Pais superprotetores: quando é demais?

Quando a proteção virou superproteção e já está encaminhando-se para obsessão será fácil perceber? E que sinais dirão que não é apenas demonstração de amor?

Fernanda Ferraz

Proteger é uma atitude que a maioria dos pais tem com seus filhos e cônjuge, mas quando isso torna-se exagerado, gerando conflitos e um sentimento de perseguição e aprisionamento?

O excesso de cuidados pode tornar-se uma doença que prejudica a convivência e integração familiar, os pais têm que saber dosar e equilibrar os cuidados com os filhos, para que isso não vire uma síndrome obsessiva.

Existem 2 tipos mais conhecidos de superproteção: a simbiótica e a parasitária, a primeira é quando mãe e filho não conseguem separar-se, a outra é quando a mãe tem dependência de estar grudada onde o filho estiver, isso pode ser na escola, nas aulas de esportes, na faculdade… Chega-se a um extremo em que a mãe chega a seguir o filho mesmo sem ele saber.

Então como podemos verificar se esta superproteção não está prejudicando toda família e como resolver este problema que já tornou-se uma obsessão? Vamos abordar alguns pontos sobre este assunto. Vamos lá?

1- Comportamento

Alguns comportamentos devem ser avaliados com cuidadosa reflexão.

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Medo dominador de que os filhos se machuquem brincando.

Seus filhos vão querer e precisarão brincar. Algumas vezes vão se machucar, arranhar o joelho, machucar o pé, mas é totalmente normal. Crianças e jovens pulam, correm, se penduram nas coisas e é totalmente comum vez ou outra machucarem-se, mas também sua recuperação é rápida, pois são jovens, bem nutridos e cheios de energia, então não é necessário os pais agirem cheios de cuidados exagerados. Há mães que só deixam seus filhos brincarem como numa bolha, até mesmo dentro de casa, longe de todo e qualquer objeto; determinar horas, locais e espaços adequados para que eles brinquem é saudável e importante, mas exagerar em algumas medidas é perigoso.

Medo constante de que algo ruim aconteça com o filho/a.

Fazer as responsabilidades de seu filho no lugar dele/a, como fazer as tarefas, escovar seus dentes (falamos disso quando a criança já possui maturidade suficiente para executar essas ações sozinha), cortar seu bife, colocar comida na boca dele/a, dar banho, trocar a roupa, amarrar os cadarços, etc. Geralmente os pais os tratam como se fossem bebezinhos que não têm nem a fala nem coordenação motora desenvolvida para desempenharem esse papel sozinhos.

Pais que falam de modo infantil com o filho, fazendo ruídos estranhos.

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Pais que enchem seus filhos de elogios com o intuito de convencê-los das coisas que eles como pais querem que eles executem.

Proibição de passeios escolares, já que eles não poderão estar presentes.

Toda atitude controladora em demasia que sufoca e impede o desenvolvimento e a independência dos filhos, pode ser denominada obsessão.

Obsessão

, segundo o dicionário significa, perseguição, mania, ideia fixa, impertinência, alienação, transtorno, compulsão, embirração, doidice, extravagância, inoportuno, entre tantos outros.

2- Como isso afeta os filhos?

Geralmente quando os filhos são criados com base nas descrições citadas, é comum que tornem-se pessoas inseguras, inquietas ou quietas demais, indivíduos que tenham muito medo, que não consigam se socializar bem, ou tornem-se pessoas revoltadas ou agressivas, sem gostar de obedecer regras e valorizar o tempo em família, cada pessoa pode ter reações bem diferentes. Em vez de haver uma aproximação com a família, pode desenvolver desejo de isolamento familiar.

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Tudo isso pode ser evitado com uma proteção cuidadosa, mas, equilibrada; os filhos precisarão aprender, andar com suas próprias pernas, trabalhar, para que consigam enfrentar os desafios do mundo quando os pais não estiverem mais por perto.

3- Sentimento de culpa

Sentimento esmagador de culpa pelas falhas dos filhos. É claro que nem sempre eles vão acertar, nem sempre vão tirar nota 10 nas matérias, mas os pais tem que entender que falhar faz parte do processo de aprendizagem da criança, jovem ou adolescente, não há necessidade dos pais se autoafligirem ou ficar em um processo chamado punição mental, onde toda hora criticam a si mesmos, dessa forma não há harmonia, paz interior e nem estará ajudando seu filho a superar as falhas.

4- Síndrome do ninho vazio

É uma síndrome conhecida por fazer sofrer em excesso quando o filho/a está ausente. Essa síndrome é marcada por sentimentos de inutilidade e vazio que tomam conta de pais e mães que constroem suas vidas baseados na dependência maternal ou paternal e sentem-se perdidos diante da ausência deles, como se não tivessem mais objetivos na vida; isso acontece muito quando eles casam ou saem para viajar ou a trabalho.

5- Sintomas a ser cuidados

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Muita ansiedade.

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Angústia.

Falta de sono constante por medo de algo ruim acontecer.

Pensamentos negativos a todo instante de que se não ligaram é porque foram atropelados, desmaiaram na rua, se feriram ou estão no hospital.

Insegurança.

6- O que fazer?

Controlar-se em primeiro lugar.

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Evitar ficar ligando de uma em uma hora para saber onde estão, o que estão fazendo e com quem estão.

Conversar bastante sobre suas dificuldades tanto com o cônjuge, como com os filhos, se já tiverem idade para compreender e ajudar.

Permitir que eles se ausentem de sua presença para ir a passeios, acampamentos, e desenvolver outras atividades como esportes que os ajudem em seu desenvolvimento social.

Permissão para namorar na idade recomendada, de preferência a partir dos 16 anos que é quando os jovens já estão mais amadurecidos para compreenderem regras, direitos e deveres.

Os pais devem dar as ferramentas para que os filhos desenvolvam as próprias defesas e façam escolhas.

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Os pais precisam demonstrar que confiam em seus filhos.

Orientar, não manipular.

Se houver muita dificuldade em resolver esse problema que virou obsessão, o mais indicado é procurar ajuda de um profissional na área de psicologia que vai lhe orientar a como vencer esses desafios interiores.

O essencial é cuidar com amor; superproteção com base em obsessão não faz bem. Hábitos simples, com ternura e compreensão de todos, fortalece as famílias, ajuda a superar as barreiras e lutar para o melhor, lembrando que o primeiro passo é reconhecer e o segundo, mudar!

7- Equilíbrio

Ter equilíbrio na vida sob qualquer aspecto é um bem a ser encontrado. Autotortura, ansiedades extremas, compulsões, obsessões, não é bom nem saudável. Qualquer pessoa pode buscar mais qualidade de vida por meio simples, como:

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Condicionamento da mente.

Eliminando velhas manias que são prejudiciais

Fazendo exercícios físicos ou aeróbicos que ajudam a extravasar as tensões e traz mais sensação de bem-estar.

Conversando com amigos sobre o problema.

Com passos simples, mas determinados, é possível vencer medos e dificuldades e buscar esse equilíbrio que torna a vida de todos melhor.

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Fernanda Ferraz

Graduada em RH, acredito que nossa vida têm verdadeiro propósito, sou SUD, sei que toda dor e aflição é uma fonte de virtude e força espiritual, que nos molda e purifica.