Crescimento pessoal: Como valor e estudo individual criam convicções

Os jovens que sabem desenvolver opiniões próprias têm mais convicção em suas escolhas. Ao respeitarem as opiniões diversas, desenvolvem-se ao mesmo tempo em que são mais bem aceitos.

Jorge Todeschini

É importante que nossos filhos saibam desde sempre que sua opinião tem valor. Devemos ajudá-los a formar essa consciência desde cedo. Para isso, é necessário que tenham opiniões próprias e que tenham respeito pela opinião de todos.

A ausência de opiniões próprias deixa um vácuo que pode ser preenchido de modo aleatório; o desrespeito por outras opiniões abre a porta para que a própria opinião seja desrespeitada.

Ser formador de opinião depende de buscar conhecimento

Formam-se as próprias opiniões partindo-se de si ? se forem adotadas prontas, não são próprias. Deve-se buscar conhecimento sobre um assunto antes de emitir uma opinião sobre ele. Assim começa a in-formação ? a formação de uma opinião, de dentro para fora.

Nesta fase, o essencial é que o conhecimento esteja disponível ? por meio de fatos comprovados e ponderação dos elementos conflitantes. A participação dos pais é fundamental. Primeiramente, para validar a fonte dos fatos, mas também para auxiliar na ponderação dos fatos.

Por exemplo, ao comprar um produto para uso pessoal, estas são algumas perguntas que podem ajudar a informação própria e portanto a escolha final (que é uma opinião):

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  • Que tipo de produto quero?

  • Com que finalidade?

  • Vai ajudar-me em meu cotidiano, e de que forma?

  • Ou apenas terei a satisfação de tê-lo?

Se o produto desejado reflete uma necessidade técnica, as perguntas a fazer são de natureza técnica (faz o que eu preciso? É fácil de usar?); se for uma satisfação pessoal, as perguntas serão outras, mas igualmente válidas (por que gosto? O que diz sobre quem sou?).

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Auxílio dos pais x liberdade de expressão e responsabilidade de escolha

Os pais auxiliam, verificando que foram feitas as perguntas certas e ajudando os filhos a convencer-se que sua escolha é correta para seus propósitos.

É sabido que os adolescentes são permanentemente julgados pelo seu grupo; assim, é importante que os filhos tenham feito suas opções próprias a partir de valores pessoais para que possam defendâ-las se necessário: “serve para a minha necessidade”, “foi o que pude comprar com meu dinheiro” ou “é a cor que eu gosto” são respostas válidas.

Esse procedimento vale para opiniões mais complexas e abstratas, como suas preferências políticas, religiosas ou sexuais. Opiniões próprias que sejam formadas a partir de estudo pessoal de fatos disponíveis em bons livros, jornais e revistas tendem a criar a convicção necessária para afirmativas como: “tal política social é benéfica por alguns motivos”, “sou feliz porque Deus me ama” ou “prefiro esperar o momento e a pessoa certos”.

Regra de ouro: Saber ouvir

O respeito à opinião alheia segue a regra de ouro de fazer aos outros como gostaria que fizessem a si. Também abre a mente e o coração para aperfeiçoar opiniões, ouvindo pontos de vista ? e a recíproca é verdadeira, para que a opinião própria seja ouvida mais e melhor, influenciando seu meio.

O estímulo ao pensamento próprio produz a convicção de que a opinião própria é válida para a própria vida. E o respeito ao próximo cria a humildade de aceitar opiniões diferentes e cria o ambiente para que a própria opinião também seja aceita mais amplamente. E os pais devem comunicar-se frequentemente com os filhos para que desenvolvam tanto as ideias próprias quanto o respeito aos demais.

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Jorge Todeschini

Jorge Todeschini é formado em Direito pela UFRGS e possui MBA pela BYU, É casado com duas filhas, gosta de genealogia e viagens.