5 coisas para se pensar quando sair de casa com uma criança com necessidades especiais

Os conselhos deste artigo visam preservar a segurança física e emocional das crianças, tanto delas como de seus pais em relação à maneira como lidam com suas deficiências.

Erika Strassburger

Sair de casa com uma criança com necessidades especiais pode ser uma aventura, principalmente se a criança souber caminhar. Algumas delas são bem serelepes e podem não ter a mínima noção do perigo, por isso é bom ficar sempre atento.

Baseada em experiências pessoais, ofereço 5 conselhos a você, pai ou mãe de uma criança especial, para quando tiver de sair de casa com seu filho:

1 – Não fique incomodado com olhares alheios

Nas reuniões de pais na APAE de um município que eu morava, era comum ouvir queixas dos pais afirmando que seus filhos sofriam preconceito: “As pessoas ficam olhando para meu filho depois cochicham ou riem!”.

Por ser mãe de uma criança especial, é comum eu observar outras pessoas especiais. Gosto de ver como se comunicam, como agem. Procuro sempre sorrir para elas e para quem estiver com elas, tanto para mostrar o meu apreço quanto para evitar qualquer constrangimento.

Meu conselho é: independente de qual seja a deficiência do seu filho, relaxe. Não tente decifrar olhares, sorrisos ou cochichos. Se fizer isso, você enlouquecerá. Idealize o seguinte: “são somente pessoas olhando para meu filho, nada mais.” Você não tem poder para ler a mente de ninguém. Se vir preconceito em todos, você estará sendo injusto na maioria das vezes.

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Então, se alguém olhar para o seu filho daqui por diante, olhe para a pessoa e sorria.

2 – Atente para a segurança dos locais aonde você vai, inclusive no caminho até chegar lá

Essa era a minha maior preocupação. Meu filho costumava fugir, atravessar a rua correndo sem olhar para os lados, se esconder, subir, entrar, mexer. Dependendo do lugar onde tínhamos de ir, eu já saía de casa tensa. Supermercado, só se tivesse alguém junto para ajudar a cuidar dele. Casa de amigos, só se houvesse tranca no portão. Lugar com piscina?! Nem pensar! Caminhar na calçada, somente segurando a mão dele com firmeza.

Por volta dos 9 ou 10 anos ele foi acalmando. A impulsividade foi diminuindo gradualmente e a noção do perigo foi aumentando. Hoje ele está na adolescência, fica tranquilo e seguro na maioria dos lugares que vai, exceto em praia e parque aquático, onde ele ainda se arrisca.

3 – Lembre-se de levar tudo o que seu filho pode precisar

Muitos imprevistos podem acontecer e é bom estarmos preparados. O ideal é a criança ter uma bolsa, sacola ou malinha com seus pertences mais importantes sempre pronta. Assim não será preciso ficar quebrando a cabeça cada vez que for sair de casa pensando em tudo o que precisa ser levado.

Os pais de crianças pequenas ditas “normais” também precisam carregar a bolsa delas para lá e para cá. Os pais de crianças especiais precisam carregá-la por muito mais tempo e, em alguns casos, pela vida toda.

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Veja uma lista com alguns itens importantes. Adapte-a segundo as necessidades do seu filho:

  • Fraldas.

  • Toalhinhas higiênicas.

  • Lenços umedecidos.

  • Medicamentos que ele usa regularmente, antitérmico e antialérgico.

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  • Termômetro.

  • Carteirinha de vacinação.

  • Uma ou mais mudas de roupa.

  • Água/suco.

  • Alimento que ele está acostumado a comer, principalmente se ele tiver restrições alimentares.

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  • Boné ou chapeuzinho, protetor solar e repelente contra insetos para passar na pele.

  • Almofada bem macia para o caso de ele não caminhar. E outros.

4 – Evite ficar fora de casa por muito tempo

Esse conselho serve, principalmente, para quem tem crianças com dificuldade de locomoção. Quando estão em casa, elas se sentem mais à vontade, pois há várias opções para acomodá-las: no chão – sobre uma superfície macia, na cama, no chiqueirinho ou em qualquer outro lugar apropriado. E há condições de mudá-las de lugar com frequência. O mesmo não acontece em locais públicos e na casa dos outros. Nesses locais, elas acabam ficando muito limitadas ao carrinho ou cadeira de rodas, o que pode deixá-las estressadas.

5 – Estabeleça regras claras

Crianças que já sabem o que se espera delas têm mais facilidade de seguir regras. Agora, se não houver regras claras ou se elas forem mudadas constantemente, as crianças ficarão muito confusas.

Uma boa conversa é sempre necessária antes de sair de casa para ir para qualquer lugar. Nessa conversa a criança precisa ser informada sobre aonde vai, quem vai encontrar lá e o que se espera dela naquele local. Não subestime a capacidade de seu filho de compreender regras.

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Embora algumas vezes ficar em casa seja a melhor opção, não podemos nos privar nem privá-las de horas agradáveis de descanso e diversão. O bom senso é a chave para se divertir sem cometer excessos.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.