Arrependimento: Uma mudança de coração
Reflexões sobre o arrependimento: como ele pode beneficiar a própria vida e a dos que nos rodeiam.
Suely Buriasco
Nem tudo o que fazemos tem uma explicação lógica, às vezes, nem nos reconhecemos em determinadas ações e nos arrependemos instantaneamente. São atitudes que nos fazem mal, nos causam remorso; ficamos nos questionando sobre a causa de termos agido em desacordo com nossos próprios conceitos e nem sempre encontramos as respostas. Em outras circunstâncias sabemos que estamos errados, mas continuamos a agir da mesma forma, seja por orgulho ou por algum interesse pessoal.
Segundo afirmação de Honoré de Balzac: “O remorso é uma impotência, ele voltará a cometer o mesmo pecado. Apenas o arrependimento é uma força que põe termo a tudo“.
É importante fazermos, portanto, a distinção entre remorso e arrependimento a fim de refletirmos melhor sobre os atos que não gostaríamos de ter cometido.
O remorso
Quando sentimos remorso ficamos tristes, abatidos e nos envolvemos com um sentimento muito destrutivo: a culpa – que é um abatimento moral. No entanto, esse profundo sofrimento e desgosto por si mesmo não impede que repitamos o mesmo erro. Muitas vezes até o fazemos por nos sentirmos incapazes de mudar ou de sermos aceitos ao demonstrarmos nossas fraquezas. O remorso acompanha pessoas de baixa autoestima, inseguras e inconsequentes.
O arrependimento
No arrependimento não nos conformamos com nossa ação ou com as consequências delas e desejamos mudar de atitude, procurar dar rumo diferente para os acontecimentos. O arrependimento é a decisão de não incorrer no erro; arrepender é abandonar completamente um desacerto e não voltar a cometê-lo. Todo ser humano erra, seja por ignorância ou por interesse mesquinho; o arrependimento provoca o perdão de si mesmo que o fortalecerá para a mudança necessária. O arrependimento acompanha pessoas de boa autoestima, seguras, compreensivas e responsáveis.
A remissão
Diante do erro, gostando ou não ele já foi cometido, não adianta fingir que nada aconteceu ou perder-se na culpa. Assim o arrependimento sincero, embora fundamental, não basta e é preciso, acima de tudo, redimir-se do erro.
O que fazer então para corrigir uma atitude pela qual nos arrependemos? Pensemos em algumas ações que nos facilitem a remissão de nossos erros:
1- Tenha paciência
Nem sempre você conseguirá neutralizar as consequências de um erro rapidamente. O melhor então é ser paciente e esperar o momento certo. Leve em consideração as palavras de Friedrich Schiller: “Breve é a loucura, longo o arrependimento” e saiba aguardar.
2- Peça perdão
O ato de desculpar-se em palavras é muito importante, mas muitas vezes, conversar, tentar justificar ou qualquer outra ação não é o suficiente, peça perdão assim mesmo. Atos, palavras e ações não são facilmente revertidos e faz parte da sua remissão compreender isso.
3- Busque redimir-se
Pense em maneiras práticas de ressarcir as pessoas que, de alguma forma, foram prejudicadas. Dentro do possível busque amenizar os danos causados.
Recuperar-se de um erro quase nunca é tarefa fácil; não se deixe desanimar por isso, afinal pior de tudo é conviver com a culpa. Siga em frente com o seu propósito de mudar, de fazer diferente, não tanto para os olhos dos outros, mas fundamentalmente para a sua própria satisfação interior.
Aprenda com seus próprios erros e se torne mais consciente e maduro na vida.