Transtorno Borderline: O que é e como tratar

Conhece alguém que foi diagnosticado com o transtorno de personalidade chamado Borderline? Entenda o que é a doença e como tratar.

Taís Bonilha da Silva

O Borderline caracteriza-se por um transtorno de personalidade. Para que se possa diagnosticar um transtorno de personalidade algumas diretrizes, segundo o CID10 – Classificação Internacional de Doenças, devem estar presentes.

Diretrizes diagnósticas do transtorno de personalidade

Atitudes exageradamente desarmônicas envolvendo alguma das seguintes áreas: afetividade, excitabilidade, controle de impulsos, modos de percepção e de pensamento e estilo de relacionamento com os outros.

  1. O padrão anormal de comportamento é permanente, de longa duração e não limitado a episódios de doença mental.

  2. O padrão anormal de comportamento é invasivo e claramente mal-adaptativo para uma ampla série de situações pessoais e sociais.

  3. As manifestações acima sempre aparecem durante a infância ou adolescência e continuam pela idade adulta.

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  4. O transtorno leva à angústia pessoal considerável, mas isso pode se tornar aparente apenas tardiamente em seu curso.

  5. O transtorno é usual, mas não invariavelmente associado a problemas significativos no desempenho ocupacional e social.

Características

A característica mais marcante, e que dá nome a esse transtorno, é o aspecto limítrofe, ou seja, a pessoa fica “na borda” da lucidez e da insanidade.

Estatísticas afirmam que 2% da população mundial é afetada por esse transtorno, sendo 70% mulheres. Um dado alarmante refere-se à taxa de mortalidade por suicídio que é de 10% dos pacientes.

Alguns especialistas dizem que o borderline é como uma colcha de retalhos de vários sintomas de diversos transtornos.

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Sintomas do Borderline

  1. Sensações conflitantes como: raiva, tristeza, vergonha, pânico, terror e sentimentos crônicos de vazio e solidão.

  2. Alternam com frequência de um estado para o outro apresentando alteração na cognição.

  3. Experiências de despersonalização e perda da percepção de realidade.

  4. Podem ocorrer sintomas psicóticos como episódios de ilusões e alucinações.

  5. Impulsividade é um traço marcante.

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  6. Comportamento destrutivo como suicídio, automutilação, abuso de drogas, desordens alimentares, participação de orgias, explosões verbais e direção imprudente.

  7. Geralmente se envolvem em relacionamentos intensos e instáveis, apresentam muito medo de abandono o que os levam a manifestar esforços desesperados para evitar ser deixado sozinho.

  8. Ora idealiza, ora desvaloriza o outro, o que torna comum que os relacionamentos sejam pontuados por brigas e rompimentos.

Possíveis causas

Fator genético

Há uma certa tendência ou predisposição, mas não é hereditário.

Fatores ambientais

Eventos muito traumáticos podem desencadear, ou ativar essa predisposição.

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Fatores biológicos

O Psiquiatra Larry Siever, professor da universidade Mount Sinai School Of Medicine, defende que essa patologia se associa a baixos níveis de serotonina, o que explicaria os sintomas de instabilidade afetiva e impulsividade, porém não se sabe se isso poderia ser a causa ou consequência desse transtorno.

Tratamento

O tratamento ambulatorial frequentemente ajuda, porém em casos de surtos, talvez, seja necessário intervenção medicamentosa. O importante é estar em acompanhamento médico constantemente e se já houver a prescrição de medicamentos segui-la com precisão.

O tratamento multiprofissional é capaz de oferecer para pessoas com esse transtorno a possibilidade de uma vida plena e feliz.

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Taís Bonilha da Silva

Taís Bonilha da Silva, estudante de Psicologia, atua na área da Saúde Mental. Participa do Programa de Monitoria na Universidade na disciplina de Análise do Comportamento. Esposa e mãe de 2 filhos.