Mioma, pólipo ou cisto no útero: Como afetam a saúde da mulher

Mioma e cisto não são a mesma coisa? O que são pólipos? Qual a diferença entre eles e como afetam a saúde das mulheres?

Stael Ferreira Pedrosa

O útero sempre despertou atenção e foi visto com encantamento e mistério. Sendo o “centro da vida”, é normal que gere curiosidade e em alguns casos até culto. Fonte de alegrias quando gera o filho tão amado, ele pode se tornar um grande inimigo insidioso. Por isso os cuidados com esse órgão tão importante devem ser rotina de todas as mulheres.

Miomas, pólipos e cistos são palavras que descrevem alguns dos problemas mais comuns do útero. As informações costumam ser vagas ou nem existir. Fala-se em prevenção (exame de papanicoloau), mas a maioria das mulheres não sabe o que essa prevenção realmente previne. Este artigo se destina a mostrar as características de cada um, o risco envolvido e como tratar.

Mioma

O mioma (fibroma uterino) é um tumor sólido e benigno (não é câncer), que acomete as mulheres em idade fértil. Muitas vezes assintomáticos, e as mulheres só descobrem que têm esse problema na consulta com um ginecologista. Esses tumores podem se localizar em vários pontos do útero e até fora dele. Variam em tamanho podendo ser pequenos como cabeças de alfinete, ou grandes, pesando alguns quilos. Pode ser um só ou vários. Acomete de 30 a 60% das mulheres adultas. Fique atenta se você sentir:

Sintomas:

  • Aumento do fluxo menstrual ou sangramento fora do período menstrual

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  • Dor pélvica

  • Aumento do volume abdominal sem aumento significativo de peso

  • Infecções urinárias recorrentes

  • Incontinência urinária

  • Prisão de ventre

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  • Infertilidade

Causas:

As causas são desconhecidas, mas existem fatores de risco e agravantes. É mais comum em mulheres da raça negra. O seu crescimento está associado aos hormônios, estrogênio e recentemente se descobriu que também à progesterona.

Diagnóstico e Tratamento:

Para o diagnóstico são feitos exames pélvicos e uma ultrassonografia endovaginal. Em alguns casos a ressonância magnética. A biopsia pode ser indicada para descartar a possibilidade de ser câncer, se os sintomas forem parecidos.

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O tratamento geralmente consiste no uso de hormônios, contraceptivos orais, tratamento da anemia, analgésicos e cirurgias. Em alguns casos, a retirada do útero (histerectomia) se faz necessária. A maioria dos miomas regride com a menopausa.

Pólipos

O revestimento interno do útero é chamado de endométrio. Caso o endométrio cresça e se projete (como se fosse um dedo pequenininho) é chamado de pólipo endometrial ou endocervical dependendo da localização. Geralmente são benignos, sendo raro – cerca de 0,5% a possibilidade que sejam neoplasias (câncer). Não são contagiosos como muitas pessoas pensam. Também não devem ser confundidas com outras projeções de tecido (a ectocérvice) que parecem verrugas e estão relacionadas com infecção pelo vírus HPV. Essas podem se tornar câncer. As causas incluem estímulos hormonais sobretudo de estrogênio.

Sintomas:

(Alguns casos não apresentam sintomas)

  • Aumento do volume menstrual

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  • Alterações da menstruação

  • Sangramento após esforço físico

  • Sangramento após a relação sexual

  • Dispaurenia (dor na relação sexual)

  • Infertilidade

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Diagnóstico e tratamento:

A colposcopia ou histeroscopia é o exame que detecta o pólipo. Pode ser também o ultrassom endovaginal.

O tratamento dos pólipos cervicais é a remoção por histeroscopia, que pode ser realizada no consultório.

Cistos

Dependendo da localização, os cistos podem ser de ovário (Sindrome do ovário policístico) ou Cistos de Naboth.

Cistos de Naboth ou folículos de Naboth se localizam no colo do útero e são devidos às secreções das glândulas de Naboth que estão no colo do útero. Essas secreções bloqueadas por um tecido que parece pele se acumulam na glândula formando um cisto arredondado.

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Geralmente não apresentam sintomas, mas evidenciam que houve uma infecção ou irritação no colo do útero.

Diagnóstico e Tratamento:

Podem ser visíveis ao exame pélvico. A colposcopia ou retirada dos cistos é o tratamento comum, em alguns casos pode ser utilizada a biopsia para avaliar o cisto e dar um diagnóstico preciso, eliminando outros problemas, mas geralmente não é necessária biopsia.

O melhor tratamento é ainda a prevenção. Faça os exames preventivos regularmente e consulte o ginecologista pelo menos uma vez ao ano.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.