O que os filhos não sabem a respeito de suas mães

Além de “esquecer”, muitas vezes, que suas mães são mulheres normais como outras mulheres, com todos os sentimentos femininos normais, os filhos normalmente se esquecem de muitas outras coisas a respeito de suas mãe

Luiz Higino Polito

O que é uma mãe, senão uma mulher que está disposta até a morrer pelo seu filho ou filha, se preciso for, mesmo que tal filho ou filha não seja exatamente um primor de pessoa, nem um exemplo do que significa ser um ser humano minimamente aceitável, de acordo com os padrões de uma sociedade civilizada?

Antes de ser mãe, toda mulher já foi uma filha, e sabe como uma filha se sente, porém, nenhuma filha (e nenhum filho) sabem o que é realmente ser mãe e nem tudo o que suas mães sentem.

Talvez agora seja a hora das mães se lembrarem do que seus filhos sentem, e também já seja a hora dos filhos perceberem melhor o que suas mães sentem.

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E o que uma mãe normalmente sente?

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Em primeiro lugar, uma mulher que é mãe sentiu muita alegria, normalmente, quando soube que estava grávida. Somente ela sabe o que é sentir a alegria que é saber que dentro do seu ventre está sendo gerado um ser que depois será um bebê, depois uma criança, depois um adolescente e depois uma pessoa adulta. Sentiu também muitas dores (tantas que os filhos nem podem imaginar) enquanto tal ser crescia dentro do seu ventre, e sentiu medo, muita dor e preocupação quando tal ser nasceu, seja de parto normal ou pelo método de cesariana.

A mãe também sente muita preocupação com o bem-estar de cada filho ou filha, depois que nasceram, mesmo com aquele filho que, depois de crescido, se preocupa apenas consigo mesmo ou com a namorada dele; ou com aquela filha crescida que só se preocupa consigo mesma, ou com suas roupas e com sua maquiagem, e com o namorado dela.

A mãe também sente muita alegria quando seu filho ou sua filha se lembram de que ela existe, mesmo que seja de vez em quando. Mesmo que ela já seja velhinha, ou esteja muito doente, ou que já nem lembre mais de quem ela é, porque está com doenças mentais ou doenças degenerativas, que afetam sua memória e sua maneira de pensar ou agir.

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Uma mulher normal, que é mãe e têm filhos pequenos ou crescidos também sente muita frustração e tristeza pelo que não conseguiu ou consegue fazer para ajudar cada filho ou filha a serem tão felizes quanto ela acha que eles mereçam ser; seja porque elas não têm instrução suficiente, ou dinheiro o bastante para dar aos seus filhos tudo o que elas acham que eles precisam ser ou ter.

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Que mãe nunca ficou sem dormir por causa de algum filho ou filha?

Que mãe nunca chorou, muitas e muitas vezes, por seu filhinho que sentia febre, ou dor de barriga, ou que tinha ou tem doenças mais sérios, que ela não pode ou não consegue fazer com que tais dores ou doenças sejam sanadas, ou pelo menos minoradas?

Que mãe nunca ficou preocupada e acordada até mais tarde – ou nem mesmo sequer dormiu – enquanto seus filhos se divertiam numa festa ou balada, e nem sequer se lembraram de avisar sua mãe quando foram dormir na casa de um amigo ou amiga?

Que mãe não ficou assustada e preocupada ao saber que seu filho ou filha se meteram em encrencas na escola, ou no trânsito, ou nos seus empregos, ou em qualquer outro lugar, e que não dariam um braço ou uma perna para ajudar tais filhos a resolverem seus problemas, sejam esses problemas uma simples briga sem consequência ou um acidente grave no trânsito?

E quem consegue avaliar a dor de uma mulher que é mãe e tem de enfrentar o fato de que seu filho ou filha estão com alguma doença séria ou mesmo que venham a falecer?

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Essas coisas que escrevo agora, nessa manhã chuvosa, às seis horas, enquanto penso nos meus filhos e netos, não têm a intenção de fazerem os filhos se sentirem mal a ponto de que venham a ficar doentes, mas somente o propósito de que eles percebam um pouquinho mais o que sente uma mulher que é mãe.

Os filhos (e eu já fui um filho pequeno, depois adolescente, depois adulto solteiro, depois adulto casado e agora já sou avô de vários netos) não sabem realmente o que é que suas mães sentem.

Talvez, de vez em quando, os filhos até demonstrem simpatia e preocupação sincera por suas mães, mas na maior parte do tempo estão preocupados consigo mesmos e com seus namorados ou com suas namoradas ou esposas ou maridos. Isso não é anormal, e nós, que somos mãe ou pai, ou avô e avó, compreendemos perfeitamente que os filhos e netos devam mesmo se preocupar bastante com seus namorados ou cônjuges.

Eles devem mesmo se preocupar com seus parceiros, mas de vez em quando – mesmo que seja só de vez em quando – eles gostariam que seus filhos ou netos pensassem sinceramente pelo menos um pouco, no que sua mãe verdadeiramente sente.

E nunca é tarde para os filhos fazerem isso. Nem mesmo se suas mães já se foram, porque a vida é eterna, e mesmo que elas já tenham partido dessa vida mortal, um dia todos vão se reencontrar, e será bonito ver que os filhos conseguiram, pelo menos de vez em quando, sentir também o que suas mães verdadeiramente sentem.

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Luiz Higino Polito

Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, estudei oratória e didática. Gosto muito de escrever. Profissionalmente, sou músico e tenho um Sebo Virtual, onde vivo com minha esposa e cercado de livros!