Mães saudáveis, famílias saudáveis

Quer entender um pouco melhor por que a saúde das mães é tão importante e imprescindível para o desenvolvimento saudável das crianças? Um estudo recente traz alguns detalhes reveladores.

Marcia Denardi

Na prática, todos nós sabemos o quanto o papel da mãe é crucial para o desenvolvimento das crianças. No entanto, estudos sociais têm demonstrado de forma clara qual é o impacto das condições psicológicas e físicas da mãe sobre o bem-estar não só dos filhos, como também de toda a família.

Pesquisas recentes destacam que questões como estabilidade, desempenho como mãe, relacionamento conjugal e seu próprio bem-estar têm muita relação com questões como estado emocional, saúde e educação de seus filhos. Ou seja, as mães têm um poder de influência muito grande sobre a família, de acordo com sua própria maneira de levar a vida. Alguns tópicos importantes são levantados nesses estudos, tais como:

1. Qualidade de tempo passado com os filhos melhorou nas últimas décadas

Segundo uma dessas pesquisas, entre os anos de 1981 e 1997, o tempo semanal despendido com os filhos aumentou de 25,4% para 31,5%, sendo que o tempo com atividades domésticas, lazer e trabalho diminuiu. Essa observação aconteceu especialmente entre mães e crianças pequenas (menores de seis anos), sendo que as mães estão se engajando muito mais nas atividades com elas. Essa considerável melhora foi mais observada entre mães casadas, particularmente mães de crianças pequenas. Uma consideração mais concreta aponta que as crianças em geral que têm uma boa relação com os pais melhoram seu desempenho em atividades matemáticas e de leitura.

2. O envolvimento das mães na vida cultural dos filhos resulta em sucesso acadêmico

Crianças mais propícias a ter um bom desempenho em leitura e matemática normalmente não percebem que as mães deixam de participar de muitas de suas próprias atividades para passar mais tempo com elas. E em geral, essas mães sabem o paradeiro dos filhos quando não estão em casa. Além disso, essas crianças em geral vivem em um ambiente de qualidade, com muitos livros, acesso a jornais, e outras fontes de cultura. Uma comunicação positiva, estímulo e carinho entre mãe e filho são fatores imprescindíveis também. Estudos recentes confirmam dados já levantados anteriormente, de que a relação entre o pai e a mãe das crianças, a estabilidade do casal, bem como o envolvimento religioso da mãe afetam significativamente o bem-estar da criança ao longo da infância.

Curiosidade: Pesquisas apontam que mães que têm uma vida religiosa assídua têm menos chances de dar à luz um bebê com baixo peso. Isso porque, de um modo geral, uma mãe que frequenta cultos e procura se envolver com as atividades religiosas tem uma estrutura psicológica mais forte e uma vida mais saudável, sendo que a taxa de mulheres fumantes é muito menor em comunidades religiosas.

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3. Uma boa relação entre marido e mulher afeta positivamente o desenvolvimento dos filhos pequenos

Outra constatação importante desses estudos é a de que uma boa relação entre o casal tem profunda ligação com a qualidade no envolvimento dos pais, mas principalmente das mães, nas atividades com os filhos. Ou seja, quando o casal vai bem, as mães tendem a estar mais dispostas a desenvolver atividades com os filhos, tais como leitura, contar histórias, jogar, brincar, cantar e fazer rimas.

4. Bom nível de alfabetização entre filhos de pais casados

Os estudos também apontam que a maioria das crianças, cujos pais são casados efetiva e legalmente, tem maior probabilidade de terem um bom desempenho na alfabetização do que aquelas, cujos pais somente vivem juntos, sem uma união formal. Essa relação se deve ao fato de que normalmente casais casados legalmente tendem a ter uma renda familiar mais alta do que casais que coabitam sem estarem casados, o que geralmente permite à criança melhor desempenho escolar, e uma família mais estruturada e estabilizada financeiramente.

5. Mães psicologicamente saudáveis também ajudam muito no bom desempenho escolar das crianças

Filhos de mães que apresentam menos sintomas de depressão tendem a apresentar níveis mais elevados de leitura e alfabetização do que aquelas crianças cujas mães têm muitos problemas psicológicos. Isso porque as mães mais bem estruturadas psicologicamente tendem a se envolver mais com os filhos e interagir com eles em suas atividades escolares e seculares.

6. Mães mais presentes, filhos menos problemáticos

Nesse estudo, também foi constatada a importância de uma mãe presente, especialmente nos primeiros anos de vida. As mães que ficam constantemente com os filhos até pelo menos os seis anos de idade têm menor probabilidade de enfrentar problemas sérios quando eles chegarem à temível fase da adolescência. Dados apontam que filhos que não tiveram a presença da mãe quando pequenos são mais propícios a se envolverem com encrencas escolares, serem suspensos ou expulsos e têm expectativas mais baixas de ingressarem em uma faculdade.

7. Mães fumantes e com problemas alcoólicos têm mais chances de transferir o vício aos filhos

As mães com problemas com drogas e álcool têm uma probabilidade enorme de acabar transmitindo esses vícios aos filhos, especialmente na adolescência, e em famílias desestruturadas psicologicamente. A porcentagem é de 97% em famílias com tais vícios e cujos pais só coabitam, ou seja, não são casados legitimamente.

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Está mais do que claro que as mães têm um papel fundamental no desenvolvimento social, psicológico e educacional dos filhos, sendo que o seu próprio bem-estar tem um impacto significativo nesse processo. Nesse estudo, ainda constatou-se a importância de as crianças crescerem em um ambiente onde os pais sejam casados legalmente, já que tal compromisso denota uma grande valorização à formação da família, e geralmente propicia mais chances de prosperidade.

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Marcia Denardi

Márcia Denardi é jornalista, musicista e uma mãe e esposa loucamente apaixonada pelos filhos e pelo marido. Tem como objetivo profissional usar a informação para fortalecer as famílias. Curta a fan page www.facebook.com/blogmarciadenardi.