Egoísmo, livre-se disso!

Refletir sobre os malefícios do egoísmo é uma forma de determinar-se contra ele, tornando-se uma pessoa mais colaborativa e feliz.

Suely Buriasco

Assumir a responsabilidade de reger a própria vida buscando o melhor para si mesmo não é egoísmo; é uma necessidade humana. No entanto, a pessoa que só deseja o bem para si, que não se importa em prejudicar alguém para alcançar seus objetivos é egoísta, pois ela não pensa primeiro em si, ela só pensa nela mesma.

Na matéria sobre esse tema temos a seguinte afirmação: “Talvez seja por isso que a vida lembre a imagem de uma moeda rodando em torno de si mesma. Nesse caso, ela tem as duas faces, do egoísmo e do altruísmo. Ambos rodopiam entre si, oscilam, às vezes se mesclam e se fundem num só”.

Chaga social

O egoísmo é uma doença social, pois nega qualquer possibilidade colaborativa, afasta uns dos outros e dilacera relacionamentos. A pessoa egoísta, embora queira tudo, nunca tem nada, pois não alcança satisfação. Conforme a mensagem de Paolo Mantegazza: “O egoísmo pode tornar-nos felizes durante uma hora ou um dia, mas faz-nos desditosos durante a vida inteira”. Ninguém é feliz sozinho e, muito menos, prejudicando os outros.

Livrar-se do egoísmo é, pois, uma atitude sadia que muito tem a beneficiar a qualquer pessoa. Mas como fazer isso?

Autoconhecimento

O primeiro passo é reconhecer o grau de egoísmo em sua personalidade. Para tanto é fundamental um olhar sincero para si mesmo e suas ações.

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Autoanálise

Ao detectar uma atitude egoísta, reflita sobre o porquê de você agir assim. O que o moveu a pensar só em si mesmo? Qual sentimento foi mais forte: medo, orgulho, pretensão?

Quanto a esse item é importante algumas observações:

1- Medo

Existe grande possibilidade de pessoas inseguras apresentarem por característica o egoísmo. O medo de perder algo ou alguém faz com que elas direcionem tudo para elas mesmas. Assim, o trabalho deve ser no sentido de buscar vencer a insegurança e se postar de forma mais tranquila diante da vida.

2- Orgulho

Não admitir que outra pessoa seja mais beneficiada do que si mesmo, não aceitar que questionem a própria forma de agir e pensar é fundamentalmente ser um egoísta orgulhoso. Nessa situação vale muito refletir sobre os benefícios da humildade e como conquistá-la de forma que jamais se deseje o bem apenas para si mesmo.

3- Pretensão

Achar-se mais do que os outros, tão superior que seja o único merecedor do que se deseja. Pessoas assim não relutam em lesar, prejudicar ou ocasionar dano a quem quer que seja, pois se sentem merecedoras do resultado e, portanto, não se preocupam com a justiça de suas ações. Esse é um caso muito complexo para o qual se indica tratamento psicológico.

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Autodeterminação

Depois do reconhecimento das características egoístas, da análise dos sentimentos que movem essas ações, o caminho a trilhar diz respeito ao próprio aperfeiçoamento. Entender os malefícios do egoísmo e impor-se a disciplina necessária para livrar-se dele. Digo disciplina porque mudanças interiores não se operam facilmente, exigem grande empenho e, principalmente, decisão. Quando determinamos algo em nossas vidas direcionamos nossos esforços para a sua realização e ela acontece.

Reconhecer, analisar e determinar são elementos fundamentais para operar a grande transformação de livrar-se do egoísmo, alcançando uma vida mais plena. Dessa forma os relacionamentos se descomplicam e as possibilidades de se tornarem eficazes e genuinamente felizes ampliam-se vertiginosamente.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.