Educação dos filhos: Autoritarismo x Autoridade

Educar é uma arte que exige muita dedicação e empenho; nesse aprendizado contínuo toda a família evolui e se fortalece.

Suely Buriasco

Educar é tão difícil quanto recompensador. É um aprendizado contínuo pelo qual pais e filhos crescem como pessoas e evoluem espiritualmente. Nessa busca por dar o melhor de si, alguns pais acabam por se enganar e as consequências podem ser complexas. No processo educativo é essencial refletir sobre os próprios conceitos e, quando for preciso, revisá-los. Não se pode simplesmente repetir o que lhe foi passado pelos próprios pais, primeiro porque o mundo mudou e segundo porque cada filho merece tratamento único.

Autoritarismo

Uma pessoa autoritária é uma pessoa intransigente e ditatorial ou como é definido autoritário no dicionário Houaiss: “revestido de autoritarismo; dominador, impositivo“. No passado esse atributo era considerado uma qualidade para a educação dos filhos, principalmente para o pai que carregava a carga de ser sempre o mais bravo, porque acreditavam que assim impunha maior respeito. Entretanto, essa visão mudou muito e a relação pais e filhos também, felizmente. Hoje a proximidade é muito maior e os laços de amizade são construídos desde o nascimento da criança.

Autoridade

Segundo o dicionário Houaiss, autoridade significa: “direito ou poder de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer. A autoridade é uma atribuição indispensável para os pais no exercício da educação, afinal, por mais que se formem preciosos laços de amizade, acima de tudo, o papel deles é de educar, formando bons cidadãos. Para tanto é primordial que os filhos reconheçam essa autoridade, isso será muito importante para o futuro deles. Não se trata apenas de obediência, mas acima de tudo de respeito, de deferimento. Por isso é que a autoridade que os pais devem construir é moral e se efetiva pela coerência de seus mandos com suas ações.

Carinho

O psiquiatra Içami Tiba em seu livro “Disciplina, Limite na Medida Certa” ensina que autoridade e carinho devem estar sempre presentes no processo educativo. Içami explica que “Autoridade e carinho são apenas dois critérios diferentes: um refere-se ao afeto no relacionamento e o outro à posição de poder“. Muitos pais ainda receiam ser afetuosos e perder a autoridade, isso não existe, até porque o carinho fortalece a autoridade. E nesse sentido é preciso que, mais uma vez, não se confunda com autoritarismo, esse sim é incompatível com afeto.

Repressão

Faz parte do processo educacional que os filhos compreendam que vivendo em sociedade precisam respeitar uns aos outros. Não se pode, pois, fazer tudo o que se tem vontade e isso a criança tem que saber desde os primeiros tempos. Normalmente a criança absorve esse comportamento observando os pais e é assim que ela entende os limites do direito do outro. Entretanto, caso a criança apresente dificuldade nesse sentido, Içami Tiba orienta que os pais devem sim reprimi-la. Mas é importante que seja uma repressão consciente e, de forma alguma, violenta. Muitos pais, com a desculpa de estar educando jogam suas frustrações nos filhos e usam de palavras ou castigos agressivos, sendo assim autoritários, provocam medo. A autoridade, muito pelo contrário, é fonte de entendimento, afeto e respeito.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.