Protegendo sua família: Ao que uma criança pode realmente assistir

Deixar que nosso filho assista a qualquer programa na televisão, peça no teatro ou filme no cinema pode ser muito prejudicial ao seu desenvolvimento psicológico. Saiba como filtrar o que as crianças veem e ouvem.

Fernanda Ferrari Trida

Esse é um assunto muito delicado e que provavelmente gera as mesmas dúvidas em você, leitor, que em mim. Assim, resolvi pesquisar sobre o tema para esclarecer a nós todos o que podemos fazer para realmente preservar nossos filhos de entrarem em contato com imagens e palavras que suas mentes ainda não estão preparadas para receber.

Ferramentas para ajudar nas decisões

Em 2007, o governo brasileiro resolveu trabalhar no assunto em conjunto com as empresas de comunicação e entreterimento. Naquele ano, entrou em vigor uma Portaria do Ministério de Justiça chamada Manual da Nova Classificação Indicativa. O que esse Manual se propõe a fazer é auxiliar na escolha dos pais e da família sobre o que cada um pode assistir, por meio de padronização de instrumentos classificatórios – de acordo com faixa etária e, quando pertinente, horária. Isso funciona para cinema, peças teatrais, programas de televisão aberta, diversões públicas e jogos eletrônicos.

As TV’s por assinatura, Video on Demand e Pay per View não precisam seguir a vinculação entre faixa etária e horária, desde que possuam dispositivos efetivos de controle da programação pelos pais, mas devem informar a classificação etária oficial no início de cada programa, assim como as TV’s abertas. Quanto aos filmes exibidos nos cinemas e peças teatrais, estes devem ter, nas bilheterias e em cartazes publicitários, os símbolos da classificação, que é baseada na quantidade, relevância, contextualização e intensidade das cenas de sexo, drogas e violência.

Assista com os filhos

Creio que esse esforço conjunto é importante como alerta para os pais sobre os programas que seus filhos podem ou não assistir. Mas não acredito que devamos nos fiar somente nele. Neste ponto, acho pertinente citar um exemplo pessoal que ilustra claramente a razão que me leva a pensar que os pais, e somente eles, são agentes finais das decisões acerca do que seus filhos podem ou não assistir: Minha filha de três anos ganhou da avó um DVD de certo desenho da Disney, voltado para o público infantil. Quando sentamos para assistir, fiquei chocada com as cenas em que apareciam fantasmas e espíritos e que faziam menção ao vodu, como sendo algo maléfico, quando sabemos ser apenas a religião de sete milhões de africanos (pouco, né?!).

O preconceito contra crenças religiosas foi tão explícito que me remeteu a tempos passados, quando a raça humana era dividida em sub-raças e as pessoas não eram consideradas iguais. Graças a Deus, minha menina ainda não entende o que é preconceito, mas crianças um pouco mais velhas sabem o que isso significa. Esses não são os valores que gostaria de ensinar aos meus filhos.

Advertisement

Por isso, acho que o único meio verdadeiramente efetivo de coibir nossos filhos de verem cenas e histórias que não são pertinentes às suas idades e que podem afetar negativamente sua formação psíquica é assistir ao programa, desenho ou filme antes de exibir a eles. Pois se algo for contra o que acreditamos, evitaremos mostrar no tempo errado e de forma descabida.

Veja o gráfico anexo a este artigo que traz uma tabela prática com a explicação da classificação.

Toma un momento para compartir ...

Fernanda Ferrari Trida

Fernanda Trida é jornalista, médica veterinária, dona de casa, esposa, mãe de Marcela, com três anos, e de João, com um ano de idade.