Você espera filhos perfeitos?
Aqui está a minha história de quando eu esperava que minhas filhas fossem perfeitas.
Shawn Fink
Nota do editor: Este artigo foi publicado originalmente em The Abundant Mama Project. Ele foi republicado aqui com permissão, traduzido e adaptado por Sarah Pierina.
De alguma forma, em algum momento ao longo dos últimos meses, eu me transformei na Sra. Crítica.
Parte disso tem a ver com sentir pressão para as minhas filhas se saírem bem. Parte tem a ver com a necessidade de elevar as expectativas de minhas filhas, pois elas estão mais velhas e precisam de responsabilidade e independência e de sentir gratidão pelo mundo ao seu redor. Este é sempre um equilíbrio delicado para qualquer pai ou mãe – tentar descobrir o quanto incentivar e o quanto segurar, sem soltá-los. Mas uma parte ainda maior tinha a ver comigo e com a visão que eu tinha para elas, o tipo de filhas que eu queria que elas fossem e como eu as imagino neste mundo.
Então, quando eu vi minha filha de 8 anos se afastando dos livros, da leitura e das aventuras criativas – as mesmas coisas sobre as quais construímos nossa vida familiar – e apenas querendo brincar com os amigos ou assistir TV quando está em casa, eu senti como se eu tivesse falhado. Comecei a pensar muitas vezes “Eu não sou suficiente”. Eu estava desanimada.
Esse alerta me fez acordar para a realidade – felizmente. Eu estava começando a me tornar a própria mãe que eu nunca quis ser.
Em algum momento entre o último ano escolar e o início deste, eu de repente comecei a esperar filhas perfeitas.
E isso não foi planejado…apenas aconteceu. Como todas as mães, eu só tinha a melhor das intenções.
Uma coisa levou a outra e eu estava dizendo não com frequência. Eu estava questionando e julgando SUAS escolhas e SEUS gostos e desejos. Eu estava chateada com a forma que elas estavam escolhendo passar o seu tempo livre. Elas não estavam lendo o suficiente. Elas não estavam sendo criativas o suficiente. Elas não estavam felizes o suficiente. Elas não estavam comendo suficientemente bem.
Eu estava desesperadamente tentando incentivá-las gentilmente a serem as filhas que eu sempre pensei que seriam, mas o que aconteceu é que, em vez disso, fui caindo de cara na amargura e acidez.
É tão fácil colocar expectativas e mais expectativas sobre elas – e sobre nós mesmos.
É tão fácil ver tudo o que são capazes de fazer e tão difícil ver esse potencial não ser utilizado em diferentes fases de suas vidas.
É tão fácil criar nossas ideias de quem devem ser e como devem agir e o que devem fazer, pois nós sabemos o quão excelentes podem ser neste mundo.
É tão fácil deixar nosso poderoso amor por quem elas podem ser tomar conta e editar quem elas realmente são neste exato momento.
Então, eu passei muito tempo tentando transformá-las de volta nas crianças curiosas e imaginativas que costumavam ser quando eram um pouco mais novas. Com gentileza, é claro, mas o suficiente para que tudo desabasse sobre mim.
“Você espera que eu seja perfeita”, uma delas me disse uma noite quando estava fazendo sua tarefa.
“Eu só quero que você faça o seu melhor”, eu disse.
Mas ela estava certa. Eu sei que o seu melhor é realmente bom, então eu estava esperando ver aquilo todos os dias sem falhar.
Eu realmente comecei a não gostar de quem eu havia me tornado naquele momento, apesar das minhas melhores intenções. Tive então uma conversa bem honesta com o pai delas naquela noite no quintal sob o lindo céu noturno.
“Eu só espero que as fundações que eu lhes dei acabem aparecendo”, eu disse chorando. “Mas eu tenho que confiar mais nelas. Tenho que deixá-las cometer erros e aprender as coisas da maneira mais difícil.”
Sendo do tipo tranquilo, mas sábio, ele me assegurou de que todo o nosso trabalho duro irá se revelar. Elas ainda são jovens e têm tanto tempo para crescer e evoluir. Deixe-as brincar e se divertir agora.
Essa epifania de mãe veio em boa hora – antes de ser tarde demais, antes que eu deixasse que todas as expectativas que estavam se acumulando na minha mente se acumulassem nas minhas filhas.
Eu me peguei sendo a mãe que eu NÃO queria ser, mas não é tarde demais para mim.
“Porque o verdadeiro pertencer só acontece quando apresentamos nosso eu autêntico e imperfeito para o mundo, nosso senso de pertencer nunca pode ser maior do que o nosso nível de auto aceitação.” – Brené Brown
Eu estou pronta para começar novamente com uma nova atitude de gratidão por quem elas são agora, mesmo que não seja o que eu escolheria, mesmo quando erros e equívocos acontecem. Porque é a vida delas. Elas podem experimentá-la da maneira que quiserem, desde que estejam sãs, salvas e felizes.
E eu posso relaxar e assistir tudo se desenrolar sem tentar moldá-las no que eu quero que elas sejam.
Meu foco neste mês, enquanto preparo para guiar mais de 100 mamães no seu próprio caminho é lembrar que eu sou suficiente e que minhas filhas são suficientes como são. E confiar muito mais a cada dia.
A cada sessão, eu peço para as mães no programa definirem suas intenções para as quatro semanas conforme trilhamos pelo caminho da gratidão e abundância nesta vida que estamos vivendo agora.
A intenção, para mim, muda a cada momento, porque a minha temporada materna muda tantas vezes também. Essas temporadas exigem um foco e uma perspectiva diferente, a fim de chegar a um sentimento de verdadeira abundância.
Então, eu estou aqui para declarar a minha intenção de mãe para o mundo:
Talvez o seu foco esteja em um lugar completamente diferente. Eu esperaria isso. Tivemos mães que entraram na sala de aula sentindo-se perdidas em sua identidade. Tivemos mães definindo sua intenção em torno de ser mais presente e menos distraídas. Tivemos mães que queriam parar de gritar. Tivemos mães que queriam se sentir felizes novamente.
Não importa a intenção de estar no programa, o objetivo é o mesmo – se afastar disso por quatro semanas sentindo verdadeira abundância como uma mãe pacífica, brincalhona e presente – não importa o desafio acontecendo em você ou ao seu redor.
Eu construí o programa em torno de meus próprios desejos de ser a mãe que eu quero ser… e eu ainda uso cada lição como se fosse nova para mim. E ao ler as histórias de esperança, amor, sucessos e fracassos de cada mãe ao redor do mundo, isso me muda e me lembra de acordar e lembrar o que é ser uma Abundant Mama.
_Traduzido e adaptado por Sarah Pierina do original Do you expect perfect children?.