Porque ler ou assistir Cinquenta Tons de Cinza é má ideia

Se você é mulher, esposa e mãe, e também você homem, marido e pai, um lembrete do que você deveria fazer com este filme.

C. A. Ayres

Cada um de nós sabe, ou pelo menos deve saber, o que é bom para nossa vida como indivíduos ou famílias. Como maridos e esposas que amam, procuramos investir tempo e trabalharmos juntos para construir uma vida feliz. Como pais e mães tomamos muito cuidado com aquilo que fazemos como exemplo e com o que permitimos entrar em nossos lares.

Nem tudo o que é popular é correto, nem o que está na moda é aceitável. Já sabemos disso em relação a novelas, minisséries, revistas, websites na internet, filmes, livros e, muitas vezes, a realidade bem próxima de cada um de nós. Valores são traduzidos como frescura; arbítrio como anarquia, tentando-nos enganar ou fazer-nos esquecer de que cada escolha traz uma consequência, nem sempre desejada. Muitas vezes procuramos por certas coisas achando que somos “adultos” o suficiente e que não nos influenciarão. Será que não?

Se você leva a sério e ainda se preocupa com o futuro de seus filhos, os direitos das mulheres e também a moral dos homens, a manutenção do casamento e a sacralidade da família, leia atentamente: Pense bem se você quer se inspirar ou ensinar seus filhos sobre o “amor” sendo uma vítima, ou agindo como um protagonista, nessa guerra da inversão de valores. Não veja o filme, nem leia o livro, nem procure saber sobre o tema “Cinquenta Tons de Cinza”. Não venda o que você ou sua família ainda têm de bom por uma curiosidade incontrolável.

O que faz um pai ou uma mãe achar normal que seus filhos aceitem com naturalidade sadomasoquismo, violência sexual elitizada, “romantismo” desvirtuado em forma de sociopatia, perversão, dominação, mulher facilmente impressionável ou imoralidade? Isso não é o que você nem sua família precisa.

Felizmente, a maioria das pessoas que conheço, principalmente mulheres, condena o título e despreza o filme. Mas muitas outras, infelizmente, incluindo religiosas e líderes, além dos famosos quase em sua totalidade, têm promovido abertamente esse estilo de pornografia.

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Se você acha que tudo isso é muito puritano de minha parte, considere pelo menos estas contradições:

A maioria das mulheres não gosta que seus maridos vejam pornografia. Então porque elas permitem-se ver, ler ou assistir? Algumas até têm postado em suas páginas sociais sua “ansiedade” para ir ao cinema.

Casais lotam as salas de terapeutas ao redor do mundo devido ao vício em pornografia que retira do homem o tato e respeito à mulher, ou devido à violência doméstica e também depressão. Enquanto isso, as cadeias estão abarrotadas de pessoas que cometeram crimes passionais e estupros. As estatísticas de meninas e adolescentes que povoam clínicas de recuperação devido a transtornos alimentares é absurda, porque a sociedade em si ensina que seu corpo é a primeira impressão causada.

A mulher não é e não precisa ser atraída a um homem somente se ele for másculo, autoconfiante, poderoso, sensual e dominador. Ou seja, o mesmo tipo de sociopata que temos lutado contra por gerações para a proteção de nossas filhas e jovens.

O que me entristece mais é que mais de 50% dos leitores deste livro têm de 13 a 23 anos de idade. Pesquisas comprovam que adolescentes têm pouca capacidade para tomar decisões. Pelo fato de que seu cérebro não tem essas funções totalmente desenvolvidas, é comprovado que os vícios são mais facilmente estabelecidos nessa fase. E, também, estudos comprovam que o consumo de pornografia por adolescentes modifica seu cérebro de tal forma e, ao serem expostos ao sadomasoquismo, violência e abuso, têm dificuldade triplicada de construírem e viverem em relações saudáveis.

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Não há diferença entre “erótico” e “pornográfico”. Esse tipo de paliativo também não resolve os problemas do sexo no casamento.

Como pais e mães, vocês gostariam de ensinar aos seus filhos que abuso sexual é aceitável ou excitante e apresentar um exemplo de pornografia mascarada como “romance”? Queremos que nossas filhas vejam a submissão sexual e o abuso como algo tolerável que deva ser celebrado? Do fundo de meu coração, espero que não.

Isso não tem a ver com religiosidade, feminismo ou hipocrisia. Tem a ver com felicidade real, decência, casamentos saudáveis, mulheres sendo respeitadas e não objetificadas, homens sendo respeitosos e não sociopatas.

Esposas, maridos, pais e mães: Isso não diz respeito somente a este filme. Inclua também revistas, novelas, videogames e todo tipo de mídia que entra em seu lar, além do palavreado, ações e reações em seu casamento e outros relacionamentos. Podemos ensinar nossos filhos e viver a vida baseando-nos em melhores exemplos.

Não precisamos comer esterco para saber que o mesmo cheira mal.

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C. A. Ayres

C. A. Ayres é mãe, esposa, escritora e fotógrafa, pós-graduada em Jornalismo, Psicologia/Psicanálise. Visite seu website.