Saiba o que é BPA e o mal que faz para a saúde

Cuide da sua família. Descubra como abolir o Bisfenol-A da rotina diária.

Fernanda Ferrari Trida

Eu jamais me preocuparia com essas três letrinhas que parecem ser tão insignificantes se não tivesse assistido a uma reportagem sobre o BPA, ou Bisfenol-A, na época do nascimento da minha primeira filha. Desde então, faço parte do grupo que fala em alto e bom som que o governo brasileiro deveria ser mais responsável quanto à liberação desta substância.

O que é o BPA?

Em primeiro lugar, sinto que devo explicar exatamente o que vem a ser BPA. Trata-se de um composto utilizado na fabricação do policarbonato (polímero com alta resistência térmica e mecânica). São vários os produtos feitos de policarbonato: mamadeiras, copos, tapewares, embalagens metálicas para alimentos, papel-filme, equipamentos esportivos, selantes usados em odontologia, CDs, DVDs e inúmeros outros produtos que possuem plástico em sua composição ou necessitam de um isolamento. O problema do policarbonato está relacionado somente às embalagens que usamos para acondicionar alimentos.

Por que faz mal?

De acordo com estudos científicos, as partículas de BPA têm a capacidade de migrar para o alimento e, quando ingeridas, fazem as vezes de alguns hormônios que o corpo produz e as consequências mais devastadoras se dariam nos fetos e nos bebês, pois eles estão em fase de desenvolvimento de absolutamente tudo. Se a ingestão da substância for feita por mulheres grávidas, pode ocorrer aborto espontâneo, defeitos no desenvolvimento fetal e baixo peso ao nascimento. Um bebê ou criança pequena que ingerir o BPA pode ter problemas de desenvolvimento do sistema nervoso central, entrar na puberdade mais cedo, ter problemas no funcionamento da tireoide e, quando adulto, desenvolver câncer de mama ou de próstata.

Existe uma corrente de estudiosos menos alarmistas. Esses dizem que todos os estudos que comprovam os efeitos deletérios do BPA foram feitos em ratos e que o ser humano é capaz de metabolizar e eliminar a substância muito mais rapidamente que nossos amigos roedores. Sendo assim, a exposição do feto seria desprezível, porque a mãe eliminaria o composto rápido demais para que ele sequer entrasse em contato com o bebê. Pesquisas afirmam também que seria necessário consumir mais que quatro vezes o número habitual de mamadeiras por dia para atingir a dose tolerável do Bisfenol-A, que hoje é de 0,05 mg/Kg de peso corporal.

Proibição por lei

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), “por precaução”, mamadeiras que contenham BPA na sua composição estão proibidas de serem comercializadas no Brasil desde janeiro de 2012 (Resolução RDC n. 41/2011). Quanto aos demais produtos para acondicionamento de alimentos, nada foi feito para proibi-los no país até o momento.

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Cuidado na hora da compra

Assim, sugiro a todos que, ao comprarem embalagens, verifiquem sua composição. E isso é fácil. Existe um número associado ao tipo de plástico usado nos produtos, que vai de um a sete. Como a maioria deles é feita com um dentre seis tipos de resina, os códigos de um a seis descrevem um tipo específico de plástico. O número sete é o único um pouco diferente, pois significa que a embalagem foi feita com um mix de resinas ou outro tipo que não os de um a seis. O importante em tudo isso é que o único composto plástico livre de BPA é o de número 5 (polipropileno). Então, é só procurar pelo emblema composto por três setas em forma de triângulo com o número cinco no meio e pronto.

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Fernanda Ferrari Trida

Fernanda Trida é jornalista, médica veterinária, dona de casa, esposa, mãe de Marcela, com três anos, e de João, com um ano de idade.