Cuidados ao lidar com uma criança que presenciou violência doméstica
Quando há casos de violência familiar, não é só a pessoa agredida que sofre, as crianças que testemunham tamanha atrocidade também sofrem.
Taís Bonilha da Silva
“O marido e a mulher têm a solene responsabilidade de amar-se mutuamente e amar os filhos, e de cuidar um do outro e dos filhos”.
Tal afirmação encontra-se em A Família – Proclamação ao Mundo e revela um modo ideal de família, um modo que contribui para o bom desenvolvimento psíquico, físico e social de cada indivíduo da família. Contudo, esse importante núcleo da sociedade tem se desintegrado por diversas razões, e uma delas é a violência doméstica.
De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), em 2011, 43,1% das mulheres foram vítimas de violência em sua própria residência. Em um lar onde há falta de respeito e amor, tende a imperar o sofrimento, a frustração e a perpetuação de maus hábitos.
Quando há casos de violência familiar, não é só a pessoa agredida que sofre, as crianças que testemunham tamanha atrocidade também sofrem. Geralmente, em lares onde há agressão do pai para com a mãe ou vice e versa, a agressão estende-se também aos filhos.
Uma criança que cresce em um lar onde a violência é uma constante tende a perpetuar tal comportamento, pois a agressividade tornou-se normal para ela. E nesse contexto, o ciclo da violência não tem fim, até que um trabalho de conscientização e responsabilização seja aplicado.
Enfoques importantes ao falar com crianças que testemunharam violência doméstica
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Para crianças que vivenciam a violência doméstica, é ideal falar abertamente sobre o assunto, ser o mais honesto possível, respeitando o limite de entendimento da criança.
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Respeitar os sentimentos da criança, garantindo que ela tenha espaço para falar o que sente, é primordial para que ela encontre uma forma de dar vazão a emoções como raiva, tristeza e medo.
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Ajude a criança a não se sentir culpada, explicando-lhe a situação.
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Não atribua responsabilidades que são dos adultos para as crianças, por mais que elas queiram ajudar. Mantê-las o mais afastado possível do ambiente violento será uma medida de proteção.
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Ensine-lhes formas de se manterem seguras, como números de emergência, por exemplo.
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Deixe que a criança saiba o quanto você a ama, importa-se com ela. Você pode demonstrar isso incentivando e investindo nos interesses dela.
O ideal é que a pessoa que sofre a violência tome a iniciativa de denunciar seu agressor e livrar-se do ambiente violento. A lei Maria da Penha é uma conquista muito importante para as mulheres. No Brasil, ligue 180 para denunciar.
Fonte: www.gaf.pt, acessado em 07/08/2013.