5 Cuidados na administração de medicamentos à crianças

Quando uma criança adoece é necessário o uso de medicamentos.

Sandro A Correa

Uma das maiores causas de aflições dos pais, avós ou qualquer pessoa que tenha sob sua responsabilidade alguma criança é quando elas ficam doentes. São levadas ao médico e após constatar, através da anamnese e exames laboratoriais, obtém-se o diagnóstico da causa dos sintomas. Prescreve-se o tratamento, que na maioria das vezes é por meio medicamentoso.

De posse do receituário médico, o medicamento é adquirido na farmácia. Chega a hora de administrá-los, tarefa árdua e nem sempre fácil para os pais que precisam convencer seus filhos à tomá-los. O uso inadequado e a forma incorreta de usar a medicação podem acarretar riscos de vida. De acordo com o Ministério da Saúde o medicamento é o principal causador de intoxicações humanas desde 1994. (1)

Dados registrados em 2010 através de pesquisa realizada pela Fiocruz (2) demonstram que a faixa etária com maior incidência de ocorrências de intoxicação humana está entre 1 a 4 anos de idade (3), seguidos pelo segundo maior número de óbitos registrados em geral (4).

Por meio destes índices constata-se que é essencial inserir medidas preventivas tanto na forma de armazenar quanto na forma de administrar estas drogas. Através de simples procedimentos estes riscos podem ser diminuídos.

1. Aquisição do Medicamento

O primeiro passo após a saída da consulta ao médico é adquirir o medicamento para iniciar o tratamento o mais breve possível. Quando o assunto é doença, a maioria das pessoas que entram na farmácia querem logo ser atendidas e saírem o mais rápido possível. Isto é até compreensível devido ao estresse gerado por uma criança doente, porém é um grande erro, é necessário sempre consultar o farmacêutico.

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2. Consultar o Farmacêutico

É por meio do trabalho deste profissional que deve-se dar sequência ao tratamento. É ele quem vai conferir o receituário médico e esclarecer todas as dúvidas quanto a forma de administração (nariz, boca, ouvido), armazenamento, horário e dosagem do medicamento. Portanto é essencial consultá-lo antes de iniciar o tratamento.

3. Ler a Bula

Após receber as orientações do farmacêutico é sempre importante se familiarizar com as informações contidas na bula do medicamento. Não é necessário conhecer todas as informações, até porque o profissional responsável por isso é o próprio farmacêutico, mas leia sobre as indicações do medicamento e a posologia, ou seja, a forma de administração que irá ratificar as informações dadas pelo médico e pelo farmacêutico.

4. Administrar o medicamento

Agora que você tem a maioria das informações quanto ao procedimento chegou o momento de dar o remedinho para seu filho. Será necessário um pouco de criatividade e muita habilidade para que o tratamento tenha sucesso. A seguir temos algumas dicas para serem utilizadas:

Informação

Sempre fale a verdade para seu filho sobre o que irá acontecer. Explique porque ele precisa do medicamento, para que serve e o que irá trazer de benefício, obviamente com bebês pule esta etapa.

Transfira confiança

Na maioria das vezes o medicamento prescrito pelo médico para crianças tem a apresentação líquida. Deixe que seu filho tenha contato com a embalagem, com a seringa ou o copinho de medida que acompanha o medicamento. Experimente para saber o sabor, se for muito amargo pode-se acrescentar um pouco de açúcar ou adoçante, fazer mistura com suco também é válido, mas certifique-se de que a criança irá tomar todo o conteúdo, se o volume for pequeno isso funciona bem. Desta forma a criança se sentirá segura para tomar a medicação.

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Diversão

Faça com que este momento seja divertido. Brinque com a criança, coloque a seringa medidora nas mãos dela contendo o medimento e outra em suas mãos e faça uma competição de quem toma tudo primeiro, isto é muito interessante entre irmãos também. Toda criança gosta de um desafio.

Bebês

É aconselhado dar o medicamento segurando o bebê no colo de forma que ele fique um pouco inclinado mas com a cabeça reta levemente inclinada para frente. Introduza a seringa medidora no canto e região mediana da boca e pressione o êmbolo cuidadosamente.

Repetição da Dose

Se após ter ingerido o medicamento a criança vomitar em até 30 minutos será necessário repetir a dose. Após este período, espere até a próxima dose ou consulte sempre o médico.

Orientação

Quanto maior o número de pessoas participando no processo de administração do medicamento maior a possibilidade de cometer erros. Procure organizar os horários de tomada da medicação de forma que você fique responsável na maior parte do tempo. Caso transfira a responsabilidade para outras pessoas tais como os avós, babás ou creches e escolas, sempre deixe bem claro os procedimentos, horários, a dose do medicamento e vias de administração. Faça tudo por escrito, e se possível, anote nas embalagens dos medicamentos.

5. Conservação e Armazenamento

Sempre verifique se os medicamentos devem ficar livres da exposição de luz e calor. Às vezes será necessário manter o medicamento conservado refrigerado. Armazene os medicamentos em locais de difícil acesso às crianças, mantendo separados aqueles que estão em uso para fácil identificação. Sempre verifique se o medicamento está no prazo de validade.

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Seguindo estes procedimentos será possível evitar erros na administração de medicamentos, impedindo possíveis intoxicações e promovendo resultados satisfatórios de tratamento e cura. Será necessário colocar em prática ações em conjunto com todos aqueles que tenham a responsabilidade de realizar esta tarefa. Os pais têm a responsabilidade de cuidar dos seus filhos, principalmente nesta fase em que são incapazes de agirem sozinhos.

Bibliografia:

  1. http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1999000400020

  2. [http://www.fiocruz.br/sinitoxnovo/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home](http://www.fiocruz.br/sinitoxnovo/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home)

  3. [http://www.fiocruz.br/sinitoxnovo/media/b7.pdf](http://www.fiocruz.br/sinitoxnovo/media/b7.pdf)

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  4. [http://www.fiocruz.br/sinitoxnovo/media/b3.pdf](http://www.fiocruz.br/sinitoxnovo/media/b3.pdf)

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Sandro A Correa

Sandro A Correa é graduado em Farmácia, pós-graduado em Fisiologia - UEL e Empresário do ramo de seguros. Natural de SCS - São Paulo; Casado, pai de dois filhos, tem como hobby a prática do tênis.