O que aqueles que veem pornografia não lhe dizem

Aqui está o que viciados em pornografia carregam em silêncio, mas que precisa ser citado.

Denhi Chaney

Nos últimos anos, o vício em pornografia tem sido estudado mais do que nunca. Mais e mais pessoas falam sobre esse problema e mais profissionais declaram que não é nada saudável. Ainda assim, com todas essas informações, existem aspectos do vício conhecidos apenas por aqueles que o sofrem na carne. O pior é que tudo isso ocorre em silêncio, já que poucos estão dispostos a compartilhar aspectos tão privados e vulneráveis do seu ser. É por isso que eu decidi escrever estas palavras, a fim de dar voz às coisas que permanecem em silêncio.

Por razões óbvias, eu não vou dar detalhes íntimos, mas tudo o que vou compartilhar vem de experiências que meus pacientes compartilharam comigo, do que tenho observado e sentido durante as dezenas de terapias nas quais o viciado confiou em mim e me contou o que pensa e sente. A seguir, apresento as coisas que aqueles que veem pornografia não lhe dizem.

1. É extremamente doloroso

Qualquer vício é doloroso, mas, por algum motivo, às vezes esquecemos que esse vício não é diferente dos outros: a dor experimentada por não ser capaz de sentir-se livre é muito real e profunda. Muitos pensam que esses viciados não sentem nenhuma dor, uma vez que é um vício solitário, por assim dizer. Mas a realidade é que após a recaída vem um mar de sentimentos, onde a pessoa sucumbe à depressão, raiva, frustração e autoaversão, entre muitas outras coisas que não desejaríamos nem ao nosso pior inimigo.

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2. Afeta todos os aspectos da sua vida

Muitos pensam que esse vício afeta apenas a questão da intimidade, mas não é assim. Este vício, como qualquer outro, afeta todos os aspectos de sua vida. Deixe-me repetir: afeta todos os aspectos de sua vida. Lembre-se que esse vício muda a forma como o cérebro registra o prazer e quando o cérebro for danificado pelo vício, você precisa de grandes doses de adrenalina para sentir algo positivo. É por isso que esses viciados não conseguem desfrutar das coisas mais simples e belas deste mundo: uma comida boa, a satisfação de um dia de trabalho, o amor de seu cônjuge ou filhos, entre muitas outras coisas. Da mesma forma, afeta seu estado emocional tornando-os mais propensos à depressão, raiva e impulsividade.

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3. O início não foi sua culpa

Depois de muitas histórias que ouvi de vários viciados, a questão de como começaram é sempre algo sobre o qual é difícil falar. Posso dizer que, com a exceção de um paciente, todos os meus outros pacientes encontraram a pornografia por acidente ou foram introduzidos a ela por um membro da família ou um amigo quando eles tinham entre oito e onze anos de idade. Se você pensar sobre isso, isso os torna vítimas deste negócio no qual se lucra ao explorar as pessoas e fazer com que não consigam viver sem pornografia. Se você tiver um viciado em sua vida, ouça sua história e você verá como o início desse vício quase sempre ocorre quando eles eram apenas crianças, o que torna suas histórias realmente tristes.

Não é minha intenção justificar aqueles que agora veem pornografia por decisão própria, porque mesmo no vício existe o poder de decidir. O que eu quero é criar um certo nível de empatia por aqueles que ainda não conseguiram sair desse vício. Embora não possamos forçá-los a mudar, podemos oferecer um espaço onde eles possam contar sua experiência e sua história. Quem sabe, talvez este seja o início de um longo caminho em direção à recuperação.

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_Traduzido e adaptado por Sarah Pierina do original Lo que no te dicen quienes ven pornografía

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Denhi Chaney

Denhi Chaney é formada pela Universidade de Brigham Young com mestrado em Terapia de Casal e Familiar. Ela também é esposa e mãe de um filho.