5 elogios nocivos que fazemos aos nossos filhos
Sempre elogiamos nossos filhos para incentivá-los e felicitá-los. Mas dependendo da maneira como fazemos isso, o rumo pode tomar a direção contrária.
Marcia Denardi
Elogiar os filhos, claro, é um modo muito eficiente de incentivá-los e mostrar carinho. Mas é preciso atentar para não elogiar de uma maneira que provoque efeitos colaterais no desenvolvimento emocional da criança. Do mesmo modo que algumas formas de elogiar ajudam no desenvolvimento e autoestima das crianças, outras podem transformá-las em pessoas arrogantes, inseguras (sempre com medo de fracassar) ou com sentimento excessivo de autocobrança.
Confira abaixo algumas das piores maneiras de elogiar o filho, e como elas podem prejudicá-lo, ao invés de ajudá-lo:
1. “Não existe criança mais linda que você”
Não importa qual rótulo você vai empregar para elogiar a criança dessa forma, pode ser “mais linda”, “mais inteligente” ou “melhor”. De qualquer modo, quando você diz que seu filho é mais do que os outros, além de acreditar de fato que é, a criança vai se sentir na obrigação de superar os outros sempre, e vai passar a vida disputando. Pessoas assim normalmente são arrogantes. E se aparecer outra pessoa considerada “mais” do que ela, ou simplesmente for elogiada na sua frente, a frustração vai bater de frente, assim como a inveja.
2. “Parabéns para tudo”
É completamente saudável parabenizar os filhos pelas conquistas e coisas boas que fazem. Só é preciso tomar cuidado para não dizer parabéns por qualquer coisa que o filho tenha feito. A criança provavelmente vai crescer esperando que seu trabalho e suas realizações sejam sempre reconhecidos. Quando não forem, pode surgir desânimo e revolta com as pessoas. Algumas obrigações, como ajudar em casa e ser altruísta, por exemplo, são atitudes que devem ser feitas naturalmente, e não como uma forma de conseguir mérito.
3. Elogios superficiais
Muitos pais elogiam as crianças por algo que tenha feito, mas nem sabem direito do que se trata. Por exemplo: a criança vem com um desenho, e os pais ocupados com outras coisas, dizem “lindo”, mas na verdade nem olharam para o desenho. A criança não é boba. Ela percebe quando o elogio não é de coração.
4. Elogios com segundas intenções
Outra tática comumente usada pelos pais é embutir uma cobrança no elogio. Por exemplo: “Você é uma menina tão querida, então não brigue com seu irmão”. Neste artigo, a psicóloga afirma que elogios como esses, na verdade, manipulam a criança, que se sente na obrigação de fazer o que os pais ordenam. Para a psicóloga, os elogios devem ser espontâneos.
5. “Você é muito inteligente”
Este artigo esclarece qual é o problema de tanto elogio, que não está no elogio em si, mas sim no rótulo. Quando você elogia demais a pessoa por ser inteligente, por exemplo, ela pode subentender que jamais poderá fracassar, então não vai tentar fazer nada muito além de suas capacidades, para não correr o risco de as pessoas acharem que, afinal, ela não é tão inteligente assim. O correto seria elogiar o esforço da pessoa naquele momento, por exemplo: “Nossa! Como você se esforçou para essa prova. Muito bem!”.
Especialistas apontam que muitos pais elogiam com a intenção subliminar e indireta de fazer cobranças aos filhos. Outros, com o intuito de elevar a autoestima, jogam a criança lá em cima, despejando excesso de adjetivos. Corrija suas atitudes e contribua para a formação de um adulto equilibrado.