Dor na região do útero: 5 sinais de que algo não vai bem
Sentir dor na região pélvica é comum, mas é normal? O que pode indicar um problema sério? Abaixo as 5 doenças mais comuns que causam dor na região do útero.
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Stael Ferreira Pedrosa
Dor no baixo ventre pode ter várias causas, desde prisão de ventre, passando por problemas urinários, até câncer. Devido à diversidade de causas, encontrar o motivo real pode ser um desafio para os médicos, pois requer minuciosa investigação e, às vezes, uma longa espera para a paciente.
A maioria das dores tem causas passageiras como uma infecção urinária – tratável com antibióticos, cólicas, gases ou ovulação. Mas, se compromete a qualidade de vida da paciente, tem que ser investigada.
Leia: Mioma, pólipo ou cisto no útero: Como afetam a saúde da mulher
O que observar para contar ao médico?
A dor, como surge? É aguda? Crônica? Vem e passa? É forte? Varia? Impede as atividades? É acompanhada de náuseas ou vômito, febre, corrimento, dificuldade para urinar, inchaço, diarreia ou prisão de ventre? É sentida como queimação? Peso? Fisgada?
Atrapalha as atividades cotidianas? Está relacionada ao período menstrual? Está relacionada às relações sexuais?
Saber responder a essas questões é importante para ajudar o médico na investigação da causa da dor.
Neste artigo, serão descritas algumas doenças do aparelho reprodutor feminino.
Principais doenças que causam dor na região pélvica
1. DIP – Doença inflamatória pélvica –
Infecção que se inicia na vagina ou no colo do útero e costuma migrar para o endométrio – tecido que reveste a parte interna do útero, trompas e ovários.
Pode ser considerada uma DST, pois é transmissível sexualmente, porém pode estar associada à endometriose, sendo mais atingidas as mulheres jovens e que usam DIU. Suspeite de DIP se junto com a dor você apresenta:
- Febre acima de 38°C
- Sangramento vaginal fora do período menstrual
- Dor durante as relações sexuais
- Corrimento branco ou amarelado
Procure seu médico para investigação e tratamento que será com antibióticos.
2. Endometriose
Todos os meses, durante o ciclo menstrual, o endométrio se espessa, para que o óvulo fecundado possa se implantar nele. Se a gravidez não ocorre, o endométrio pode escamar e esse tecido que se solta é expelido com a menstruação. Nas mulheres com fluxo intenso, esse tecido pode ser empurrado para fora do útero através das trompas e cair na cavidade abdominal ou sobre os ovários causando crescimento anormal de tecido do útero fora do mesmo, esse crescimento é chamado de lesão endometriótica. Se não for tratada pode levar a esterilidade.
Os sintomas são:
- Cólicas intensas durante a menstruação
- Dor forte no baixo ventre durante e fora do período menstrual
- Fadiga crônica, exaustão
- Fluxo menstrual intenso ou fora do período
- Alterações intestinais e urinárias durante o período menstrual (geralmente devido ao inchaço)
- Dificuldade para engravidar
- Dor durante a relação sexual
É uma doença crônica que necessita de constante acompanhamento médico.
3. Adenomiose
É parecida com a endometriose, já que há migração de tecido uterino, porém não para fora do útero, mas para dentro do miométrio que é a camada muscular do próprio útero. Sua causa ainda é desconhecida, mas o problema é que quando a mulher menstrua, esses pedaços de tecido também produzem sangue dentro do músculo, o que irrita a musculatura causando:
- Dores e cólicas muito fortes
- Inchaço
- Aumento do volume e duração do fluxo menstrual
- Dor na relação sexual
- Dor ao evacuar ou prisão de ventre
O tratamento vai depender da gravidade dos sintomas podendo ir de analgésicos a cirurgia para retirada do útero.
4. Miomas
São tumores benignos, ou seja, não cancerosos, que atinge 50% da população feminina entre os 30 e os 50 anos. As causas do surgimento ainda não estão bem esclarecidas. Sabe-se, no entanto, que acomete mais as mulheres afrodescendentes, as que já têm caso de mioma na família e as obesas. O comportamento de tais tumores também é imprevisível, alguns desaparecem após algum tempo, outros se multiplicam e crescem. Podem se desenvolver lentamente ou rapidamente. Em situações mais graves, podem tomar todo o sistema reprodutor e ser necessária a histerectomia radical – retirada de útero, ovários, trompas e cérvix.
Existem quatro tipos de miomas: Submucosos, subserosos, intramurais e pediculados.
Os sintomas gerais (que aparecem em todo tipo de mioma) são:
- Dor pélvica
- Fluxo menstrual abundante
- Sangramento fora do período menstrual
- Sangramento com coágulos
- Hemorragias
- Incontinência urinária ou dificuldade para urinar
Tratamento vai desde uso de hormônios até histerectomia. Depende do estágio da doença.
Leia: 5 sinais que o útero dá quando algo não vai bem
5. Câncer de útero
Diferente do câncer de colo de útero, o câncer uterino não é detectado através do Papanicolau, pois ocorre na parte interna (endométrio) do útero. Acomete mais as mulheres na menopausa, principalmente na menopausa tardia. Seu principal sintoma é o sangramento após a menopausa que pode começar de forma aquosa e ir adquirindo consistência. Procure seu ginecologista, caso aconteça a você que já está na menopausa, o sangramento uterino. Outros sintomas são:
- Dor pélvica
- Dor ou dificuldade para urinar
- Dor durante a relação sexual
Neste caso, a recomendação médica é a retirada do útero.
Em caso de dor forte, cólicas ou fluxo que afetem a qualidade de vida, ou qualquer desconforto, procure o seu médico. Não há motivo para sofrer por algo que pode ser tratado.