Um grande engano que muitos maridos cristãos cometem no casamento e usam a Bíblia como desculpa

Muitos maridos usam esses versos bíblicos para exercerem domínio injusto sobre suas mulheres. Eles fazem isso por que não compreendem as escrituras.

Erika Strassburger

O modelo patriarcal em evidência na Bíblia, instituído desde os primórdios dos tempos, é muito mal compreendido hoje em dia. Na visão de muitas pessoas é um modelo machista de opressão à mulher. Mas está longe, muito longe de ser isso.

Para exercer domínio injusto sobre suas mulheres, alguns (ou muitos) maridos usam como desculpa alguns versículos do Novo Testamento que dizem que as mulheres devem se sujeitar a seus maridos (Efésios 5:22; Colossenses 3:18; 1 Pedro 3:1 etc.).

Que mensagens, de fato, estão sendo transmitidas nesses versículos?

É preciso analisá-los dentro do contexto. Vejam o que dizem os seguintes versos:

“De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos. Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela”. (Efésios 5:24,25)

“Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja”. (Efésios 5:28,29)

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“Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas.” (Colossenses 3:19)

“Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.” (Efésios 5:33)

“Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” (1 João 4:8)

Vejam bem: “como Cristo amou Sua igreja”. Pensem em tudo o que Cristo fez por nós. Ele espera que os maridos façam o mesmo por suas mulheres. Que, se necessário, deem até mesmo suas vidas por elas.

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Que tipo de amor é requerido no casamento?

Para compreender o tipo de amor que o marido deve nutrir pela mulher (e vice-versa), é preciso entender o conceito de amor na visão de Deus:

“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13:4-7)

Segundo essa definição do amor ou do “puro amor de Cristo”, um homem de Deus não deve ser soberbo, orgulhoso, leviano, indecente, egoísta, colérico, desconfiado, injusto. Mas bondoso, empático, verdadeiro; ele confia, tem esperança e suporta as adversidades.

Que mulher não se renderia a um homem que a ama dessa maneira?

Como funciona o modelo patriarcal estabelecido por Deus?

Se compreendêssemos a língua hebraica, muitos enganos seriam facilmente desfeitos. Por exemplo, após a palavra traduzida do hebraico como “dominar” (em Gênesis 3:16) aparece o termo bet que significa “governar com”, e não “prevalecer sobre”. Ou seja, Adão deveria governar com sua mulher e não dominá-la.

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Segundo o verdadeiro modelo patriarcal, o homem preside sobre sua família e a mulher é sua conselheira. Ele é responsável por orientar, cuidar, proteger e sustentar sua família; e a mulher é sua “adjutora idônea” ou “parceira igual”.

Um líder cristão chamado Dallin Oaks certa vez disse: “À vista de Deus (…), as mulheres e os homens são iguais, mas têm responsabilidades diferentes.”

Embora marido e mulher tenham responsabilidades diferentes – ele cuidar e proteger a família e ela, nutrir e ensinar os filhos; isso não significa que ambos não possam se auxiliar. Muito pelo contrário, eles devem fazer isso. Ou seja, ainda que a mulher fique mais tempo em casa, o marido precisa participar ativamente na educação dos filhos e contribuir para a organização da casa. A mulher, por sua vez, também pode contribuir para o sustento da casa. Porém, segundo o modelo de Deus, recai sobre o homem a responsabilidade de sustentar a família, e, exceto por motivos de doença e outras circunstâncias extremas, ele não pode se esquivar dessa obrigação.

O homem deve obedecer aos mandamentos de Deus, mantendo-se puro e digno, só assim poderá ter completa comunhão com Deus, e só assim estará apto para presidir sobre sua família, receber revelação dos céus para guiá-la.

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E se o marido violar os mandamentos de Deus, se ele não amar sua mulher como Cristo amou a igreja?

A mulher deve apoiar as decisões de seu marido, DESDE QUE estejam em harmonia com as verdades do Evangelho, isto é, desde que esse homem obedeça aos mandamentos de Deus. Caso contrário, Deus cessa imediatamente Sua comunicação com ele e não requer de sua mulher que lhe “seja sujeita”.

Como podem ver, a Bíblia não dá direito a qualquer marido de exercer domínio injusto sobre sua mulher. Deus jamais permitirá que sejamos maltratadas, humilhadas ou desencaminhadas, sem fazer recair sobre nossos maridos o peso de seus erros. Ele espera que os homens honrem as calças que vestem, e cuidem de suas famílias, tratando-as com bondade e amor.

Confio e apoio plenamente o modelo patriarcal instituído por Deus – não aquele distorcido pelo homem, pois é o meio de nós, mulheres, juntamente com nossos filhos, sermos protegidas das injustiças e dos males desse mundo. É uma segurança para nós.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.