Parto humanizado: 5 dicas para evitar uma cesária desnecessária no Brasil

5 dicas para evitar uma cesária desnecessária no Brasil.

Barbara Pretel

Ultimamente tem-se ouvido muito sobre parto humanizado e direito da escolha da mulher na hora de dar à luz ao seu filho aqui no Brasil. Temos tido marchas espalhadas por vários estados e matérias em diversos jornais e revistas. Com base nesse interesse, montamos algumas dicas para ajudar as mulheres que tem sede de conhecimento no assunto. Quem quer que você seja, uma mãe que passou por uma cesária desnecessária e busca uma experiência diferente pro próximo filho, ou se acabou de descobrir uma gravidez e quer um parto normal, acredito que essas dicas sejam um bom começo para a sua pesquisa.

1. Saber como o sistema médico funciona

Primeiramente, deve-se notar que estar no Brasil e em um sistema privado médico aumenta as suas chances em quase 90% de ter uma cesária desnecessária. Os médicos ganham em média R$ 300 para passar o dia inteiro ao seu lado enquanto você está em trabalho de parto, portanto o mais prático para eles é realmente fazer a tal cesária. Em 1 hora eles estarão livres sem ter por que desmarcar todas as pacientes do dia em seu consultório particular.

Se você depender do SUS também é importante se preparar e saber dos seus direitos. Saber que você tem direito por lei a um acompanhante por exemplo é uma ótima carta na manga. Saber que médico nenhum pode obrigá-la a um procedimento que você não concorde ou não saiba o que é, também ajuda bastante.

2. Procurar um bom profissional na área humanizada

Não é apenas procurar o nome “humanizado” no título do obstetra pelo Google. Você, mãe, precisa fazer muitas perguntas, e questionar o seu médico (ou parteira) com tudo que lhe dá medo e que você não entende. Você tem que se sentir confortável com aquele profissional ao seu lado. Confortável o suficiente para dizer o que você quer e não quer que seja realizado durante o seu parto. Se por algum motivo seu médico lhe intimida, ou não valida as suas dúvidas deixando de respondê-las, mude de profissional. Mude quantas vezes for necessário.

3. Adquirir conhecimento

Conhecimento científico nunca é demais. Eu sempre digo que conhecimento é poder. Portanto o conhecimento científico que você busca agora se equaliza a um parto mais tranquilo. Um parto onde você sabe o que está acontecendo, onde você trabalha com a sua equipe médica e discute com conhecimento de causa tudo o que está acontecendo ou pode vir a acontecer no momento do parto. Só porque você é a mãe e não o médico não quer dizer que você não pode entender o que está acontecendo e tomar decisões relacionadas ao seu parto. E sabe o que é melhor ainda? Conhecimento remove o medo do desconhecido que existe dentro de cada mulher quando ela se depara com a hora de dar a luz ao seu filho.

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4. Buscar um grupo de apoio para te ajudar na sua decisão

Infelizmente você vai encontrar muita oposição e muitos mitos na questão do parto normal e cesária. Afinal de contas o Brasil é o país com o maior número de cesárias no mundo e já foi até chamado a atenção pela Organização Mundial da Saúde(OMS). Muita gente vai tentar convencê-la de como um parto natural pode ser horrível e como a cesária é muito mais prática. Isso está enraizado na nossa cultura.

Para fugir disso, busque refúgio num grupo de mulheres com os mesmos interesses e que se reúnam frequentemente para discutir os medos e as expectativas da gravidez. Conversar é necessário nesse momento de descoberta. Em São Paulo, por exemplo, temos o GAMAe a Casa Moara, que oferecem ótimos encontros semanais para pais que estejam buscando ajuda no mundo humanizado. Nesses grupos de apoio, médicos, obstetrizes e profissionais na área da saúde estarão dispostos a responder qualquer dúvida que você tenha sobre sua gestação e puéperio.

5. Montar a sua equipe para o grande dia

A sua equipe luta por você contra os protocolos hospitalares desnecessários e vai se adequar às suas necessidades individuais e também visar a sua segurança e a do seu bebê. Essa equipe tem que ser composta minimamente de um médico obstetra e um médico pediatra, pois eles terão autonomia suficiente para adaptar os protocolos do hospital para o seu plano de parto.

Tenha também o seu marido/mãe/doula ou alguém que te dê conforto emocional na hora “H”. Se você está se perguntando sobre dinheiro, saiba que a maioria das equipes realmente humanizadas estão dispostas a trabalhar com você de acordo com as suas circunstâncias. Converse com eles, e você se surpreenderá.

Busque sempre mais informação e várias opiniões médicas baseadas em evidências científicas. Parto natural ou com analgesia, o importante é ser respeitada nas suas escolhas.

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Barbara Pretel

Barbara Pretel é graduada pela Brigham Young University-Idaho. É nativa do Brasil e é fascinada por nascimentos.