Casamento: o que muda quando chegam os filhos

O casamento vai bem e a chegada de um filho vai atrapalhar? Na verdade, não. O amor entre o casal pode ficar muito mais forte com essa novidade.

Michele Coronetti

O início do casamento é agradável e cheio de demonstrações de afeto. O namoro continua e aos poucos o casal aprende a conviver com alguém com manias e ideias diferentes das próprias. Finais de semana são preenchidos com passeios, visitas, viagens, e agradáveis manhãs com horas de sono a mais. A comunicação durante a semana é cheia de corações e beijinhos. Os problemas a resolver são facilmente acertados.

Então chega o momento tão esperado e a gravidez é anunciada. Logo a rotina muda, as alterações hormonais na mulher são imensas, os finais de semana já não são cheios de passeios e viagens, os familiares se envolvem mais com o casal. Essas alterações são apenas um prenúncio da vida matrimonial que se transformará.

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Quando chega o bebê, a adaptação é difícil, mas totalmente possível. Demora um pouco e quando finalmente algumas coisas são aprendidas, muda tudo de novo. Aliás, mudanças são uma constante para quem tem filhos. O crescimento da criança oferece ajustes constantes. Muito jogo de cintura por parte dos pais, em todas as fases.

Pesquisas mostram que ao nascer um filho, os homens têm uma queda de 33% do nível de testosterona. Uma ajuda da natureza para que a atenção dos pais seja quase total para o pequeno. O início com um bebê é repleto de desafios, com poucas horas de sono, gastos, pediatra, vacinas, preocupações e palpites de todos. Pais que ajudam com as tarefas do bebê não sobrecarregam as mães, que ficará menos cansada com a ajuda. O casal pode manter a união ajudando-se mutuamente. Vários pais sobreviveram, para tranquilidade geral.

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Aos poucos a vida retoma seu rumo. Adaptados, mãe e pai conseguem mandar mensagens carinhosas novamente, percebem que ficar duas horas longe do bebê para ir juntos ao cinema não é nenhum crime, a rotina da casa fica mais eficaz e o casal ganha mais um motivo para ser feliz: a satisfação de serem uma família, de conseguirem juntos cuidar de alguém que é parte dos dois.

Então a experiência se repete. E mais um filho é esperado. Não será uma experiência tão marcante quanto foi com a primeira, mas será especial. E a confiança do casal quanto à experiência anterior poderá ser derrubada quando desafios diferentes surgirem, afinal, cada filho é diferente, cada gestação é única e tudo faz parte de um grande aprendizado.

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Mas o que muda mesmo na vida do casal que decide ter filhos é o amor.

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Através do sentimento pelo pequeno ser que foi gerado pelo casal, eles conhecem o verdadeiro amor. A dedicação pelo bebê é total, as escolhas sempre envolvem a criança, decisões importantes são tomadas sempre pensando no melhor para o filho. Mãe e pai descobrem que conseguem doar-se integralmente e fazem isso simplesmente porque amam. É difícil de entender para quem não passou por esta experiência, e fácil para quem exerce a paternidade e maternidade.

Aprendendo a amar de verdade com o filho, ambos podem estender esse amor genuíno um ao outro. Ajudar sempre, compreender, reconhecer, relevar, buscar encontrar mais tempo no pouco que possuem para oferecer ao cônjuge aumenta a união. Essas demonstrações de amor verdadeiro são muito diferentes dos romances lidos e assistidos, porém são a diferença entre uma família que permanece e a que desmorona.

Alguns pais não conseguem entender esse amor e acabam centrando o sentimento apenas no filho. E isso pode ser um destruidor no relacionamento. O estresse e cansaço da rotina pesada com uma criança pode interferir negativamente no relacionamento do casal, abrindo os olhos para os defeitos e manias do companheiro e preferindo estar com o filho que com ele. Infelizmente isso acontece e muitos casamentos são desfeitos.

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As maiores alegrias da humanidade não são adquiridas através das conquistas pessoais. O nascimento de um filho, quando ele começa a andar, falar, quando faz um gol ou se apresenta em um palco, quando se forma nos estudos, quando se casa e forma sua própria família, tudo isso traz muito mais satisfação pessoal. Ter filhos ainda é a maior fonte de felicidade que existe, apesar de todos os sacrifícios que acompanham o processo. Depois de um dia ruim, basta olhar para ele. É mágica. Passa tudo!

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Michele Coronetti

Michele Coronetti é secretária, mãe de seis lindos filhos, gosta de cultura e pesquisas genealógicas.