Como saber se você encontrou a pessoa certa

Aquele frio na barriga, as borboletas no estômago, o desejo de ficar 24 horas juntinhos, são suficientes para indicar que você encontrou a pessoa certa?

Stael Ferreira Pedrosa

Todos conhecem aquele sentimento que parece vir do estômago, sobe pelo peito, acelera o coração, passa pelos ombros e dá uma sensação na cabeça que você escorregou em uma casca de banana. É a visão da pessoa amada. O mundo ficou escuro e só ela brilha. Você não tem olhos para mais ninguém. Quase é possível ouvir o Tara’s theme e parece que as emocionadas palavras “Professor Girafales” e “Dona Florinda” vão sair de suas bocas.

Bobeiras à parte, essas sensações (aliás maravilhosas) não são de forma alguma a certeza de ter encontrado a pessoa certa com quem você quer passar o resto da sua vida. O que, claro, não significa que a pessoa certa não possa lhe inspirar tais sentimentos. Mas, precisa de algo mais.

Amor x paixão

Vemos muitas celebridades e até pessoas comuns do nosso convívio se separando porque não sentiam mais aquela sensação inicial. Já não se olhavam mais com o mesmo ardor e nem ansiavam um pelo outro como antes. Se um casamento se basear nesse tipo de sentimentos certamente não durará muito. Mas, “por quê?”, alguns se perguntariam, “será que eu não poderia manter esses sentimentos para sempre? É tão bom!”

Sim, é bom. E, claro, todos desejariam permanecer assim para sempre. Mas, é biologicamente inviável, pois segundo uma pesquisa da psiquiatra italiana Donatella Marazziti, da Universidade de Pisa, quando estamos apaixonados o cérebro libera as substâncias dopamina e norepinefrina em quantidade maior do que o normal causando dificuldades para dormir e perda de apetite, efeitos semelhantes aos dos inibidores de apetite no organismo. O que terminaria por matar a pessoa.

“Isso seria biologicamente impossível. Nenhum ser humano aguentaria ficar anos a fio sem comer ou dormir direito”, conclui o psiquiatra James Leckman.

Se a paixão não é o indicador, o que seria?

Segundo ainda estudos de Helen Fisher, antropóloga, a paixão é basicamente semelhante em todas as pessoas estudadas, mas o amor, que pressupõe estabilidade e constância, sem picos de exaltação, difere de pessoa para pessoa.

Mas, até se chegar ao amor, iremos passar todos pela mesma paixão. Por isso em meio a todos os picos emocionais e hormonais, temos que ponderar sinceramente sobre o tipo de pessoa por quem estamos apaixonados.

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O que você quer?

Nenhum porto serve ao navio que não sabe onde quer atracar. Um bom indicador é analisar o que você procura em um companheiro. Se você não sabe o que quer, não saberá se encontrou ou não.

O casamento é dos maiores (senão o maior) passo que alguém dá na vida. Portanto, não pode ser feito de maneira impensada com a ideia de “se não der certo eu me separo”. Se iniciar assim, certamente terminará em separação. Então gaste o tempo e ponderações necessários.

Devido à importância, a pessoa que quer se casar deve esquecer um pouco o romantismo e ser objetivo. Faça uma lista das qualidades que o seu futuro cônjuge deve ter, iniciando por aquelas que podem ser maleáveis (aparência, hábitos, etc.) e as das quais você não abre mão (caráter, conduta, etc.). Tendo em mente que não existem almas gêmeas e nem pessoas perfeitas.

Leia: Feliz Dia dos Namorados: Você não é minha alma gêmea

Como identificar o verdadeiro amor

Um religioso chamado George Q. Morris citou o conselho de sua mãe para saber quem seria a garota certa para ele:

“Minha mãe disse certa vez que se você encontrar uma garota em cuja presença sinta o desejo de realizar mais, que o inspire a dar o melhor de si e fazer o máximo que pode, essa jovem é digna de seu amor e está despertando o amor em seu coração”

Sinceramente, eu creio que o conselho se aplica a todos. Se você encontrou alguém que lhe faça desejar ser melhor, fazer as coisas de maneira melhor e ir além dos seus limites e ainda lhe incentive a buscar seus sonhos e metas, você encontrou a pessoa certa. Não a deixe escapar!

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.