Filho único: como mimar sem estragar

Qual é o limite que precisamos estabelecer entre o amor e a superproteção com filhos únicos? Descubra através destas dicas de especialistas no assunto.

Cibele Carvalho

Na década de 60 os valores da taxa mundial de fecundidade eram de 4,92 filhos por mulher, nessa época surgiu a tão usada e famosa pílula anticoncepcional, que logo em seguida na década de 70 reduziu os números da taxa de fecundidade para 3,7 filhos por mulher.

Atualmente as pesquisas do IBGE apontam que em 2016 a taxa de fecundidade das mulheres brasileiras será de 1,6 filhos por mulher.

Esses dados demonstram uma verdadeira mudança e a tendência mundial de redução de filhos pelas mulheres, muitas vezes por opção, outras, no entanto, devido ao número crescente de doenças que causam infertilidade, como o meu caso.

Pois bem, independente das consequências e dos fatores, se por alguns anos ou talvez pela vida toda vamos cuidar apenas de um filho, sozinho, precisamos aprender a lidar com essa situação da melhor forma possível, para que esse filho possa crescer e alcançar sua independência e essencialmente sua saúde física e mental.

No livro Criando Filho Único a autora Carolyn White, nos traz dicas incríveis que ajudam muito nesse processo, confira algumas delas:

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Ser permissivo demais ou de menos? Qual a medida certa?

Esse equilíbrio entre o que pode e o que não pode, entre ceder ou não ceder, fica realmente um pouco mais complicado nessa situação das crianças únicas, pois o medo de que aconteça algo a elas é maior, porém os pais devem permitir que os filhos únicos aprendam com suas frustrações.

É necessário encontrar a medida entre o carinho, a proteção e o medo dos pais, precisamos deixar que as crianças desde pequenos façam escolhas, mas que sejam sim podadas quando necessário, principalmente em situações perigosas ou que influenciem de forma negativa para a família toda.

Dar tudo que querem ou não?

Os pais precisam aprender a negociar com os filhos entre o que pode e o que não pode, mesmo se possuem condições financeiras e pessoais de fazer todas as vontades de seus filhos, isso não é saudável.

Todas as pessoas desde crianças precisam aprender e descobrir que nem todas as suas vontades serão satisfeitas no decorrer da vida, que o NÃO é costumeiro em muitas e diversas situações, portanto, os pais precisam praticá-lo também com filhos únicos, dizer não sempre que necessário e acostumar-se a esperar o tempo de aceitação da criança, ou seja, manter o não até o final.

Seu filho precisa que você tenha essa coragem, que vire as costas para ele e deixe-o respirar e aceitar o não.

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Compensação material e emocional

Alguns pais acham que o fato da criança não ter irmãos precisa ser compensado material ou emocionalmente, ledo engano, pois a falta de irmãos pode e deve ser compensada durante o decorrer da vida da criança através de outras pessoas diferentes dos pais.

Filhos únicos precisam conviver e ter muitos amigos, precisam conviver com tios, avós, primos, entre outros familiares que os possibilite enxergar outras realidades de convivência.

Divida a atenção que você dá ao seu filho com outras pessoas, deixe-o ficar sem você, isso é imprescindível para que a criança não se sinta supervalorizada e ache depois que o mundo inteiro lhe deve alguma coisa.

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Como estabelecer limites lógicos e fáceis

Precisamos aprender como pais que a felicidade dos filhos não depende de brinquedos e de dinheiro, mas normalmente de cuidados e amor.

Impor limites é amar um filho, dizer sim o tempo todo e aceitar as malcriações sem castigos não é amar verdadeiramente um filho, mas sim permitir que ele cresça sem correções e assim se torne alguém intransigente, arrogante, egoísta e egocêntrico com a sociedade que viverá.

As regras da vida são claras: se você não trabalha não recebe, assim precisa ser com nossos filhos, se não merece ou não precisa porque devemos dar?

Filhos únicos são confiantes e normalmente grandes conquistadores, querem agradar aos pais durante a vida toda em recompensa da atenção que receberam, porém precisam aprender a serem eles mesmos e não somente o reflexo do que os pais são.

Aprenda a amar com limites, permita continuar a ser você e não somente a mãe ou o pai da criança, viva sua vida particular também, liberte um pouco mais seu filho único.

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Cibele Carvalho

Bacharel em Direito, Mediadora e Conciliadora de Família, realiza palestras para noivos e recém-casados sobre relacionamentos, especialista em Psicologia Jurídica, esposa, mãe e genealogista.