Tudo passa. Está sofrendo? Isto também passará.
Dependendo da situação, tem horas que passam rápido e outras que custam a passar. Aprenda um truque que pode ajudar você a suportar as horas difíceis e demoradas.
Luiz Higino Polito
O tempo passa diferente, dependendo da situação e do momento em que nos encontramos.
Se estamos assistindo nosso filme preferido, ou namorando, ou num parque de diversão, o tempo passa rápido demais; mas se estamos sofrendo de algum mal-estar ou alguma dor, esperando o médico chegar, parece que o tempo para de andar.
Tem até um versinho que fala poeticamente sobre isso:
“O tempo é muito lento para quem espera, Muito rápido para quem hesita, Muito longo para quem sofre, Muito curto para quem aproveita. Mas, para quem ama, o tempo não existe” (autor desconhecido).
Leia: 5 minutos é o tempo necessário
O tempo
A verdade é que parece mesmo que o tempo é elástico: quando estamos felizes, passa rápido. Quando estamos tristes, demora a passar.
Toda hora, porém, tem os mesmos 60 minutos. O que muda, então?
Uma grande lição sufi
Esta é uma história que me foi contada quando eu passava por momentos difíceis, muito difíceis mesmo. Existem dezenas de versões dessa história na internet.
Sempre me recordo dela em situações especiais, e tal história me ajuda muito.
Conta-se que um rei pediu aos seus sábios para que criassem uma frase tão pequena que pudesse caber no seu anel, e que contivesse um ensinamento tão importante que servisse para ele nos momentos difíceis e dolorosos e também para os momentos em que ele estivesse feliz e realizado.
Pois bem, os sábios se reuniram por bastante tempo, pois precisavam fazer uma frase de impacto, que pudesse satisfazer o rei.
Mas, existe tanto conhecimento no mundo que os sábios demoraram bastante para chegar a uma conclusão.
Finalmente, depois de muita briga e muita deliberação, os sábios foram até o rei anunciar que haviam chegado a uma conclusão e que tinham escolhido uma frase com três palavras apenas, e que resumia o ensinamento que o rei queria para colocar no seu anel real.
Isto também passará
Essa foi a frase que os sábios levaram ao rei, para que ele gravasse no seu anel, e antes que o rei ficasse bravo com uma frase tão estranha, os sábios se apressaram em explicar.
“Majestade, depois de muita deliberação, decidimos que essa frase resume um grande ensinamento: quando Vossa Majestade estiver sofrendo por algum motivo, com alguma preocupação ou doença, ou por ter de tomar uma grande decisão, lembre-se de que “isto também passará”.
“Da mesma forma, se Vossa Majestade estiver passando por momentos muito felizes, alegres e de muita realização, não se esqueça de que “isto também passará”.
Assim é a vida
Se aprendermos essa lição, de que o tempo é relativo e de que as situações que nos acontecem no dia a dia são passageiras, será muito mais fácil para enfrentarmos qualquer coisa que tivermos que passar.
Haverá dias de enorme felicidade e dias de extrema tristeza.
Dias de bem-estar enorme e dias de dores quase insuportáveis.
Mas tudo isso também passará e a vida prosseguirá seu curso. Tudo servirá de experiência.
E dizem até que “os piores momentos de hoje, serão nossas melhores histórias e lembranças de amanhã”.
Uma história pessoal
Lembro-me de uma vez em que eu estava com minha família numa viagem de férias e nós tivemos que dormir dentro do carro, num pesqueiro, no meio do mato, no sul do Brasil, porque nos perdemos numa estrada de terra.
Estávamos em cinco: minha esposa e eu, e nossos três filhos adolescentes, dentro de um automóvel.
Lá fora, começaram a aparecer uma quantidade absurda de pernilongos (estávamos na beira de um lago). E era uma noite quente, muito quente.
Os pernilongos guiam-se pela temperatura do corpo, e perceberam nós cinco facilmente…
Fechamos os vidros do carro e eles procuravam qualquer mínima abertura que houvesse nos vidros para entrar e nos atacar.
Eram muitos pernilongos, e quando abríamos um milímetro que fosse os vidros do carro, devido ao calor insuportável, os pernilongos entravam.
Parecia um filme de terror, com todos aqueles pernilongos rodeando o nosso carro. Ninguém conseguia dormir por causa do calor ou por causa dos inúmeros pernilongos.
Resolvemos então ir embora, mas a porteira do pesqueiro estava fechada com cadeado. Batemos na porta da casa do dono do pesqueiro, para que abrisse o cadeado para nós. Ele tinha bebido muito, e depois de muito batermos, ele abre a porta com uma arma na mão, meio bêbado. O susto foi grande.
Resumindo: conseguimos sair do pesqueiro, rodamos por muitas horas até clarear um pouco e acabamos dormindo num posto de gasolina.
É que o dinheiro estava curto mesmo, senão procuraríamos um bom hotel, é claro.
Aquela noite de terror, que aconteceu há mais de 20 anos, é hoje uma das nossas melhores e mais divertidas lembranças daquela viagem de férias.
Então, seja o que for que estiver acontecendo com você agora, não se desespere, e lembre-se: “ISTO TAMBÉM PASSARÁ”.
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