Não me envergonho do Evangelho de Cristo

Esta afirmação do apóstolo Paulo em Romanos 1:16 nos ajuda a aplicar nossa coragem e bom ânimo em viver e defender nossas crenças cristãs.

C. A. Ayres

Hoje em dia existe uma aversão generalizada quando há confusão entre “moral” e o que a maioria das pessoas entende como falsa moral praticada por aqueles que as decepcionaram.

Quando falamos sobre valores e princípios morais para fortalecermos nossas famílias, vemos que muitos que tínhamos há poucos anos já não existem, e se os defendemos, somos ridicularizados. Vivemos numa época onde há oportunidades e escolhas ilimitadas, mas ainda sofremos com a pouca tolerância daqueles que, ironicamente, exigem a mesma tolerância. Mundo afora prega-se a libertinagem, um tipo de liberdade onde não há responsabilidade das escolhas feitas, com a desculpa de que o “respeito” deve acontecer de qualquer forma.

Thomas S. Monson nos alertou sobre isso, dizendo: “Para tomarmos decisões corretas, é preciso coragem — a coragem de dizer “não” quando devemos, a coragem de dizer “sim” quando for adequado, a coragem de fazer a coisa certa porque é o certo.”

Como ensinamos nossos filhos a terem coragem?

Como pais ou mães, cada vez que nossos filhos precisam fazer algo por si mesmos, sempre aconselhamos: “Juízo, hein?”, “Cuidado!”, “Prestem atenção para atravessar a rua!”, “Não dê bola para pessoas estranhas!”, “Se alguém quiser lhe pegar, grite e saia correndo!”, “Se não for um local bom ou se fizerem algo mal lá, saia imediatamente!”. São tantos conselhos em relação à segurança física, psicológica e moral de nossos filhos, pois sabemos, através de nossa experiência de vida que, neste mundo, tudo pode acontecer se não estivermos atentos.

Vez ou outra vemos nos noticiários o ato corajoso de alguém que salvou outra pessoa de um acidente fatal. Porém, o poeta e escritor escocês Robert Louis Stevenson disse: “A coragem cotidiana tem poucas testemunhas. Mas a sua não é menos nobre por não haver rufar de tambores nem multidões gritando seu nome.”

Advertisement

Algumas formas de agir e ensinar os filhos a agir com coragem perante situações desagradáveis:

Conhecer quem somos e nosso propósito

  • Saber que somos filhos e filhas de Deus e merecemos ser felizes e termos o melhor em nossas vidas, ajuda a nos afastar de coisas e pessoas que não entendem essa herança e nossa natureza divina.

  • Saber exatamente o que o Senhor espera de nós também faz toda a diferença.

  • Fortalecer nossa fé com o estudo das escrituras diárias, reuniões familiares, oração faz com que aprendamos a viver melhor e na prática de acordo com os mandamentos de Deus, exemplificando um lar de paz e harmonia aos nossos filhos.

Transformar nosso lar num refúgio contra as tempestades da vida

  • Todos teremos dificuldades em nossa jornada. Mas, com Jesus Cristo como nosso exemplo, teremos mais força e entenderemos melhor o propósito das provações para nosso crescimento como pessoas.

    Advertisement
  • Um lar onde o amor impera e onde a compreensão e a união na resolução de problemas existem, regados com bom humor e paciência, servirá como um ímã para trazer e manter os filhos perto quando a vida não for gentil a eles.

Ensinar por exemplo a defender nossos valores e crenças com coragem

  • O escritor cristão Charles Swindoll escreveu: “A coragem não se limita ao campo de batalha (…) ou ao ato destemido de prender um ladrão em sua casa. Os verdadeiros testes de coragem são bem mais serenos. São testes ocultos, como o de permanecer fiel quando ninguém está olhando (…) ou ficarmos isolados quando somos incompreendidos”. Thomas S. Monson acrescenta ainda a coragem interior, que inclui fazer o certo mesmo quando somos ameaçados de perder nosso status social ou amigos.

  • Ser firme mesmo que recebamos a desaprovação das pessoas ou nos tornemos impopulares, e muitas vezes isso vem de pessoas bem próximas, infelizmente.

Alcançar o equilíbrio de pensamentos e ações e deixar a hipocrisia de lado

  • Estamos muito preocupados com o que os outros pensam e queremos demonstrar nosso melhor quando alguém nos observa. Mas, e quando não há alguém por perto? Reconhecemos que o Senhor tudo vê? Somos a mesma pessoa mesmo quando estamos em lugares onde não conhecemos ninguém?

  • Conhecer a história e seguir os exemplos dos profetas das escrituras pode moldar nosso caráter. Temos exemplos de que, mesmo estando completamente sozinhos, eles defenderam o que acreditaram. Daniel defendeu o que era certo e orou, mesmo tendo sido ameaçado de morte se o fizesse. Jó continuou acreditando no Senhor, mesmo perdendo tudo o que possuía. E tantos outros, até Jesus Cristo que, mesmo quando fora pregado na cruz, não negou seu legado.

    Advertisement

Thomas S. Monson reafirma essa posição dizendo: “Todos enfrentaremos temores, escárnio e oposição. Tenhamos — todos nós — a coragem de contrariar o senso comum, a coragem de defender nossos princípios. A coragem, e não o rebaixamento dos padrões, traz o sorriso da aprovação de Deus. A coragem se torna uma virtude viva e atraente quando é vista não apenas como a disposição de morrer bravamente, mas como a determinação de viver decentemente. Ao seguirmos adiante, esforçando-nos para viver da maneira que devemos, sem dúvida receberemos ajuda do Senhor e poderemos encontrar consolo em suas palavras. Gosto imensamente de Sua promessa registrada no livro de Josué:

“Não te deixarei nem te desampararei. (…)

Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares”.

E, se o Senhor é por nós, quem será contra nós?

Toma un momento para compartir ...

C. A. Ayres

C. A. Ayres é mãe, esposa, escritora e fotógrafa, pós-graduada em Jornalismo, Psicologia/Psicanálise. Visite seu website.