O que sua avó gostaria que você aprendesse o mais cedo possível

"Ser avó é ser mãe duas vezes". Tudo o que elas não puderam fazer pelos filhos, elas farão pelos netos.

Roberta Preto

Existem placas fixadas nas portas de muitas casas com a seguinte frase: “Na casa da vovó, pode tudo.” Exatamente! É na casa da vovó que você corre, brinca, come os melhores bolos e as comidas mais gostosas. Você se suja, pula, chora e dá muitas gargalhadas. Se você cair e se machucar, ela vai estar lá para segurar suas mãos e lhe fazer levantar, depois vai passar um “remedinho”, dar aquele beijinho e dizer: “Seja forte, não foi nada, quando casar sara.”

Nenhuma avó deseja ver os netos sofrerem, todavia, elas sabem que não se pode evitar. Contudo, elas farão o que for preciso para prepará-los para lidar com as “rasteiras” que a vida dá.

Conversando com duas amigas, uma com instrução universitária e a outra sem estudo algum, mas instruída na “escola da vida.” Então, perguntei o que elas gostariam que suas netas aprendessem o mais cedo possível. Minha amiga com formação universitária me respondeu: “Que tenham respeito com o próximo, assim elas serão respeitadas.” Já a minha amiga com menos instrução disse: “Quero que meus netos sejam disciplinados, porque é na educação que eles encontrarão as portas do sucesso abertas para terem uma vida melhor.”

É perceptível que, não importa qual o grau de estudo que uma avó venha a ter, a preocupação que sentem é a mesma. O amor das avós pelos netos é universal!

As avós possuem o dom de proporcionarem os momentos mais simples e perfeitos que uma criança, adolescente ou adulto precisam ter para se sentirem importantes e amados. Somente as avós têm a capacidade de nos fazer desligar dos problemas e ver o lado bom da vida.

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Uma neta relatou-me os momentos especiais que tivera com suas avós. Ela disse:

“Um dos momentos de minha infância, no qual gosto de recordar, foi com minhas amadas avós. Uma era negra de dentes brancos e perfeitos, eu adorava o sorriso grande e bonito dela, também adorava tirar os grampos de seus cabelos, só para vê-la morder a língua brava, mas em seguida, ela sorria e dizia: “Menina, todo dia você pega meus grampos, te dou, porque você é minha neta linda.” E aos domingos, ela me preparava a melhor macarronada do mundo. Já a outra vovó paterna, era branca de olhos puxados, cabelos pretos lisos e longos. Era extremamente sistemática em relação a sermos honestos e respeitosos com as pessoas a nossa volta. Infelizmente, ela não sorria muito, a vida lhe tinha roubado sua alegria, mas não sua formosura, ela foi muito bela na juventude, porque mesmo na casa dos 60 anos, a beleza permanecia com ela. Tinha traços de uma índia, apesar de ser filha de portugueses. Eu passava horas com ela, sentávamos num banco de madeira, ela ouvia atentamente sobre meus desafios, me aconselhava. Ela me contava histórias de seu passado, e até de seus erros, não sentia vergonha de me falar. Ela me amava o suficiente para não querer que eu cometesse os mesmos erros que ela havia cometido.

Se eu pudesse, apenas por um segundo, eu gostaria de abraçá-las e dizer o quanto elas estão fazendo falta em minha vida, o quanto sinto por não ter passado mais tempo com elas, mas eu não posso, elas deixaram essa vida há muito tempo. Eu não estava pronta para deixá-las. A verdade é que nunca estamos prontos, tanto para partir ou para deixar o outro ir. O que posso fazer é me apegar às boas lembranças e fazer boas escolhas, porque é isso o que elas esperam de mim. Sei que elas nunca iriam querer me ver desistir, elas acreditavam muito em mim. Ser forte, foi uma das grandes lições que elas me ensinaram, eu devo isso a elas.”

Sabemos que a cada dia surgem muitas surpresas, nem sempre são as que desejamos, mas não precisamos nos lamentar. Podemos subtrair as coisas ruins e somar as boas, porque é isso o que nossas queridas avós desejam de nós. Elas esperam que vivamos a vida com mais simplicidade, que abandonemos tudo o que nos faz mal e nos apeguemos ao que é bom. Não importa onde elas estejam, o desejo por nosso bem-estar e o amor delas permanecerá o mesmo.

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Roberta Preto

Roberta Preto, 33. Formada como tradutora e intérprete, escritora, mãe. Apaixonada pela vida, em uma eterna busca por conhecimento. Espero que minhas palavras possam ser uma luz na vida das pessoas. Sonho em ajudar a humanidade a tornar-se livre da escravidão da ignorância.