Por que as mulheres sentem a necessidade de fazer guerra de mães?

Se você se irrita facilmente com decisões diferentes das suas, respire fundo. A tolerância é o melhor caminhado para não entrar em guerra com outras mães.

Caroline Canazart

Lembro-me de uma situação que me fez pensar pela primeira vez sobre a dificuldade que algumas pessoas têm em respeitar a diferença. Eu estava dando papinha para o meu filho, que então tinha nove meses, num shopping, quando se aproximou uma outra mãe. Até aí tudo bem. Por coincidência, o filho dela tinha a mesma idade e o mesmo nome do meu. Engatamos aquela conversa animada sobre bebês… Até ela ficar horrorizada ao saber que meu filho ainda não tinha dentinhos e que eu mesma fazia todas as papinhas, salgadas e doces, que ele comia. Depois de um sermão sobre a necessidade de levá-lo ao dentista e sobre como as papinhas industrializadas, hoje em dia, são tão boas e práticas, fui embora pensando em que parte da história tinha ficado o respeito pelas escolhas alheias.

É bem clichê dizer que a maternidade é um mundo desconhecido. Pelo menos para quem é mãe de primeira viagem. Com o passar do tempo, você vai adquirindo prática e fazendo escolhas que acredita que serão melhores para seu filho e família.

Algumas mães decidem parar ou trabalhar em casa para ficar com os filhos, outras, por escolha ou não, precisam deixá-los integralmente na escola. Tem quem prefira dar comida super natural e aquelas mães que não se importam que seus filhos comam fast-food e tomem refrigerante. Existem famílias que fazem cama compartilhada e aquelas que não abrem mão do berço em quarto separado. Tem mãe que deixa o filho chorando até dormir, tem quem nunca o deixa chorar. Tem mulheres que querem parto natural em casa, outras, normal no hospital e também quem quer marcar uma cesárea. São muitas possibilidades, e uma coisa é certa: não podemos enfiar goela abaixo as nossas escolhas pessoais.

O que é bom para mim, talvez não seja para a família da casa ao lado. Por melhor que sejam as nossas atitudes e, por mais que achemos ser as mais corretas, não temos o direito de obrigar outra mulher a fazer o mesmo que escolhemos para nossos filhos. Precisamos levar em consideração toda a história que essa pessoa tem, a sua criação, sua família, seus costumes. Se pensarmos assim, o respeito vai nos guiar e deixará o dia a dia mais leve.

Claro que dar uma opinião ou relatar uma experiência familiar que dá certo é muito válido. Você pode plantar uma sementinha de mudança, mas sem ofender, humilhar ou se expressar de forma arrogante. Hoje em dia, é muito comum ver em blogs e redes sociais mulheres em guerra, se desrespeitando porque uma não concorda com a outra. Discussões que nunca irão terminar, se os julgamentos não acabarem, pois sempre existirão mães que vão amamentar o filho até os dois anos de idade e mães que darão fórmula para o bebê recém-nascido. São escolhas que cada família tem o direito de fazer e, desde que a criança ou adolescente não esteja sofrendo algum tipo de abuso, temos que tolerar e respeitar.

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Caroline Canazart

Caroline é uma jornalista catarinense que optou por ser mãe em tempo integral depois do nascimento dos filhos. Ama escrever e ainda acredita que pode mudar o mundo com isso.