Como manter a familia unida mesmo após os filhos casarem

Conforme os filhos vão crescendo, namorando e se casando, a casa dos pais vai se tornando um “ninho vazio” e isso pode se tornar até uma síndrome. Como evitar isso?

Luiz Higino Polito

Pouquíssima gente já ouviu falar dessa síndrome, mas ela afeta muitas mães (e talvez pais): conhecida como “Síndrome do Ninho Vazio”, tal síndrome se manifesta quando a mãe fica sozinha, depois que os filhos vão se casando e indo morar longe dela.

Numa reportagem chamada “Mães que sofrem de Síndrome do Ninho Vazio”, a psicóloga Adriana Lodduca, da PUC-SP, falando a esse respeito, e se referindo à dor e a solidão, diz que “Dá para saber que uma pode interferir na outra. A gente pode falar que a solidão ajuda a desenvolver situações de adoecimento“.

Solidão pode até adoecer as mães cujos filhos se casam e o “ninho” fica vazio, principalmente aquelas mães que “colocam todas as fichas” nos filhos, se anulam e descuidam de se desenvolverem intelectual e espiritualmente. Quando ficam sozinhas, não sabem o que fazer da solidão.

Leia: Filhos adultos: maneiras de se ajustar a um lar vazio

A doença, na verdade, é a ausência de vida, é a ausência do autoamor, do autoapreço. Muitas mães se doam a tal ponto, em um apego tão exagerado, que elas não sabem quem elas são mais. Com a saída do filho, isso fica muito evidente. Isso causa muita tristeza, uma sensação de carência extrema, de vazio absoluto, uma sensação de perda de si mesmo“, diz outra psicóloga, Karina Haddad, na citada reportagem.

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Agora vou dar algumas dicas para que mães e pais possam diminuir tal solidão, tentando reunir o mais possível suas famílias. Mas antes, ressalto que as mães que sofrem de tal Síndrome do Ninho Vazio devem procurar ajuda, e procurar por hobbies que as ajudem a ter mais alegria e realização, mesmo quando os seus filhos não estão em casa.

Como ter mais sucesso em reunir a família após os filhos casarem

1. Aniversários e outras datas comemorativas

São ocasiões muito boas para se reunir a família. Se a ideia não partir dos filhos, a mãe pode sugerir aos filhos que se reúnam no dia de Páscoa, no Dia das Mães, no Natal, e nas datas de aniversário dela ou dos filhos e netos.

Além dessas datas especiais, criem tradições familiares tais como jantares, almoços ou até mesmo piqueniques em família. Ou até férias em família. Para quem tem condições financeiras, dificilmente algum filho e nora recusarão um passeio na praia ou passar um dia numa chácara com as despesas pagas pelos pais. Em caso de não terem condições combine em família as despesas, tipo cada um leva algum prato diferente. O importante é se reunirem.

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2. Manter contato sempre pelas redes sociais

Com tanta tecnologia disponível, quem tem filhos distantes, como mães de filhos que moram no exterior, o uso das redes sociais é uma ótima maneira de “se reunirem” com os filhos e participar de suas vidas, tomando-se o cuidado de não interferir muito na educação dos netos ou em outros assuntos, a não ser que sejam solicitados a opinar a respeito.

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E quem não sabe nada de computadores e celulares? Que tal aprenderem? Conheço pessoas com mais de 80 anos que aprenderam muita coisa de informática depois de idosos. Não é um bicho de sete cabeças como pode parecer.

3. Ir visitar os filhos

Para quem mora na mesma cidade ou cidade próxima, vá visitar os filhos tão amiúde quanto possível. Só deve-se tomar cuidado, porém, para não ir demais, e sempre avisá-los com antecedência da visita.

4. Sejam solícitos quando precisarem de ajuda

Os pais-avós também têm oportunidade de se reunirem com os filhos quando estes pedem ajuda para levar os netos ao médico, ou para que se cuide dos netos enquanto eles fazem algum passeio a dois, com seus cônjuges.

5. Evitem recusar convites

Mesmo que vocês estejam indispostos não deixem de participar de atividades familiares com seus filhos quando são convidados. Depois de reunidos a indisposição passa.

Finalizando, volto a ressaltar que, por mais louvável que seja a mãe dos filhos que se casam ficarem preocupadas com eles, a tal ponto de ficar doentes ou ficarem chorando todo dia por causa da solidão, tal coisa não é normal.

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Todo pai e mãe que ama os seus filhos que se casaram gosta muito da companhia deles, entretanto, não devem se esquecer de que os filhos agora são maridos e esposas de alguém, e deixaram de ser seus “filhinhos”, “suas crianças” e agora são adultos que têm vida própria. A mãe não deve tentar concorrer com seus genros e noras, mas sim aceitar tal coisa como absolutamente normal e que faz parte da vida.

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Por essas coisas é que o desenvolvimento pessoal, emocional e espiritual é tão importante, para que quando os filhos casarem, não se caia na “Síndrome do Ninho Vazio”.

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Luiz Higino Polito

Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, estudei oratória e didática. Gosto muito de escrever. Profissionalmente, sou músico e tenho um Sebo Virtual, onde vivo com minha esposa e cercado de livros!