Ah, se fosse meu filho!

Quando nós ainda não temos filhos e vemos alguma criança fazer malcriação ou birra é quase automático dizermos ou pensarmos: "Ah, se fosse meu filho!...".

Luiz Higino Polito

Quando eu era solteiro e via os filhos dos outros fazendo alguma coisa errada, eu pensava exatamente isso: “Ah, se ele fosse meu filho!… Ele nunca faria tal coisa!” A vida se encarregou de me ensinar que eu nunca deveria ter dito tal coisa ou tido tal pensamento…

Quando vieram os meus filhos, percebi que a coisa não era tão fácil como eu pensava. Felizmente, minha esposa foi sempre a educadora firme que nossos filhos precisavam, porque se dependesse só de mim, eu os teria estragado fatalmente!

Só muda o endereço

Já ouviu dizer que as crianças (principalmente os meninos) só “mudam o endereço”, e são, todas elas, crianças arteiras e encapetadas? Pois é, quando nascem os nossos filhos e começam a crescer, percebemos logo que a tarefa de educá-los será uma parada dura.

Felizmente, entre 3 ou 4 filhos, podemos ter a bênção de ter um filho ou filha que obedece facilmente, que fica quietinho ou quietinha quando está em público, que não faça birra e não nos faça passar vergonha em público – mas é quase certo que pelo menos um dos filhos nos testarão permanentemente.

Depois que nos tornamos pai ou mãe, passamos a sentir muita empatia quando vemos algum pai ou mãe passando maus bocados com os filhos deles num supermercado, na Igreja ou mesmo na rua. Sabemos exatamente o que eles estão passando, e nos solidarizamos totalmente com tais pais.

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Filhos só mudam mesmo o endereço…

Filhos são grandes bênçãos

Embora os filhos nos deem um trabalhão danado, são uma grande alegria para nós! Sejam naturais ou adotados, os nossos filhos nos dão tantas alegrias (e tantos sustos) enquanto crescem que é impossível não crescermos junto com eles: eles crescem em tamanho e nós crescemos por dentro. Passamos a dar valor aos nossos pais, temos de desenvolver a paciência, aprendemos a amar mais outra pessoa do que amamos a nós mesmos, e desenvolvemos muitas outras qualidades.

Agora eu sei o que os meus pais devem ter passado comigo e com meus irmãos…

Algumas experiências reais

Meu caçula (hoje já casado e pai de uma linda menina) quando tinha uns 4 anos de idade, sem que nem eu ou minha esposa percebêssemos, subiu no ombro da irmã de 6 anos, no banheiro, para mexer na temperatura do chuveiro! Isso não podia terminar bem, claro. Ele caiu e quebrou com a sua testa um suporte de porcelana da parede que serve para se pendurar toalhas. Isso nos deu um enorme susto e resultou em uns 12 pontos em sua testa.

Noutra ocasião, esse mesmo filho conseguiu “atropelar” sua própria mãe, e ele não tinha nem 2 anos ainda! Foi assim que aconteceu: minha esposa parou o carro no estacionamento do supermercado a um metro, mais ou menos, de uma banca de jornais, deixando as chaves no contato e o carro com o câmbio engatado. Pois não é que o danado do meu filho, com menos de 2 anos, girou a chave de ignição, fazendo com que o carro (por estar engatado) fosse para a frente, aos trancos, e prensasse a minha esposa na banca? Felizmente, pessoas que estavam por perto acudiram rapidamente, desligando o carro e puxando o carro para trás. Além do susto, nada de mais grave aconteceu, mas minha esposa ficou com algumas manchas roxas na perna por algum tempo…

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Aos que ainda não têm filhos

Os leitores e leitoras dessas linhas devem estar ficando preocupados, caso ainda não tenham filhos, com o tamanho da responsabilidade que é criar filhos. Realmente, a responsabilidade é muito grande, mas as alegrias da maternidade e paternidade compensam plenamente todo e qualquer sacrifício!

Somente sendo pai ou mãe é que entendemos o que é criar uma criança, que depois se tornará adulta e terá seus próprios filhos.

Agora eu já tenho 4 netos, das minhas 2 filhas mais velhas e de meu filho caçula. E vendo agora os meus 4 netinhos, e observando o amor que os pais têm por eles, e olhando a mãe dos meus netos mais velhos “sofrendo” com os filhos dela, como nós “sofremos” com eles, quando eles eram crianças, eu percebo que a vida continua.

Portanto, se seus filhos forem arteiros, quando vocês os tiverem, fizerem você passar vergonha ou deixarem vocês malucos às vezes, lembre-se: as crianças só mudam mesmo de endereço…

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Luiz Higino Polito

Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, estudei oratória e didática. Gosto muito de escrever. Profissionalmente, sou músico e tenho um Sebo Virtual, onde vivo com minha esposa e cercado de livros!