quando o amor é grande, até as barreiras mais difíceis da vida podem ser ultrapassadas.

A faxineira Maria das Mercês Silva, 66 anos, provou isso quando, há dois anos, resolveu matricular-se na escola para poder ajudar o neto Felipe Alexandre Feitosa dos Santos, 10 anos, que vive com ela desde 1 ano de idade.

A pernambucana que mora em Curitiba nunca havia frequentado a escola. Seu pai achava que estudar era coisa para homem e que mulher precisava cuidar da casa. Assim, dona Maria nunca aprendeu a ler ou a escrever. Quando o neto começou a frequentar a escola, ela se viu com um grande problema: ele queria ajuda nas tarefas de casa, mas dona Maria não podia auxiliá-lo. “Eu chorava porque não conseguia ajudar nas tarefas”, lembra. E o que o inspirado e amoroso neto fez? Começou a pedir para a avó ir para a escola também. “Vovó, vamos para a escola. Vai ser bom para você. Você vai aprender e vai me ensinar”, incentivava ele.

E deu certo! Animada por Felipe, Dona Maria se matriculou na Escola Municipal Rachel Mader Gonçalves e hoje está no segundo período do EJA – Educação de Jovens e Adultos – que corresponde ao 4º e 5º ano do ensino fundamental. Uma das vovós da sala, já que a classe tem alunos com idade entre 36 e 71 anos, ela participa de todas as atividades, inclusive dos exercícios de educação física.

A professora Priscila diz que a mãe de nove filhos é uma aluna muito dedicada e que não falta às aulas. Inclusive, algumas vezes a vovó e o neto vão para a escola juntos de bicicleta. Enquanto a avó está na aula ele fica esperando em outra sala onde tem atividades educativas.

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Para o menino que quer ser advogado, a vovó já melhorou muito pois já reconhece palavras, sabe ler e escrever. “Eu costumo corrigir as lições dela, mas quero que um dia ela corrija as minhas”, diz o menino que está no 5º ano na Escola Municipal Marumbi.

Dona Maria diz que nasceu de novo ao, enfim, descobrir o significado das letras. “Eu estou muito feliz. Estou igual a uma criança. Sabe quando a pessoa está cega e começa a enxergar? É isso que está acontecendo comigo hoje”, diz a vovó que hoje pode pegar um ônibus sem medo nenhum de errar.

_Imagem: Prefeitura de Curitiba

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Caroline Canazart

Caroline é uma jornalista catarinense que optou por ser mãe em tempo integral depois do nascimento dos filhos. Ama escrever e ainda acredita que pode mudar o mundo com isso.