10 coisas que todos os pais e mães de primeira viagem precisam saber
Dicas que ninguém nos conta quando vamos ter um filho. Leia e aproveite.
Fernanda Ferrari Trida
Assim que declaramos ao mundo que estamos esperando um bebê, todos (sem exceção) passam a nos encher de informações sobre como é estar gestando, como é ter um bebê, como é cuidar de uma criança, como o pai deve ajudar, como a mãe deve se comportar… Gostaria de ter anotado tudo o que me disseram durante minhas duas gestações. Teria dado um bom livro. Não seria necessariamente um manual de instruções sobre todo o processo que é gerar um filho. Ficaria mais para um livro de comédia bufa.
Se eu tivesse seguido tudo o que me falaram quando tive cansaço, contrações, enxaquecas, noites mal dormidas, dificuldade em amamentar, creio que teria ficado doidinha, no mínimo. Meu marido também. Criança não é um robô! Não adianta dizerem como você deve se sentir e se portar durante a gravdez para que seu bebê seja tranquilo. Não funciona apertar um botão de liga-desliga no seu filho (existe um desses?) e achar que ele vai parar de chorar.
Ler bastante sobre a gravidez, consultar o obstetra sobre quaisquer dúvidas que possamos ter, por mais bobas que pareçam, e procurar por um pediatra antes mesmo do bebê nascer são regras de outro. Seguir à risca tudo que as “comadres” falam pode não ser interessante. O casal deve passar por esse processo estudando juntos, confiando um no outro e procurando entender o que está se passando com cada um, agora que uma nova vida veio para aumentar a família.
Existem, pelo menos, dez informações importantes para todos os papais e mamães de primeira viagem para que a gestação e o cuidado com o recém-nascido sejam fatores de união e crescimento familiar:
1. O vínculo entre os pais e o bebê
O primeiro chute do seu bebê ainda dentro do útero já é uma resposta a estímulos externos. O feto começa a ouvir os ruídos do mundo na sexta semana da gravidez. Assim, tudo o que os pais sentem, demontram e vivenciam é passado para o bebê. Quanto mais estímulos positivos durante a gestação, melhor será para todos após o nascimento. O bebê busca segurança nas figuras materna e paterna. Se vocês souberem criar um vínculo forte e que demonstre segurança ao feto, terão um bebê que se acalma sempre que ouvir suas vozes ou sentir sua presença.
2. O papel do obstetra
O obstetra é o médico que tem por dever saber tudo sobre gravidez. Saibam escolher um bom profissional e confiem nas informações que ele vai passar a vocês. Levem suas dúvidas a ele. Tenham a liberdade de telefonar se estiverem preocupados com algum sintoma que a futura mamãe tenha. Perguntem a ele sobre livros para que vocês tenham mais conhecimento sobre o que estão passando e, assim, possam ter uma gestação mais calma.
3. Ginástica durante a gestação
Esse tópico não é voltado somente para as futuras mães. Os pais devem se envolver em todos os aspectos da gravidez. Um deles é, definitivamente, sacudir o corpo e sair para se exercitar, nem que seja apenas duas vezes na semana. A mamãe se sente mais acolhida por ter um companheiro que está compartilhando o máximo possível com ela e o papai aproveita para relaxar um pouco. Mas, um aviso: consulte sempre o obstetra antes de iniciar qualquer atividade física para saber o que a mulher grávida pode fazer.
4. Sexo
Os hormônios da mulher estão completamente alterados durante a gestação. Isso é novidade para ela também, não só para o marido. Portanto, seja gentil com sua esposa, que pode ter mais ou menos libido durante a gravidez. Informe-se para entender o que está ocorrendo. Mas não se preocupe: depois que os hormônios voltam a se comportar normalmente, tudo parece entrar nos eixos de novo.
5. Pediatra
Escolham o pediatra antes mesmo do parto, pois depois que o bebê nasce vocês precisarão de alguém com conhecimento a quem recorrer. Logicamente, as avós podem ajudar, mas nada melhor que um médico cujo telefone vocês tenham na mesa de cabeceira para ajudá-los quando não souberem o que fazer. Para encontrar um bom pediatra, nada melhor que perguntar às mães que conhecem e entrevistar um a um. Conhecer pessoalmente o profissional é muito importante, principalmente para ver se ele realmente abraçou a pediatria a ponto de atender telefonemas durante a madrugada ou receber os pais para consultas emergenciais aos finais de semana e feriados.
6. Como saber se está tudo bem com seu bebê quando ele está chorando?
Se seu bebê está chorando, verifiquem se está com fome, frio ou calor, fraldas sujas, dor ou sono. Se tudo isso estiver em prefeita ordem, ele está “manhosinho”. Precisa de um colo, de carinho, de palavras doces apenas. Tendo isso em mente, vocês verão como fica mais fácil entender o que se passa sem se desesperarem.
7. Peçam ajuda da família
Quando nosso primeiro filho vem ao mundo, parece que nunca mais vamos conseguir dormir novamente. E se não tivermos a quem recorrer para nos ajudar a tirar um cochilo de vez em quando, fica mais difícil. O papai também deve colaborar para que a mamãe tenha seu descanso, tão importante para a produção de leite como para o bem-estar psicológico da mulher. Unam-se e peçam para a família contribuir também.
8. Como contratar uma babá de confiança?
Se vocês querem ou precisam recorrer a uma babá ou enfermeira especializada em recém-nascidos, pesquisem. Existe uma infinidade de profissionais que trabalham por uma diversidade imensa de salários. Perguntem ao pediatra, aos familiares, aos amigos, procurem agências de emprego e entrevistem tantas candidatas quanto for possível. Se gostarem de alguma profissional, sugiro que visitem o local onde mora, que conheçam pessoalmente quem lhes deu suas referências e se previnam contra pessoas que não estão bem-intencionadas.
9. Babá eletrônica
Mesmo que vivam em um local pequeno, uma babá eletrônica é sempre bem-vinda. Ela nos dá a tranquilidade de que tudo está bem com o bebê em seu quarto. Afinal, todo mundo precisa de um pouco de privacidade e não é porque o bebê nasceu que vocês devem deixar de namorar e se divertir, mesmo que seja dentro de casa.
10. Dividir as tarefas
Papai e mamãe são igualmente responsáveis por trazer o bebê ao mundo. Portanto, também devem dividir a responsabilidade de cuidar dele, da forma que o casal achar melhor. Entrem num acordo e se ajudem sempre. Esse é o segredo para que se mantenham unidos e felizes durante dias cansativos e noites mal dormidas. Não se afastem um do outro. Isso é ruim para vocês e para o bebê.
Por fim, gostaria de indicar novamente (já o fiz em outro artigo) um livro do qual gostei bastante. Achei muito fácil de ler e com informações precisas e de grande valia. Trata-se de Filhos – da gravidez aos 2 anos de idade – dos pediatras da Sociedade Brasileira de Pediatria para os pais (Organizadores: Fábio Ancona Lopez e Dioclécio Campos Jr.). Espero que este artigo e este livro ajudem vocês nessa jornada. Parabéns e boa sorte!