5 coisas que você deve saber sobre aborto espontâneo

É algo relativamente comum, mas ainda assusta. Cerca de 20% das mulheres grávidas sofrerão um aborto espontâneo.

Stael Ferreira Pedrosa

Quando a gravidez termina acidentalmente antes de completar 20 semanas é chamado aborto espontâneo e é algo, infelizmente, muito comum. Cerca de 20% das gestações terminarão em aborto.

É chamado de precoce quando ocorrem até a 12ª semana, e muitas vezes acontecem tão precocemente que nem dá tempo da mãe saber que esteve grávida. Após esse período é chamado de aborto tardio.

Embora seja algo relativamente comum, é inegável a carga emocional que pode acompanhar a perda de um bebê. Às vezes pode ser necessário apoio psicológico.

Há muito equívoco na determinação da causa por leigos. Pessoas da família, amigos e até a própria grávida não devem ficar supondo que foi por uma causa ou outra que o corpo não “aceitou” o feto e o expulsou. Por isso aqui estão 5 coisas que você deve saber sobre aborto espontâneo:

1. O que causa

A causa mais comum costuma ser malformação fetal. Não tem uma causa única. É preciso investigar. Problemas com os genes do embrião e seus cromossomas que ocorrem durante a divisão celular podem levar a malformação e consequentemente ao aborto. Problemas de saúde da mãe podem contribuir para o término da gestação, entre eles:

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  • Diabetes descompensado

  • Malformação uterina

  • Doenças da tireoide

  • Infecções

  • Problemas hormonais

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  • Trombofilia

  • Estresse

2. O que não causa

Muitas mães que perdem seus bebês espontaneamente podem se culpar e começar a procurar o quê em seu comportamento contribuiu ou foi a causa do aborto. Nenhuma dessas atividades abaixo tem relação comprovada com o aborto espontâneo e mesmo a mais cuidadosa das gestantes pode passar por ele. Portanto, não pense que a culpa seja sua por:

  • Trabalho – (exceto se for em ambiente insalubre com exposição à radiação ou produtos químicos)

  • Ter relações sexuais

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  • Exercícios físicos

  • Quedas

  • Susto

  • Comer pimenta ou outros alimentos picantes

3. Sintomas

Ao apresentar qualquer dos sintomas abaixo, procure atendimento médico imediato. É necessário que se faça exames para determinar exatamente o que está acontecendo. Nem todo sangramento significa aborto. Eu mesma tive um sangramento abundante na gravidez do meu primeiro filho e ele já completou 21 anos, nasceu prematuro, mas forte e saudável. Porém, se o colo do útero está dilatado, com cólicas, sangramento e contração uterina, o aborto é inevitável.

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Os sintomas são facilmente identificáveis, pois geralmente a gestante apresenta:

  • Sangramento vaginal acompanhado ou não de dores abdominais

  • Cólicas que podem ser intermitentes (como contração) ou constante

  • Dor na parte baixa das costas

  • Líquido ou secreção, que indica que a bolsa se rompeu

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  • Coágulo de sangue ou líquido rosado expelido em jato pela vagina

  • Náuseas

  • Perda de sensibilidade nas mamas (sinal que a gravidez foi interrompida)

  • Sensação de que a gravidez não está se desenvolvendo sem nenhum outro dos sintomas acima

4. Tratamento

Exames de ultrassonografia são importantes para determinar se o embrião morreu ou nem chegou a se formar. Nesses casos o próprio corpo se encarrega de expulsá-lo, o que é chamado de conduta expectante, e é o ideal se a gestante não apresenta complicações. Se houver resquícios após 3 semanas é realizada uma curetagem que consiste na raspagem dos tecidos do endométrio e é necessária internação hospitalar. A curetagem é feita em ambiente cirúrgico com anestesia geral e/ou raquidiana.

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A recuperação costuma ser bem rápida e a menstruação retorna em no máximo 6 semanas. Deve-se evitar relações sexuais e uso de absorventes internos durante a recuperação.

5. Engravidar novamente

É plenamente possível engravidar e ter uma gravidez saudável após um aborto espontâneo. Apenas 5% das mulheres costumam passar por um segundo aborto e apenas 1% têm abortos consecutivos. Caso aconteça mais de duas vezes, é necessária uma investigação médica para as causas. Ainda assim é comum mulheres com abortos consecutivos conseguirem uma gravidez saudável após várias tentativas.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.